Verbo FM

Divinamente diferentes

por Beatriz Martins (Florianópolis -SC)
*Diretora do Rhema 

O Senhor deve ser exaltado em sua vida e através da sua família. Deus sempre nos conduz a um caminho proveitoso. Muitas vezes, desconfortável, mas necessário.

Podemos ver os frutos daquilo que semeamos em nossa família. Volte a sua atenção para sua casa, com ferramentas que irão lhe ajudar no dia a dia. 

“Ora, se alguém não tem cuidado dos seus e especialmente dos da própria casa, tem negado a fé e é pior do que o descrente” (I Timóteo 5.8).

O chamado da família para a nossa vida é muito importante. Não se trata de voltar todos os aspectos da nossa vida para a família e esquecer dos demais, mas, nos dedicar a ela.

Para cuidar dos nossos, precisamos saber quem somos, ou iremos naufragar dentro de casa. Nossa casa deve ser um lugar de refúgio e paz. Porém, constatamos que não é isso que acontece em todas as famílias.

O Senhor nos deu ferramentas para vivermos dias de céu com nossa família. 

“Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniquidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas? Que harmonia, entre Cristo e o Maligno? Ou que união, do crente com o incrédulo?” (II Coríntios 6.14,15).

A nossa influência, dentro de casa, é mais poderosa do que qualquer discurso ou ministração. Isso não deve ser um peso, mas um alvo para sermos melhores dentro de casa. Nós erramos, mas não podemos desistir. Nós estudamos para tudo aquilo que consideramos importante: concursos, novos idiomas, entre outros. A coisa mais importante que Deus nos deixou foi a nossa família e nós também precisamos estudar e buscar sabedoria para sermos melhores em nosso lar.

Isso só acontece debaixo de instrução. Faça um “raio-x” na sua casa e volte os seus olhos para a Palavra. Quando falamos de temperamento, falamos de algo que nasceu conosco. Existe uma maneira que você vê o mundo e que não é a mesma maneira que os da sua família.

Não somos cópias, somos divinamente diferentes.

Quando aprendemos sobre isso, o nosso olhar é ajustado e nossas reações também. Essa é a preciosidade de entendermos quem está perto de nós. Não podemos tentar moldar as pessoas da nossa família, mas aprender a nos respeitar e crescer juntos. 

Há quatro temperamentos humanos que podemos estudar para entender melhor:

Existe o temperamento colérico: alguém energético, audacioso e que vê o mundo de forma prática. Um colérico sujeito à influência do Espírito Santo é como uma lareira em um dia frio. Quando ele está cheio do Espírito, a sua linguagem estará cheia de bondade. Paulo é um exemplo desse temperamento. Precisava haver um homem determinado e audacioso como ele para cumprir o chamado. 

Os fatores naturais de um temperamento não significam que alguém está fadado a ser assim. Mas, sabendo que sua carne está sujeita a esses ímpetos, você precisa se influenciar com a Palavra pra ser como o Senhor lhe criou para ser. O colérico precisa aprender a andar no amor de Deus.

Existem momentos em que os temperamentos nos impulsionam a agir através da nossa carne, mas devemos estar determinados a agir através da natureza de Deus. 

Há também o temperamento sanguíneo. Ele é crédulo, comprometido, companheiro e impulsivo. É alguém que não tem dificuldade com pessoas diferentes ou em conquistar atenção das pessoas, mas, se você convive com um sanguíneo, conhece áreas que precisam ser ajustadas, como o exagero.

Temos como exemplo, nas Escrituras, Pedro. Ele era ousado. Se não fosse essa ousadia, não teríamos relatos dele andando sobre as águas. O sanguíneo, sob influência natural, se voltará para o “eu”, mas sob influência do Espírito Santo, glorificará a Deus. 

Existe ainda o temperamento fleumático, como Abraão. Ele era calmo, prático e líder, mas, pode ser desconfiado, introvertido e desmotivado. Olhando para a trajetória de Abraão, vemos que o Senhor insistiu diversas vezes para ele começar a crer. Ele colocou a sua incredulidade sujeita a sua fé e confiança total em Deus. Mas, após crer no Senhor e crescer em fé, ele confiou completamente, para que as promessas de Deus pudessem se cumprir. 

Já o temperamento melancólico é leal e dedicado. Pode ser confuso e inflexível. Moisés é um exemplo. O melancólico é sensível e minucioso, mas, pode ser egoísta e crítico. O crente melancólico deve avaliar seus pensamentos através da Palavra de Deus. Se eu identifico que sou um melancólico, eu seleciono aqueles pensamentos que irão corresponder com minha nova natureza. 

Esse é um breve resumo dos temperamentos para entendermos o porquê de agirmos e falarmos de determinadas formas, entendendo que somos diferentes uns dos outros. Eu posso olhar para os meus pontos fortes e usar eles para o melhor da minha família.

Quando sabemos quem nós somos, sabendo que nossa identidade está em Cristo, fortalecemos nossas áreas boas e somos melhores para as nossas famílias. Além de entendermos que as pessoas ao nosso redor reagirão de forma diferente e nós poderemos aproveitar o melhor de cada pessoa. 

Nós podemos olhar para as pessoas apenas no contexto humano, mas podemos decidir olhar segundo Cristo. Eu posso decidir olhar o que tem de melhor nas outras pessoas. Se o nosso olhar for mais suave e gentil, começamos a ficar mais pacientes e compassivos. A compaixão é seguida de uma ação. Quando estamos movidos por compaixão pelos de casa, com suas dificuldades, essa compaixão vai nos mover a sermos socorro para eles. Em vez  de tentarmos fabricar pessoas da forma que queremos que elas sejam, devemos deixar que sejam como o Senhor as criou para ser.

Existem virtudes e qualidades nos nossos que devemos valorizá-las. Independentemente das nossas diferenças, não iremos desistir da nossa família. O amor é um elo precioso para o renovo nos lares. Quando aceitamos como eles são, estaremos os honrando. Que a honra floresça em nossas casas e nossas palavras sejam temperadas com amor!

*Trechos da mensagem do dia 27 de fevereiro, no Acampamento Verbo da Vida 2022.

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