“Ninguém me ama, ninguém me quer”. Você com certeza já ouviu essa expressão por aí. Ela costuma ser proferida por pessoas de baixa auto estima, manipuladoras ou extremamente dependentes no âmbito emocional. Supõe-se que tais indivíduos, dificilmente serão encontrados dentro do corpo ministerial de uma igreja, por exemplo. Mas, será?
Na verdade, pessoas incapazes de gerir suas próprias emoções, estão por toda parte. Todos nós necessitamos desenvolver as competências da tão falada inteligência emocional. Disso dependem todos os nossos relacionamentos interpessoais, na igreja ou fora dela.
Atualmente, um número expressivo de pessoas têm migrado de suas igrejas, alegando terem sido decepcionadas por algum líder ou “irmão” de seu grupo de convivência. Outras, decidem abandonar o barco pelo simples fato de sentirem-se inadequadas aos grupos de maior expressão ativa na igreja. Há ainda aqueles que se afastam por não concordarem com as decisões tomadas por seus líderes. É alarmante a quantidade de membros que decidem deixar um determinado ambiente eclesiástico, em busca de aceitação e reconhecimento em outro lugar.
Desejar aprovação e recompensa por um bom desempenho, é inerente ao ser humano e é lícito, mas a dura realidade, é que instalou-se em nosso meio, a cultura do “mimimi” e muitos, infelizmente, aderiram à tal. Com isso, não quero sugerir fazermos vista grossa para o fato de que existem líderes despreparados e desequilibrados atuando por aí.
Um líder que não está pronto para assumir a responsabilidade de suportar os erros alheios e dispor-se a reerguer pessoas, não deveria ser chamado de líder, mesmo porque, o próprio está tão sujeito à deslizes, como qualquer um de nós. Liderança é influência, amor e exemplo. Porém, a questão em pauta, é que muita gente está trocando de igreja e de liderança, em busca de satisfazer a si mesmo, quando na verdade, deveria estar disposta a sair de seu lugar de conforto, para abençoar pessoas. Alguns estão procurando a igreja perfeita, quando deveriam se dispor a aperfeiçoá-la com seus dons, talentos e serviço.
É muito fácil apontar os erros alheios, quando não estamos dispostos a pagar o preço para corrigir os erros em nós mesmos. Tem tanta gente desejando chegar numa igreja onde sempre receberá palavras brandas de carinho e amor, onde nunca serão confrontadas e corrigidas, e, onde nunca, jamais, um líder se esquecerá de cumprimentá-la na entrada. Sinto informar a tais pessoas, que essa igreja não existe! E cá entre nós; onde está escrito na Bíblia que nunca nos chatearíamos no convívio de um ambiente eclesiástico? O que a Bíblia afirma é:
“Não nos cansemos de fazer o bem, porque no tempo certo, colheremos, se não desanimarmos” (Gálatas 6.9)
Fazer o bem não é só amparar os necessitados e dar esmolas aos pobres. Fazer o bem inclui ser paciente quando os resultados do nosso trabalho parecem escassos e longínquos, inclui praticar empatia quando o outro não nos trata da forma que achamos que deveríamos ser tratados (Talvez, tal pessoa esteja com sérios problemas); inclui também, ser um facilitador para aqueles que lideram, ao invés de apontar o tempo todo, as coisas que achamos que estão erradas na liderança e acima de tudo, fazer o bem, inclui deixar de esperar somente receber e começar a dar (liberar) aquilo que já temos recebido.
“Porque assim como num só corpo temos muitos membros, mas nem todos os membros têm a mesma função, assim também nós, conquanto muitos, somos um só corpo em Cristo e membros uns dos outros” (Romanos 12.4-5)
Se somos membros uns dos outros, devemos entender que somos parte importante no funcionamento da igreja. Temos uma função definida que fará toda a diferença nos resultados se não for devidamente executada. Se decidirmos abandonar o “corpo” pelo simples fato de termos sido decepcionados, comprometeremos toda a estrutura. É claro que aonde formos, continuaremos sendo o corpo de Cristo, porque nos tornamos a igreja quando somos batizados Nele.
No entanto, devemos ter o cuidado para não incorrer no mesmo erro do qual alegamos ter sido vítimas, decepcionando pessoas também. Ao invés de focar somente no nosso próprio bem estar e procurar somente por pessoas que nos agradem, por que não procurarmos ser e fazer a diferença que tanto desejamos no outro?
Não fomos chamados para estar num lugar confortável o tempo todo, mas para promover conforto e paz para corações aflitos e desesperados, além das quatro paredes da igreja.
6 Comentários
Amém Daniel!
Somos um!
Parabéns pelo texto. Que bom saber que podemos fazer diferença no mundo. Que podemos nos tornar aquilo que o mundo mais precisa: cristãos verdadeiros !!!
Parabéns pela clareza do texto. Quando aprendemos que além de sermos falhos, devemos tratar o próximo da mesma forma que gostaríamos de ser tratados, estamos caminhando para o amadurecimento espiritualmente, a partir do momento que sabemos nos colocar no lugar do outro.
Isso mesmo Rejane. Estamos todos crescendo e desenvolvendo a nossa fé.
Maduro, coerente, atual, real e urgente.
Amém Gilson! ??