Verbo FM

O ato do perdão

Paulo Pinheiro
Graduado da EMR em Belo Horizonte, MG

“Quando chegaram ao lugar chamado Caveira, ali o crucificaram com os criminosos, um à sua direita e o outro à sua esquerda. Jesus disse: “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que estão fazendo”. Então eles dividiram as roupas dele, tirando sortes. O povo ficou observando, e as autoridades o ridicularizavam. “Salvou os outros”, diziam; “salve-se a si mesmo, se é o Cristo de Deus, o Escolhido”. Os soldados, aproximando-se, também zombavam dele. Oferecendo-lhe vinagre,diziam: “Se você é o rei dos judeus, salve-se a si mesmo”. (Lucas 23:33-37)

Em toda grande história, real ou fictícia, existe o grande ato da personagem principal. Esse ato normalmente dá o grande brilho para o enredo, emocionando os espectadores, levando-os a refletir sobre a moral da história. Na narrativa bíblica, não há dúvidas que esse ato é o que está citado nesse trecho do livro de Lucas. O Ato do Perdão.

Em seu ministério na terra, desde o Batismo de João até a cruz, Jesus operou inúmeros milagres e demonstrou o caráter do Pai para que o conhecêssemos, de fato. Mas, no meu ponto de vista, nada se compara a esse ato final. Tentem imaginar VOCÊ na cena:

Você trabalhou três anos e meio, com o coração bom e correto. Passou algumas necessidades, privações. Deixou de fazer coisas que eram comuns para quem é da sua idade. Tudo para cumprir a vontade de Deus. Foi    bondoso, justo, correto. Libertou pessoas, foi amado por onde andou.

Um dia, pessoas invejosas se voltam contra você. Justo você, que estava lá também para ajudá-las. Mas elas não aceitaram sua ajuda, e pelo contrário, quiseram você fora dali. Conseguiram, através de um grande amigo seu, uma maneira de te acertar. Você foi humilhado, pisoteado. Tiraram TUDO o que você tinha. Bateram, cuspiram, zombaram de você, publicamente. Mesmo seus amigos não suportaram ficar do seu lado.

Eles estavam te matando. Todos, todos eles, todos contra você!

Qual seria o seu sentimento?

Eu não sei dizer qual foi o sentimento de Jesus, precisamente. Mas posso dizer qual foi a atitude dele. Diante daquilo tudo, ele decidiu perdoar. De fato, acima de tudo, o sofrimento e a zombaria fazia parte do processo de perdoar a todos, e aqueles homens precisavam de sua morte para que o perdão de Deus fosse possível!

O perdão foi, talvez, o ato mais difícil da vida de Jesus. As maravilhas e os milagres operaram através da fé e do poder de Deus, mas o perdão foi uma decisão de Jesus. Uma decisão de quem ama.

Esse mesmo Jesus nos deixou um mandamento:

“Um novo mandamento lhes dou: Amem-se uns aos outros. Como eu os amei, vocês devem amar-se uns aos outros. Com isso todos saberão que vocês são meus discípulos, se vocês se amarem uns aos outros”.
 João 13:34-35

A notícia é: devemos amar ao próximo com o mesmo amor que fomos amados. O maior ato de amor de Jesus foi um ato de perdão. Não era algo que Jesus tinha vontade de fazer, e até pediu ao Pai que lhe afastasse essa tarefa.

Assim como nosso amor, nosso perdão deve ser infinito. Pode ser difícil, mas é uma decisão consciente, e não algo que vamos ter vontade de fazer ou sentir. Mas é através da manifestação desse amor e de sua face mais intensa – o perdão – é que conseguiremos mostrar o Deus Vivo ao mundo sedento.

Mais forte que as palavras, mais forte que seus dízimos e suas ofertas, mais forte que qualquer atitude de caridade que possamos ter é quando perdoamos rapidamente uma grave ofensa dirigida contra nós, e manifestamos o amor de Cristo para quem nos tem ofendido!

Perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido.  Mateus 6:12

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