
Coordenadora do Centro de Oração do Ministério Verbo da Vida.
Eu amo adorar ao Senhor com sons e músicas. Mas há algo que vai além da boca e do coração, que é a adoração da obediência. Quando obedecemos, expressamos o ato de adorar. Nós obedecemos a Ele porque O amamos. E porque O amamos, amamos o que Ele ama. Sabemos que, como diz Romanos 5.5, o amor está em nós. Assim, podemos amar o mundo como Ele ama. Nós não precisamos ser convencidos a amar o mundo, apenas lembrados. Amamos o mundo por meio da oração.
“Nossa cidadania não é da terra, mas do céu. Assim como nosso Reino é celestial, nossa influência também é celestial” (Isaías 56.6-8).
Sempre foi o plano de Deus ter uma casa de oração. Não podemos separar nações, missões e povos desse lugar de oração. Porque é no lugar onde estamos com Ele, no Seu colo, que ficamos mais próximos, sendo casa de oração para todos os povos. Esse é o nosso lugar de obediência. Podemos atuar de outras formas, mas tudo passa por aqui. A influência passa por aqui. Podemos influenciar onde estamos, nas profissões que exercemos. Mas é através deste lugar de oração que tudo começa, principalmente o envio de pessoas.
Onde o nosso coração está?
Romanos 10 diz que aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Se a invocação traz salvação, como ficam os que não O conhecem? Precisamos que alguém pregue para eles. Mas como alguém pode pregar se não for enviado? Nós, como igreja, temos o privilégio de enviar pessoas.
Hoje, quero enfatizar o lugar da oração em nosso coração. Porque a Bíblia expressa que onde está o nosso coração, ali está nosso tesouro. Onde o nosso coração está, nossas orações estarão. Tudo vai fluir desse lugar, de onde está nosso coração. Enviamos missionários, mas não é apenas enviá-los, precisamos mantê-los.
Somos guiados pelo Espírito. É importante que, em tudo o que fazemos, não dependamos da força do nosso braço e da nossa capacidade natural. Vemos movimentos missionários através dos séculos, mas tudo começou neste lugar de oração.
O lugar de oração
Lembro da história de William Carey, um sapateiro. Deus havia falado com ele sobre as nações. Ele tinha um mapa em sua casa. Enquanto fazia sapatos, olhava para o mapa e orava. Começaram a fazer reuniões de oração pelo mundo, lembrando que o desejo de Deus era uma casa de oração para todos os povos, povos de todas as línguas e nações adorando a Ele. Numa dessas reuniões de oração, antes de se envolver com a oração, Carey foi influenciado pelo movimento Moraviano, um movimento de adoração e consagração, de estar perto de Deus, com um coração de obediência e rendição. E desse lugar, Deus começou a falar.
Oravam dia e noite sem interrupção, sem programar isso. Começaram a orar e o desejo de orar foi crescendo. Foram tempos de avivamentos e missões e também de despertamento missionário. Tudo nascia desse lugar de oração, de consagração. Assim, é impossível permanecermos os mesmos se estamos nesse lugar de oração. É impossível fazermos as mesmas coisas quando estamos nesse lugar de oração, de adoração, de entrega. Não falo de ritual, mas de um coração sincero.
Às vezes, estamos tão atados, tão amarrados às coisas desta vida sem nenhuma perspectiva. Só podemos ver um passo adiante do nosso nariz, não conseguimos vislumbrar o futuro. Mas Deus tem algo para nós, um propósito. E você pode dizer que não tem um chamado para sair do Brasil fisicamente, mas você tem um chamado para sair do Brasil com seu coração. Olhando para Ele, para Deus, nós olhamos mais longe.
Cuidado com o mundo
Do movimento Moraviano, Carey foi influenciado. E uma geração foi influenciada pela outra. Somos influenciados hoje pelo Irmão Hagin, pastor Bud, homens e mulheres que vieram antes de nós e não consideraram a vida como preciosa. O avanço missionário Moraviano influenciou Carey, considerado o pai das missões modernas. Isto é, o Espírito Santo estava trabalhando no coração daquele jovem pobre e simples, um autodidata que aprendeu vários idiomas, como francês e inglês. Tudo começou com um chamado para a oração. O principal pedido deles em oração era que o Espírito fosse derramado sobre pastores e ministros.
Não há problemas em orar pelas nossas comunidades. Mas a oração deles incluía um cuidado com o mundo. Desse modo, não vamos nos limitar a orar pelos nossos, pelas nossas igrejas. Existe um horizonte, um alvo maior. Não vamos nos limitar a estes pedidos ou aos nossos próprios relacionamentos imediatos.
Não é automático
Carey alcançou a Índia. Durante seus 41 anos de ministério, traduziu o Evangelho para várias línguas. Ele influenciou com o Evangelho e na educação, como também na agricultura. Ele influenciou a comunidade de uma forma extraordinária. Mas tudo começou neste lugar, orando o coração do Pai. Nós somos uma igreja enviadora, não apenas com nossos recursos, pois o dinheiro tem um certo limite. Nossos talentos e dons também têm limites. Mas o Espírito de Deus vai a lugares onde nossa capacidade intelectual e nossos recursos não podem chegar.
Nós não apenas enviamos missionários com nossos recursos, mas também os mantemos com nossas orações. Hoje vamos influenciar orando pelos nossos missionários. Quantas coisas eles podem estar passando? Às vezes, não sabemos, mas o Espírito Santo sabe de todas as coisas e pode nos guiar, orientar e ensinar sobre todas as coisas.
Não é automático. Precisamos colocar força nesse lugar de oração. O Verbo da Vida vai para todas as nações. Esta é a nossa maior influência. Somos participantes disso.