Enquanto ouvia falar sobre o pastor Bud, lembrava-me não apenas de um aluno nosso, mas também de um amigo. Recordo-me quando praticava corridas de atletismo no colegial, do tipo revezamento, modalidade na qual passamos o bastão para outra pessoa que, após recebê-lo, precisa correr o mais rápido que puder.
Em 2003, Kenneth E. Hagin partiu para a glória. Quando isso aconteceu, esse bastão foi transmitido para mim. Isso também aconteceu aqui em 2013, com o apóstolo Guto. Se o Senhor não voltar rápido, o bastão também precisará ser transmitido para outra geração e assim sucessivamente. Quando Kenneth E. Hagin partiu para o Senhor, tínhamos 14 Centros de Treinamento Bíblico Rhema, mas agora são 297 unidades em todo o mundo.
Percebemos que a visão e a mensagem nunca param quando o líder parte para estar com o Senhor. Quando o bastão é transmitido, é a sua hora de correr e fazer a sua parte nessa corrida. Eu tenho um filho e uma filha, Craig e Denise, além de três netos que estão pegando esse bastão no ministério. Por isso, gostaria de trazer a minha saudação e felicitação ao Ap. Guto e sua equipe, pois não estão tentando viver no passado, mas tomaram os seus lugares e estão correndo a carreira, e avançando com a Palavra da Fé.
Desprendidos dos títulos
A Palavra de Deus nos ensina em Efésios 4.11-16:
“E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente. Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, Do qual todo o corpo, bem ajustado, e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor.” (Efésios 4.11-16).
Os dons ministeriais são estabelecidos na Igreja para amadurecimento de todos, com objetivo de que o Corpo de Cristo atinja a maturidade. O propósito é que não sejamos como crianças, levados de um “lado para o outro” por todo “vento” de doutrina. Quando as pessoas não são ensinadas na verdade, têm suas carreiras prejudicadas, devido a interpretações não baseadas nas Escrituras.
Nesse sentido, o apóstolo Paulo declarou que mesmo que ele ou outra pessoa ensinasse algo diferente, a Igreja deveria rejeitar. O inimigo vai trazer ensinamentos diferentes por aí para nos fazer sair do nosso trajeto. Porém, nós precisamos nos manter firmes na verdade em que fomos ensinados.
Ministerialmente falando, devemos perceber que não são as pessoas que atribuem títulos a elas mesmas. O chamado é construído, aceitando o que Deus nos chamou para fazer. Cada um dos dons ministeriais carregam consigo uma função específica e nós devemos operar nessa unção. Certa vez alguém me disse: “Ninguém me chama de pastor”. Eu lhe respondi: “Um título pode até ser dado, mas ser chamado de pastor é uma construção, você se comportando como tal”.
Permaneça
Tem muita gente que está se chamando de apóstolo. Nunca me chamei de nenhum desses dons. As pessoas que falam sobre mim. Eu até digo: “Tudo bem, porém eu não estou interessado em títulos, mas em fazer o que Deus me chamou para fazer!”. É assim que edificamos o Reino de Deus. Cada um de nós deve permanecer fiel ao chamado que Deus nos confiou.
Eu aprendi isso com o meu pai e com o meu sogro. Ambos eram grandes homens de Deus. Eles me ensinaram desde cedo, desde meus 27 anos. Eles me diziam: “Filho, fique com aquilo que Deus o chamou para fazer”. Muitas vezes, no ministério, podemos ver outros ministros, pensando que seria bom fazer “isso ou aquilo” em outro ministério. Pensando assim, terminamos por nos afastar da vontade de Deus. Se Deus falar conosco para mudarmos de ministério, tudo bem. Mas se Ele não nos falar nada, devemos ficar com aquilo que Deus nos posicionou, até que nos diga para nos movermos.
O apóstolo Paulo, falando de maneira especial para Timóteo, seu filho na fé, nos ensinou em II Timóteo 2.1-5:
“Tu, pois, meu filho, fortifica-te na graça que há em Cristo Jesus. E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros. Tu pois, sofre as aflições, como bom soldado de Jesus Cristo. Ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra. E, se alguém também milita, não é coroado se não militar legitimamente.”
Assim como o apóstolo Paulo, eu digo da mesma forma: vocês já foram ensinados, portanto, se fortaleçam na graça que há em Cristo Jesus. Vocês já ouviram dos seus mestres. Talvez tenham ouvido até meus ensinamentos, mas agora a responsabilidade é sua, de “agarrar” aquilo a respeito do qual ensinamos e treinamos.
Somos parte do Exército de Deus
Paulo ensinado a Timóteo também o instruiu, dizendo: ”Participe comigo dos sofrimentos como bom soldado de Cristo”. Algumas pessoas que vivem da fé, acreditam que não vão passar por sofrimentos. Se fazemos parte do Exército de Deus, iremos enfrentar dificuldades, porque estamos confrontando o inimigo. Porém, se queremos sair vitoriosos, é necessário enfrentar as dificuldades, participando do treinamento e também da batalha.
Devemos estar dispostos a enfrentar o inimigo e colocá-lo para correr. Somos parte do Exército de Deus e, enfrentar o inimigo “cara à cara”, depende de nós! Não temos uma arma que atira balas, mas temos a nossa boca. As palavras que proferimos são a nossa arma! É assim que derrotamos o inimigo.
