Por definição, farol é uma construção junto ao mar, em forma de torre, dotada de foco luminoso na parte superior para orientar navios durante a noite. O farol é tão necessário para preservação da vida, que em lugares onde não se é possível construir um deles, navios-faróis executam essa função na costa.
Atualmente, vivem-se tempos difíceis na sociedade — complicados e confusos — e a igreja precisa certificar-se de estar navegando no mar do Espírito, à medida que olha fixamente para o farol da Palavra de Deus. É função da igreja agir como um navio-farol que sinaliza aos que se perdem na escuridão do pecado o caminho seguro a seguir. Mas, para isso, é necessário assegurar se, de fato, esse “farol” está “apagado” ou transmitindo a luz do amor de Deus.
O livro de João destaca que a condição de andar na luz é ter comunhão com as pessoas e somente dessa forma é possível seguir com o coração puro diante de Deus:
“Portanto, se dissermos que somos amigos dele e continuarmos a viver na escuridão espiritual e no pecado, estamos mentindo. Mas se estivermos vivendo na luz da presença de Deus, tal como Cristo, então temos alegria e uma comunhão maravilhosa uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado. Qualquer um que diz que está andando na luz de Cristo, mas odeia o seu irmão, ainda está na escuridão. Mas todo aquele que ama o seu irmão está “andando na luz” e pode ver o caminho sem andar tropeçando de lá para cá, na escuridão e no pecado” (1 João 1.6,7 e 2. 9,10).
A forma como Deus mede o sucesso, obrigatoriamente, passa pela motivação com que as pessoas se relacionam umas com as outras, principalmente como igreja. É sabido que, quem ama, a cada dia, vai se parecer mais com Cristo. Acredite: é possível ser tão ativo ministerialmente, tão cheio de atividades importantes e estar com o “saldo negativo na conta” com Deus por ser negligente às necessidades das pessoas ao seu redor. É fato:
Se as pessoas não estão vendo Jesus cada vez mais na vida de um cristão, ele está à deriva do plano de Deus e tem naufragado no seu propósito.
A igreja é o Corpo de Cristo! Idealizada por Deus para ser uma máquina perfeita, assim como o próprio corpo humano. Naturalmente, cada parte do corpo tem uma função específica e fundamental para a homeostase e o bem-estar geral. É notória, por exemplo, a importância do coração em bombardear sangue com oxigênio e nutrientes para todas as células, e isso só é possível porque, individualmente, cada célula faz o seu papel. É sabido que as células se comunicam e trocam nutrientes entre si, e muitas funções celulares têm sido comprometidas por não chegarem a elas os nutrientes que precisam para desempenhar com excelência sua função.
Dito isso, sabe-se que muitas funções no Corpo de Cristo estão prejudicadas porque pessoas têm sido descuidadas e egoístas às necessidades de outras, privando-as dos “nutrientes” de amor de que precisam para sobreviver e cumprir sua função. Deus fez as pessoas dependentes uma das outras, no que diz respeito a receber e dar, assim como as células. É lamentável ver a igreja se relacionando superficialmente e com a motivação errada, dentro de grupinhos sociais que nada tem a ver com o Reino de Deus.
O apóstolo Paulo expressou com muita clareza o coração do Espírito em seu zelo e amor pela igreja. Ele sabia do que tinha sido confiado a ele pelo Senhor e da responsabilidade de nutrir o Corpo de Cristo através da unção. A carta aos Efésios deixa claro a importância de cada um fazer a sua parte para a edificação do Corpo de Cristo:
“Dele todo o corpo, ajustado e unido pelo auxílio de todas as juntas, cresce e edifica-se a si mesmo em amor, na medida em que cada parte realiza a sua função” (Efésios 4.16).
A igreja — instituição — nunca será mais importante do que a igreja — noiva de Cristo. Ela é um organismo vivo, não uma empresa que coloca os interesses corporativos acima do valor das pessoas, afinal, elas querem ser amadas e não mais um número a ser contabilizado na estatística! A igreja de Éfeso era madura e cheia de revelações, mas Jesus a chamou de caída, reprovada na lição básica: amar! Viver em uma “bolha” evangélica afasta qualquer pessoa de seu propósito na vida.
“Contra você, porém, tenho isto: você abandonou o seu primeiro amor. Lembre-se de onde caiu! Arrependa-se e pratique as obras que praticava no princípio. Se não se arrepender, virei a você e tirarei o seu candelabro do seu lugar” (Apocalipse 2.4-5).
É possível fracassar mesmo envolvido em coisas lícitas! Os fariseus, por exemplo, eram pessoas comuns, tão cuidadosos da Lei… e tão desumanos! Que contraste! Como ser porta voz do Amor e não valorizar as pessoas? Eram gente da pior qualidade! Para eles, a Lei tinha mais importância do que ver uma mulher ser curada num sábado qualquer. Jesus ressaltou que no coração deles existia podridão e os chamou de hipócritas! Eram tão cegos e maus que acabaram assassinando o Salvador deles. Muitas vezes, sem perceber, inicia-se um processo de farisaísmo no caráter das pessoas e, sutilmente, vai-se aprendendo a ser indiferente e injusto às pessoas. Isso é pecado!
De fato, vivenciam-se os últimos dias e essa geração perdida precisa enxergar o farol através da igreja e a ÚNICA forma de garantir isso é através do amor. As pessoas no mundo estão desorientadas, feridas, buscando respostas, e infelizmente, muitos têm sofrido, desviando-se da rota e propósito no Corpo de Cristo. Desse modo, faz-se necessário ter muito cuidado com a motivação, base nos relacionamentos e atitudes! A Palavra aponta claramente que a única certeza de se estar no caminho certo é amando as pessoas, sem jogo de interesses e corporativismo, independentemente da função que as pessoas ocupam no Corpo.
Não é possível amar da nossa zona de conforto! São fortes e confrontadoras essas palavras, mas sempre é tempo de mudar e deixar brilhar, não o brilho do ego, mas, a Luz de Cristo. Seja farol! Porque, afinal, para quê serve um farol apagado?
Quem tem ouvidos, ouça a voz do Espírito!
“Esse profundo amor que tiverem uns pelos outros provará ao mundo que vocês são meus discípulos” (João 13.35).
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