Dicas para compositores –Parte I

Felipe Aguiar
Felipe Aguiar
Graduado da Escola de Ministros e músico

Existe uma arte para compartilhar em forma de música aquilo que reside no seu coração. Reconhecemos a importância que a música tem nos nossos cultos e na nossa vida espiritual individualmente. E aqueles que se envolvem no coração com a música acabam por nutrir o desejo de colocar músicas em suas palavras.

Algumas vezes, esse desejo fica apenas no nível do sonho e nada mais. Preciso lhe dizer que se ele ficar somente nesse nível, é possível que você nunca escreva nenhuma canção. Mas, se você colocar um pouco de empenho e decidir começar a compor, tenho convicção de que a Graça lhe ajudará a escrever canções que podem alcançar outras pessoas.

1 – Inspiração x Transpiração

A composição é uma disciplina da arte como qualquer outra. Precisa de estudo, dedicação, empenho e trabalho. De maneira geral, pessoas que são limitadas em seu estudo e conhecimento técnico acabam ficando limitados em sua prática.

Não quero, com isso, descartar a ação inspiradora do Espírito Santo. Ela é real. Mas, de certa forma, o Espírito nos inspira utilizando aquilo que conhecemos e, via de regra, fica limitado aos próprios limites da pessoa. Gosto da metáfora que diz que a inspiração é a faísca, e que o trabalho do compositor é que mantêm o fogo. Por isso é tão importante que o compositor estude, se aprimore na comunhão com Deus e com a Palavra, tenha experiências com Deus. Se a sua vida é vazia, suas canções provavelmente serão vazias (e não é difícil comprovar isso se você ouvir as músicas no topo das paradas de sucesso).

Por mais que uma música seja inspirada pelo Espírito, ainda há espaço para que ela melhore, para que excessos sejam retirados, para o ajuste de uma rima ou outra, para uma atenção à forma etc.  Não tenha medo de revisitar suas músicas ou mostrá-las para um músico mais experiente e pedir sua opinião.

2 – Influência

Nunca é demais recomendar que tenhamos uma alimentação espiritual saudável. Aquilo que produzimos, quase sempre, é fruto daquilo que consumimos. Se ouvimos músicas de qualidade e com conteúdo equilibrado, a tendência é que produzamos música de qualidade.

Não estou falando aqui daquela influência da cultura a que todos nós somos expostos, querendo ou não. Estou falando da influência ativa, que nós mesmos procuramos e corremos atrás. Normalmente são essas as influências mais significativas no nosso crescimento musical.

E além disso, precisamos diversificar a nossa apreciação musical. Quando escutamos apenas um estilo de músicas, ou apenas alguns poucos compositores, ficamos limitados apenas àquele estilo ou influência. Por isso é tão importante que se ouça de tudo um pouco, uma gama variada de músicas diferentes.

3 –Equilíbrio

As músicas que escrevemos devem ser equiibradas, em vários sentidos. Primeiro, as verdades retratadas na canção devem ter uma teologia saudável, não devemos “inventar moda” ao compor, principalmente quando o que queremos transmitir é a verdade de Deus. Devemos fugir dos excessos e largar o lugar da emoção barata, para escolher o lugar de segurança da Verdade de Deus.

Segundo, é preciso que entendamos que uma canção não é um tratado de teologia. Em geral, as músicas que cantamos hoje têm um limite de tempo e tamanho. Por isso, é desejável que se trate apenas de um tema, um foco, uma imagem em uma música. Tratar de vários temas ou expandir demais o tema da música pode gerar confusão nos ouvintes. Seja suscinto, não coloque informação demais na sua canção.

Terceiro, é preciso que haja um equilíbrio entre a letra e a música. Não espere que uma música com letra reflexiva e contemplativa combine com uma melodia e ritmo agitados e rápidos. Fique atento à dinâmica das suas canções.

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