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Mansueto Vieira
Pastor da Igreja Verbo da Vida em Fortaleza- CE

Precisamos nos manter saudáveis em meio aos relacionamentos imperfeitos, ou difíceis. Quero falar um pouco sobre: Expectativa, decepção, mágoa, escândalo, perdão e amor nos relacionamentos.

EXPECTATIVAesperar algo, ou alguma coisa, que acredita-se ser possível ou viável que aconteça; que seja benéfico ou próspero.

DECEPÇÃOSentimento de tristeza, mágoa, descontentamento ou frustração pela ocorrência de fato inesperado, que representa um mal; desilusão, desapontamento.

Você já sentiu, em alguma experiência vivida, algo como: “Foi além das minhas expectativas”. Quando isso acontece é muito bom! Quando nossas expectativas não são atingidas, aparece o problema. Muitos dos problemas em meio aos relacionamentos, em todas as esferas, se dão exatamente por causa da expectativa que depositamos nas pessoas com as quais nos relacionamos.

Curiosamente, quem mais nos machuca são as pessoas mais próximas a nós! Já faz muito tempo que observo que as pessoas que mais magoamos, são exatamente as pessoas que mais amamos.

Alguns dizem que é melhor se relacionar com os ímpios do que com os crentes. Como diz no evangeliquês: “Me dou melhor com os do mundo do que com os irmãos”.

No entanto, falar deste modo é uma forma amenizada, maquiada, de dizer: “Me relaciono melhor com os pecadores do que com os santos”. Quero mostrar uma escala de expectativa que colocamos sobre as pessoas com quem nos relacionamos, como segue na tabela abaixo:

Grupo de Pessoas x Valor da Expectativa

Pecadores x 01
Irmãos x 09
Cônjuge x 10
Líderes x 15
Ministros x 20

Se alguém faz a pontuação 08, quer dizer que só os pecadores teriam excedido a expectativa. Assim, todas as outras pessoas, dos demais grupos, teriam deixado a desejar. Quanto maior for a expectativa sobre elas, maior será o nível de decepção e desapontamento. Podendo gerar um elevado nível de mágoa. Portanto, é mais fácil ter as expectativas superadas pelos pecadores, pois nossas expectativas sobre eles é muito baixa, e, portanto, facilmente superada.

Se observarmos veremos que os apóstolos pediram a Jesus que lhes aumentasse a fé. Não se dando isso por terem visto os grandes feitos do Senhor, mas quando foram orientados quanto ao perdão. Jesus disse: “Se, por sete vezes no dia, pecar contra ti, e sete vezes, vier ter contigo, dizendo: Estou arrependido; perdoa-lhe” (Lucas 17:4).

Jesus, anteriormente, disse que: “É inevitável que venham escândalos, mas ai do homem pelo qual eles vêm!” (Lucas 17.1); e fez referência à palavra ‘escândalos’ no original grego: Skandalon. A qual, segundo o dicionário Strong, significa: uma vara móvel ou o gancho de uma armadilha (gatilho da isca de uma armadilha).

“Ora, é necessário que o servo do Senhor não viva a contender, e sim deve ser brando para com todos, apto para instruir, paciente, disciplinando com mansidão os que se opõem, na expectativa de que Deus lhes conceda não só o arrependimento para conhecerem plenamente a verdade, mas também o retorno à sensatez, livrando-se eles dos laços do diabo, tendo sido feitos cativos por ele para cumprirem a sua vontade”. (II Timóteo 2.24-26)

A nossa expectativa deve ser colocada somente em Deus e não, exatamente, nas pessoas; pois, todos somos falhos, imperfeitos. Mesmo que tenhamos expectativas nas pessoas, não devemos nos desapontar quando elas falham. Isso nos ajudará a esperarmos em Deus, para conduzi-las ao arrependimento de seus erros e, que sejam livres dos laços do Diabo. Todas as pessoas envolvidas precisam da ajuda de Deus para se verem livres, as que desapontam, ferem e magoam, assim como as que são magoadas, feridas e desapontadas.

