Não do talento de alguns, mas do sacrifício de muitos

Felipe Aguiar
Felipe Aguiar
Graduado da Escola de Ministros Rhema

Há algum tempo ouvi essa frase do pastor de uma das maiores e mais influentes igrejas do mundo hoje. Ele explicava que a história daquela igreja, ainda que aparentemente marcada por algumas pessoas muito talentosas, foi construída pelo sacrifício de muitas pessoas, a maioria anônimas.

Esses dias tenho pensado no que leva uma equipe de música (ou qualquer outro ministério coletivo) a alcançar lugares altos, a ponto de serem reconhecidos publicamente. É claro que pessoas talentosas chamam atenção, e é bom que o talento delas seja reconhecido, cultivado e aprimorado. Tudo isso pode trazer glória ao Senhor, e como corpo, devemos honrar o talento que Deus depositou na vida de cada um.

Mas um ministério não se sustenta somente com talento. Durante a minha caminhada conheci alguns ministérios que contavam com o talento de alguns, e foram raras as ocasiões em que esse talento conseguiu promover algo sólido além da “admiração” inicial e um posterior desinteresse. Muitos desses “ministérios” se desfizeram depois de algum tempo, por diferenças entre o grupo, porque a pessoa “talentosa” não quis mais continuar, ou até mesmo porque não perseveraram até chegar o tempo certo.

O que sustenta mesmo um ministério é a unidade. Quando pensamos no dia a dia de um ministério de música (ou qualquer outro!), é claro que problemas acontecem e precisam ser resolvidos. Porém quando eles aparecem e há unidade, eles são resolvidos porque há um propósito maior guiando esse grupo.

O que sustenta mesmo um ministério é submissão à autoridade. A atitude do coração dos trabalhadores para mim é mais importante do que o talento. Quando se tem coração mas não se tem habilidade, podemos trabalhar e nos esforçar para melhorar. Mas quando se tem talento e não se tem coração, as coisas podem facilmente ir ladeira abaixo. Seguir qualquer instrução da liderança mesmo quando isso não é o que você faria ou do jeito que você queria é o que faz um ministério ter sucesso (não me refiro à fama, mas ao ser bem-sucedido)

Mesmo no sistema do mundo, o talento pode trazer visibilidade, mas ele não é em si mesmo sinônimo de sucesso. Podemos, por exemplo, perceber a quantidade de vencedores de reality shows musicais que são esquecidos pouco tempo depois do programa acabar.

Ainda mais no Reino de Deus, onde o Senhor vê o coração do homem, isso não passa despercebido. Quando a atitude do coração está correta, há um caminho aberto para receber promoção de Deus no seu ministério.

Que saibamos reconhecer, e prestigiar o talento que Deus deu a cada um. Mas que o nosso foco maior esteja em cultivar e apreciar um coração ensinável, puro e desejoso de agradar ao Senhor, porque é isso o que nos leva a alcançar o lugar que Deus de antemão preparou para o nosso ministério.

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