O apóstolo Paulo, prosseguindo em instruir a Timóteo, ensinou que o soldado em serviço não se envolve com as coisas deste mundo. Claro que viveremos nossa vida, desfrutando de coisas boas, mas não podemos ficar tão focados de tal forma que não consigamos ver os nossos deveres. Existem regras da parte de Deus e regras da organização a qual fazemos parte. As forças armadas dos Estados Unidos da América estão divididas em: Exército, Marinha e Forças Aéreas. Todas essas forças estão servindo ao mesmo país, mas cada uma possui regras e deveres diferentes.
Deixa eu dizer para você: pregue a Palavra. Não fique pregando o que ouviu outra pessoa falar. O meu pai, que considero um dos maiores exemplo de fé da geração moderna, ficava chateado com as pessoas porque elas pregavam dizendo que o Irmão Hagin dizia “isso ou aquilo”, mas que na verdade era a Bíblia quem ensinava. Às vezes, as pessoas pensam que citar o que outra pessoa disse vai dar credibilidade à sua ministração. Graças a Deus pelo que as pessoas dizem, mas se nós estamos dizendo o que a Bíblia diz, não diga meu nome, cite logo as Escrituras. Se estiverem falando uma citação ou ilustração que utilizei, tudo bem, mas se tiver sido a Palavra quem disse, foque na Palavra. Não pregue o que você ouviu “por aí”. Não pregue o que as pessoas acham que você deveria dizer.
Esteja sempre pronto
Como adolescente, crescendo na casa do meu pai, sabia das dificuldades que enfrentávamos. Por conta delas, perguntava: “Pai o que vamos fazer sobre isso?”. Ele me respondia com uma pergunta: “O que a Palavra de Deus diz sobre isso? Essa é só mais uma oportunidade para provarmos que a Palavra de Deus funciona”.
Paulo também disse para Timóteo que ele deveria pregar a Palavra em tempo e em fora de tempo. Como Timóteo, devemos estar prontos para pregar em qualquer tempo e em qualquer lugar. Estou sempre pronto. Muitas vezes eu prego sobre cura e tenho ministrações sobre ela. Meu pai me dizia: “Se Deus lhe deu uma mensagem, guarde-a”.
Esteja sempre a postos para ministrar. Certa vez, quando estávamos prontos para voltar para casa, tivemos um problema em nosso avião e, por isso, precisamos fazer uma parada em certa cidade. Aquela cidade possuía uma Igreja do Rhema e possuía um culto na quarta-feira à noite. Eu não estava vestido adequadamente para ministrar e, por isso, esperei para chegar “meio atrasado” no culto, porque queria chegar de mansinho e sentar na parte de trás da Igreja. Porém, quando um diácono me reconheceu, disse: “Olha o pastor Hagin!”. Não estava pronto para ministrar naquela noite. Mas disseram: “Pastor, o senhor vai pregar hoje à noite”. Eu não tinha um esboço, mas tinha no meu celular um aplicativo da Bíblia. Então peguei três versículos sobre cura, subi à plataforma e preguei. Isso significa um bom exemplo do que o apóstolo Paulo falou, que devemos estar prontos em tempo e fora de tempo. Devemos deixar o nosso melhor sermão pronto o tempo todo.
A sã doutrina
Instruir nem sempre é confortável. O apóstolo Paulo disse a Timóteo que ele precisaria corrigir, repreender e confrontar situações. Fazer essas coisas não é divertido, mas necessário. A palavra doutrina pode ser interpretada como teologia correta. Já precisei ficar atrás de pessoas, porque elas não administraram a Palavra de Deus da maneira correta. Eu tive que corrigir em amor e dizer que aquela não era a interpretação correta das Escrituras. Ela estava acrescentando à Palavra de Deus as suas suposições para que a Bíblia se adequasse às suas teologias. Deus disse o que Ele queria dizer. Ele não precisa de nós para tentar explicar que Ele queria dizer isso ou aquilo outro. Devemos dizer do jeito que o Senhor disse e “ponto”.
Parece que o mesmo cenário está acontecendo na Igreja dos dias de hoje.Haverá tempo em as pessoas não suportarão a sã doutrina. As pessoas de hoje não estão interessadas em aprender a Palavra de Deus, mas ouvirem simplesmente que tudo ficará bem. Não sou aqui no Brasil, mas nos EUA temos muitas Igrejas que estão cheias de pessoas que querem ouvir sermões que as façam se sentirem bem.
Quando temos um encontro com Jesus, existe algo que muda o nosso coração. Muitas Igrejas dos EUA que já não permitem mais o mover do Espírito. Eles dizem: “Queremos manter a multidão conectada”. Eles acabam cortando essas coisas, e nem sequer fazem mais o apelo para a salvação. Porém, o apóstolo Paulo disse que se queremos manter a multidão conectada, devemos preservar o mover do Espírito Santo. Isso vai trazer multidões!
Devemos cumprir o nosso ministério. Quando tudo estiver finalizado e tivermos cumprido a nossa carreira, que possamos falar com o apóstolo paulo: “Combati o bom combate, acabei a carreira e guardei a fé”. Se deixarmos o fogo do Espírito se acabar, vamos ficar só na fumaça. Fumaça só faz mal, não serve para nada.
*Trechos da mensagem de 25 de maio de 2024, na Conferência de Ministros Nordeste.