Embora saibamos que no texto de Mateus 24.10, Jesus falava dos últimos acontecimentos relacionados aos Judeus, podemos tirar, como Igreja, uma preciosa lição: “Nesse tempo, muitos hão de se escandalizar, trair e odiar uns aos outros”.

Parece ser algo progressivo. Primeiro, vem o desapontamento, a mágoa, depois a traição e, por fim, o ódio. Segundo o autor John Bevere traição é: “A ação de buscar proteção ou benefício às custas de alguém com quem temos relacionamento. É o abandono definitivo de um relacionamento”.

“O irmão ofendido resiste mais que uma fortaleza; suas contendas são ferrolhos de um castelo.” (Provérbios 18.19)

“A ofensa é a isca de Satanás para pôr o crente em seu cativeiro” – (John Bevere).

“Com efeito, não é inimigo que me afronta; se o fosse, eu o suportaria; nem é o que me odeia quem se exalta contra mim, pois dele eu me esconderia; mas és tu, homem meu igual, meu companheiro e meu íntimo amigo. Juntos andávamos, juntos nos entretínhamos e íamos com a multidão à Casa de Deus”. (Salmos 55.12-14)

Se você nunca teve alguém o machucando, acredite, isso vai acontecer em algum momento e você precisará saber como lidar com mágoas e desapontamentos.

No Novo Testamento, o apóstolo Paulo fala que as armas da nossa milícia não são carnais (ou naturais), mas poderosas em Deus para destruir fortalezas (pensamentos resistentes que se firmam na mente, oferecendo resistência à verdade) e anular sofismas (pensamentos que nos induzem ao engano), bem como com toda altivez (soberba) que se levanta contra o conhecimento de Deus. E que utilizamos essas armas espirituais fazendo com que nossos pensamentos fiquem presos (firmados) em obedecer a Cristo, nosso Senhor (Veja II Co 10.3-5).

As pessoas que se isolam nas igrejas se tornam inativas, improdutivas para o reino; e geralmente isso acontece porque se desapontaram, ou se decepcionaram com alguém. (um irmão, um líder ou até mesmo com ministros). Portanto, para se protegerem, essas pessoas se firmam em suas frustrações e pensamentos negativos, a respeito dos outros; esquecendo que elas também são imperfeitas e falham, como qualquer outro.

“O solitário busca o seu próprio interesse e insurge-se contra a verdadeira sabedoria. O insensato não tem prazer no entendimento, senão em externar o seu interior”. (Provérbios 18.1-2)

“Portanto, despojando-vos de toda impureza e acúmulo de maldade, acolhei, com mansidão, a palavra em vós implantada, a qual é poderosa para salvar a vossa alma”. (Tiago 1.21) – (Veja os versículos anteriores: 19 e 20).

Mateus 24.11: “levantar-se-ão muitos falsos profetas e enganarão a muitos” e Mateus 7.15: “Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores”.

Por muitos anos, tenho aprendido que têm mais lobos entre os membros da igreja (as ovelhas) do que entre os pastores ou os ministros da igreja.

“Todo aquele que odeia a seu irmão é assassino; ora, vós sabeis que todo assassino não tem a vida eterna permanente em si”. (I João 3.15)

Para não ficarmos presos a mágoas, devemos nos posicionar quanto aos nossos pensamentos e, prendê-los, no sentido de obedecer ao nosso Senhor, que nos diz para perdoar nossos ofensores e andarmos com eles uma segunda milha. É dessa forma que iremos conseguir amar; quando baterem em nossa face, daremos a outra e, amaremos até mesmo os nossos inimigos.

“E, por se multiplicar a iniquidade, o amor se esfriará de quase todos. Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo”. (Mateus 24. 12-13)

O amor ao que se refere esse texto não é o amor Phileo (amor entre amigos ou irmãos), de fato é o amor Ágape (amor do tipo de Deus, que foi derramado no coração dos nascidos de novo).

Devemos voltar a apostar nas pessoas, que devemos voltar a nos reconhecer e nos valorizar; e não devemos nos cansar em acreditar em Deus, que por sua vez acredita em nós e nos outros.

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