A Bíblia diz que o verdadeiro amigo é aquele que em todo o tempo (não importa que tempo seja esse) ama, e na hora da angústia, se mostra como um irmão! (Pv. 17.17). Mas tenha cuidado para não cometer o erro de ficar observando a vida daqueles que te cercam a fim de tentar identificar quem pode ser esse amigo para você. É melhor decidir ser esse amigo para alguém! Do contrário, você vai tornar-se egoísta, buscando apenas os seus próprios interesses.
É necessário ter uma atitude determinada (para ser esse amigo), tomar essa decisão por você mesmo. Eu acredito que existem os tais amigos. Tenho amigos. Acredito neles. Devemos entender que algumas vezes, eles podem nos decepcionar, falhar em algum momento, que eles podem cometer erros. (Por favor, não me entenda mal, não é uma questão de direito, mas por causa da condição humana).
Portanto, por mais que nos decepcionemos com eles, precisamos lembrar que, assim como eles, nós também estamos sujeitos a erros. Quem é perfeito? Ninguém. É exatamente por isso que acredito ser injusto esperarmos a perfeição de pessoas. A palavra de Deus nos inspira a sermos pessoas boas, que deixam marcas positivas na vida de outros, mas não é porque está escrito na Bíblia que simplesmente ele será. Depende da atitude dele para com a palavra.
Devemos tomar posições quanto àquilo que a Bíblia diz ao nosso respeito e devemos estar dispostos a crer, porque o que a palavra diz é possível de ser vivido. Devemos fazer cumprir a palavra em nossas vidas. Agora, devemos ter cuidado, pois como disse a pouco, podemos ser injustos com nossos amigos ao nos decepcionarmos com eles. Eu explico o porquê, e quero lhe ajudar a identificar os seus verdadeiros amigos:
O amigo verdadeiro não é aquele que só se envolve conosco no âmbito emocional, quando nos encontramos em meio a problemas, sentindo por nós, pelo que passamos, ou pelo que fazem contra nós. Consideremos o que está escrito em Provérbios:
“Como o ferro com o ferro se afia, assim, o homem, ao seu amigo”. (Provérbios 27.17)
Assim como é necessário o atrito de um metal com outro para se afiar e tornar o corte preciso (ou perfeito), muitas vezes é em meio ao atrito do confronto que se aperfeiçoa a amizade entre duas pessoas. Somos tendenciosos a nos chatear ou nos sentirmos decepcionados quando aqueles que consideramos como amigos nos confrontam e apontando nossos erros. É exatamente por essa disposição que deveríamos identificar os verdadeiros amigos e os apreciarmos.
Em contra partida, no mesmo livro de Provérbios, capítulo 29.5, está escrito:
“O homem que lisonjeia o seu próximo arma-lhe uma rede aos passos”.
Lisonja é louvor fingido, adulação. Faltar com a verdade é, muitas vezes, algo irreparável. Se o meu “amigo” não me confronta, só me elogia, não me reprova, posso estar sendo prejudicado e impedido de crescer.
Lembro de algo que ouvi e dizia mais ou menos assim: “Quando censurado, não preste atenção na fonte. Não indague se é um amigo ou um inimigo que o repreende. Frequentemente um inimigo lhe é de maior valia do que um amigo, porque aquele não é influenciado pela simpatia”. E concordo com isso, no entanto, isso não quer dizer que um amigo verdadeiro, ainda que tenha toda simpatia conosco, não possa ser franco, ou não deva ser franco nos “censurando” ou corrigindo.
Outro cuidado que ainda deve existir, é que, mesmo entre nossos amigos é possível que encontremos os pessimistas e, quando estes se identificam com um dos nossos problemas, quer seja por já terem vivido ou por ainda viverem a mesma situação, ou mesmo por terem suas considerações (pessimistas) quanto à situação, logo venham com seus conselhos ou relatórios. O fato de serem amigos e de estarem bem intencionados não nos assegura de maneira a acolhermos seus “conselhos”. Geralmente o que dizem é mais ou menos como segue:
– “Irmão, não é fácil, mas dá pra ir levando. Você vai acabar se acostumando. Tenha um pouco de paciência. Sei que não está nada bem, isso é ruim, mas dá para ir levando”.
Muitas vezes, não temos como evitar escutar conselhos negativos como esses, mas podemos tomar uma atitude adequada. Escute até um determinado momento, mas, antes de ser persuadido, antes que você se acomode como ele, você deve se posicionar e dizer:
– “Vejo que você não tem como me ajudar a sair desta circunstância. Você não conseguiu sair até hoje”.
Então, para não permanecer como ele, educadamente peça licença e procure por ajuda de quem de fato esteja na condição de lhe ajudar, como quem diz:
– “EI, TEM ALGUÉM AI FORA DESTA SITUAÇÃO? ME AJUDE A SAIR DAQUI, POR FAVOR, ME AJUDE A SAIR DESTE BURACO!”
Quem está dentro das mesmas circunstâncias, geralmente e provavelmente, não pode lhe ajudar muito. É melhor buscar ajuda de quem está fora dela. Não se deixe envolver tanto com o que você ouve de amigos que são pessimistas, pois correrá o risco de ficar na mesma condição dele. Talvez seja você, aquele que vai ajudar seu amigo a sair da situação em que ele se encontra. Seja verdadeiro e franco, mas não esqueça, sempre em amor. Volte-se para a palavra de Deus e ajude o seu amigo a “sair do buraco”.
Sugiro a leitura das passagens abaixo:
Provérbios 17.17: O amigo ama em todos os momentos; é um irmão na adversidade.
Provérbios 27.17: Como o ferro com o ferro se afia, assim, o homem, ao seu amigo.
Provérbios 29.5: O homem que lisonjeia a seu próximo arma-lhe uma rede aos passos.
Provérbios 14.21: O que despreza ao seu vizinho (próximo, ou amigo) peca; mas feliz é aquele que se compadece dos pobres.
Provérbios 22.24-25: Não associe com quem vive de mau humor, nem ande em companhia de quem facilmente se ira; do contrário você acabará imitando essa conduta e cairá em armadilha.