Yago Calado
Yago Calado
Graduado da Escola de Ministros Rhema

Sabemos que o novo nascimento opera mudança em nosso espírito, o nosso homem interior é recriado segundo a imagem de Deus. Passamos a ter a natureza de Cristo em nós, e aquilo que era impossível (mortificar a carne e inclinar-se para as coisas do espírito), visto que estávamos entregues às nossas concupiscências, passa a ser possível por causa da natureza Divina em nós. A graça de Deus começa a operar, possibilitando a nós uma vida de santidade.

Contudo, é interessante como, ao longo das cartas bíblicas no Novo Testamento, os cristãos são instruídos a submeterem-se à renovação de suas mentes. Agora, nesta nova vida em Cristo, existem alguns pensamentos viciosos que precisam mudar, e essa mudança vem pela exposição à Palavra, tempo dedicado em oração, comunhão com o Espírito, e prática das verdades recebidas.

Saímos do mundo cheios de vícios de mentalidade, porque lá aprendemos conceitos e rótulos sobre tudo. Por exemplo, no mundo ensina-se que grandeza é pisar tudo e todos para alcançar seus objetivos, em Cristo aprendemos que ser grande é ser servo de todos (Mateus 20:26). No mundo aprendemos a vingar todo o mal feito a nós, em Cristo aprendemos que devemos dar lugar à ira de Deus, não a nossa, pois a ira de Deus opera justiça (Romanos 12:19).

Poderia continuar citando muitos outros temas onde os conceitos do mundo e os conceitos bíblicos entram em conflito, mas gostaria de abordar especificamente o que dá título a esse texto – Humildade.

Antes, ele dá maior graça; pelo que diz: Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes (Tiago 4:6).

É comum que se veja o humilde como alguém muito frágil, de poucas palavras, que não aparece muito e nem “incomoda” ninguém. Ainda, é possível que se tenha a imagem de alguém humilde muito associada à sua condição financeira. Então, por vezes, é possível que a pessoa humilde esteja relacionada a alguém de poucas posses, uma figura cabisbaixa e muito fraca.

No entanto, pela Palavra, entendemos que pobreza não tem qualquer relação com humildade. Na passagem citada acima fica claro que o contrário de humildade é a soberba, o que nos leva a entender que estas duas características são condições do coração. Ou seja, são condições interiores do homem para com Deus, bem como do homem para com seu próximo.

Rogo igualmente aos jovens: sede submissos aos que são mais velhos; outrossim, no trato de uns para com os outros, cingi-vos todos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, contudo, aos humildes concede a sua graça.

Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo oportuno, vos exalte (1 Pedro 5:5-6).

O humilde segundo Deus é alguém que se submete tanto a Ele como ao seu próximo. O soberbo considera-se autossuficiente, não precisa de ajuda, e consegue fazer tudo sozinho. Humildade é ter total dependência de Deus, entender que somos limitados em nossa própria força. Quando nos humilhamos perante o Senhor, reconhecendo que tudo o que somos, que temos e que podemos vem de Deus, estamos dando liberdade para que sua graça opere em nossas vidas e realize aquilo que é impossível por conta de nossas limitações.

Deus sempre rejeitou a ideia do homem autossuficiente, pois Ele sempre rejeitou a ideia de que o homem obtenha o mérito por suas realizações.

Quem a si mesmo se exaltar será humilhado; e quem a si mesmo se humilhar será exaltado (Mateus 23:12).

Portanto, não é vergonha recorrer a Deus, essa é a ordem espiritual das coisas. Dizer: “estou só a graça” não é um mal sinal, pelo contrário, é o reconhecimento de dependência Divina. Assim como a roupa cobre nosso corpo, que possamos cingir nosso coração de humildade todos os dias, para que não venhamos a ser resistidos por Deus.

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