
Graduada do Rhema Brasil
É fato que água e óleo não se misturam. Faça a experiência e você vai comprovar. Isso acontece porque as moléculas que compõem a água são distintas das que compõem o óleo e os estudos revelam que moléculas de compostos diferentes devem ter características parecidas para que esses compostos se unam transformando-se em uma só substância, caso contrário a barreira da separação se torna inevitável.
Comecei a pensar nisso quando me lembrei que durante um tempo da minha vida, era com esse exemplo que eu justificava o fracasso no meu relacionamento com as pessoas. Eu dizia: “Nunca vou me ‘misturar’ com fulano porque ele é diferente de mim, é extrovertido demais para que eu consiga me relacionar com ele”, ou, “eu sou reservada demais para me inserir em tal grupo”. Mas, graças a Deus que fez cada de um de nós com características e personalidades diferentes, pois isso é o que coloca beleza em nossos relacionamentos. Somos seres que se complementam e dependem um do outro.
Em I Coríntios 12.17, o apóstolo Paulo usa uma metáfora para ensinar a Igreja que os dons espirituais se manifestam de diversas formas, mas através do mesmo Espírito. Ele diz que assim como no corpo físico cada membro tem um papel único e importante, também na Igreja (o Corpo de Cristo), a operação de cada dom espiritual contribui para o ajuste de todo o Corpo, pois são dependentes entre si.
Não podemos justificar nosso insucesso no relacionamento com o outro, nos baseando no fato de que ele não é como nós. Antes, nosso papel é celebrar as diferenças e aceitá-las com base na Palavra e no amor de Cristo. Deus nos criou com uma personalidade que é só nossa, mas isso não quer dizer que ela não possa ser moldada à luz dos preceitos divinos. Assim, como quem é muito reservado e gosta mais de observar do que de falar, deve se esforçar para inserir-se socialmente e construir relacionamentos sadios, quem é extrovertido e falante, deve esforçar-se para conter a língua em determinadas situações evitando uma exposição excessiva de si mesmo e da vida alheia.
O Reino de Deus precisa tanto dos “Pedros” quanto dos “Paulos” para funcionar. Além disso, nosso crescimento se dá pelo fato de estarmos juntos a pessoas diferentes de nós, não somos como a água e o óleo, as barreiras que nos separam podem ser facilmente derrubadas pela nossa disposição em mudar de atitude. Existem coisas que eu nunca poderei fazer tão bem quanto outra pessoa, assim como têm coisas que outra pessoa não poderia fazer em meu lugar porque só eu recebi o dom e a graça para aquilo.
Se Deus em sua magnitude e infinita sabedoria nos presenteou com características tão peculiares, porque não aceitaríamos a nós mesmos? Não queira ser o que você não é imitando o outro e, não queira fazer o que o outro foi chamado para fazer. A medida da graça é proporcional ao chamado de Deus na sua vida, mas se você entrar no chamado de outra pessoa, ela deixará de ser suficiente.
Se você tentar se comportar com uma personalidade que não é a sua, a ausência de autenticidade logo será percebida. Deus é inteligente o suficiente para saber que as características que Ele depositou em você são exatamente as que você precisa para cumprir o propósito dele na sua vida.
Gênesis 1.27 está escrito que Deus criou o homem à sua imagem e semelhança, ou seja, nós somos o reflexo de Deus. É como se Ele ao olhar-se em um espelho, contemplasse a nossa imagem refletida. Quando olhamos para essa verdade, entendemos que é possível fazer com que nossa personalidade fique cada dia mais parecida com a de Deus. Ele é paciente, longânimo, bondoso, compassivo, fiel. Ele é amor!
Exercite-se nas características divinas e abra o caminho para os bons relacionamentos. Você pode escolher com quem se associar, mas não pode escolher quem você vai aceitar e amar. O amor é revelado pelas atitudes não pelo nível de afinidade.