Há algum tempo ouvi essa frase do pastor de uma das maiores e mais influentes igrejas do mundo hoje. Ele explicava que a história daquela igreja, ainda que aparentemente marcada por algumas pessoas muito talentosas, foi construída pelo sacrifício de muitas pessoas, a maioria anônimas.
Esses dias tenho pensado no que leva uma equipe de música (ou qualquer outro ministério coletivo) a alcançar lugares altos, a ponto de serem reconhecidos publicamente. É claro que pessoas talentosas chamam atenção, e é bom que o talento delas seja reconhecido, cultivado e aprimorado. Tudo isso pode trazer glória ao Senhor, e como corpo, devemos honrar o talento que Deus depositou na vida de cada um.
Mas um ministério não se sustenta somente com talento. Durante a minha caminhada conheci alguns ministérios que contavam com o talento de alguns, e foram raras as ocasiões em que esse talento conseguiu promover algo sólido além da “admiração” inicial e um posterior desinteresse. Muitos desses “ministérios” se desfizeram depois de algum tempo, por diferenças entre o grupo, porque a pessoa “talentosa” não quis mais continuar, ou até mesmo porque não perseveraram até chegar o tempo certo.
O que sustenta mesmo um ministério é a unidade. Quando pensamos no dia a dia de um ministério de música (ou qualquer outro!), é claro que problemas acontecem e precisam ser resolvidos. Porém quando eles aparecem e há unidade, eles são resolvidos porque há um propósito maior guiando esse grupo.
O que sustenta mesmo um ministério é submissão à autoridade. A atitude do coração dos trabalhadores para mim é mais importante do que o talento. Quando se tem coração mas não se tem habilidade, podemos trabalhar e nos esforçar para melhorar. Mas quando se tem talento e não se tem coração, as coisas podem facilmente ir ladeira abaixo. Seguir qualquer instrução da liderança mesmo quando isso não é o que você faria ou do jeito que você queria é o que faz um ministério ter sucesso (não me refiro à fama, mas ao ser bem-sucedido)
Mesmo no sistema do mundo, o talento pode trazer visibilidade, mas ele não é em si mesmo sinônimo de sucesso. Podemos, por exemplo, perceber a quantidade de vencedores de reality shows musicais que são esquecidos pouco tempo depois do programa acabar.
Ainda mais no Reino de Deus, onde o Senhor vê o coração do homem, isso não passa despercebido. Quando a atitude do coração está correta, há um caminho aberto para receber promoção de Deus no seu ministério.
Que saibamos reconhecer, e prestigiar o talento que Deus deu a cada um. Mas que o nosso foco maior esteja em cultivar e apreciar um coração ensinável, puro e desejoso de agradar ao Senhor, porque é isso o que nos leva a alcançar o lugar que Deus de antemão preparou para o nosso ministério.