
Graduado da Escola de Ministros Rhema e musico em Pedra de Guaratiba-RJ
Imagine alguém colocando sobre uma mesa 7 maçãs. Elas são bem semelhantes, da mesma cor, têm mais ou menos o mesmo formato. Mas aí essa pessoa lhe diz que uma maçã, a sétima, é diferente das outras. Você, julgando pela aparência, poderia até desacreditar da declaração do dono das maçãs. Mas, você duvidaria dessa declaração se soubesse que essa pessoa é um especialista em maçãs?
No Antigo Testamento, Deus, ao criar o mundo, descansa e santifica o sétimo dia. Aparentemente, o sábado é um dia como qualquer outro, com as mesmas 24 horas, a mesma quantidade de minutos, há noite e dia, o sol se põe e se levanta. O que há de diferente no sábado é: Deus descansa e declara que ele é SANTO. E porque Deus o declara santo, ele assim o é.
Sabemos que, na nova aliança, Jesus é o nosso sábado, e podemos descansar nEle em todo tempo, e não apenas em um dia da semana. Pela fé, podemos entrar no descanso no dia que se chama “hoje”, assim como Deus descansou (Hebreus 4).
A obra redentora de Jesus modificou a ordem natural das coisas, e trouxe ao mundo a salvação. Enquanto de um lado os judeus se viam como separados e diferentes dos outros povos, Jesus, por outro lado, trouxe redenção a todos, não importando a sua origem. Porque para Deus somos todos iguais (Romanos 10:12).
Voltando ao primeiro exemplo, a santidade não diz que um abacaxi é diferente de uma maçã. Isso é óbvio, e essa declaração não leva a lugar nenhum. Os santos não são aqueles que nasceram em uma condição diferente, mas aqueles que, tendo sido iguais, são tornados santos através da declaração e da obra de Cristo, recebendo uma nova natureza espiritual: “agora, porém, vos reconciliou no corpo da sua carne, mediante a sua morte, para apresentar-vos perante ele santos, inculpáveis e irrepreensíveis” (Colossenses 1:22).
Quando entendemos que a nossa natureza santa não é causada pelo que fazemos ou que deixamos de fazer, percebemos que não somos melhores ou maiores do que ninguém. Pelo contrário, muito maiores são as nossas semelhanças. O que nos diferencia é que aceitamos a declaração do Pai e o sacrifício de Jesus nos cobrindo com seu sangue para vivermos de modo diferente agora.
É muito frequente a associação de causalidade entre o comportamento e a santidade, porém não é assim que Deus faz. Se comportar de certa maneira não é um pré-requisito ou uma condição para ser santo. Pelo contrário, fomos declarados santos, e por isso andamos em santidade, fazendo aquilo que agrada ao nosso Senhor por amor, e não por restrição ou medo do juízo. Quando nos arrependemos das obras mortas e recebemos de Deus uma natureza santa é que passamos a dar frutos de justiça (Filipenses 1:11). Santidade é conferida, e não alcançada. Santidade é baseada no que Deus faz, e não no que nós fazemos. É pela graça de Deus, e não por obras humanas.
Pode ser essa a causa de muitas pessoas ainda estarem presas à ideia equivocada de que crentes nascidos de novo são pecadores: a falta de entendimento do que Deus pensa e diz a respeito da santidade. Sermos iguais, humanos, não nos descredita a termos uma natureza santa. Pelo contrário, foi assim no sábado e é assim conosco: Deus nos declara SANTOS, mesmo sendo aparentemente iguais às demais maçãs. Não importa o quanto tenhamos pecado no passado, ou se ainda vamos falhar no futuro, agora somos filhos de Deus e co-herdeiros com Cristo de tudo o que Ele mesmo conquistou para nós.
Entender que somos santos nos faz viver a santidade que Ele preparou para nós, obedecendo aos seus preceitos e vivendo do modo como Ele quer que vivamos. A vida de santidade é fruto da mudança de natureza que Jesus conquistou com seus próprios méritos e suas ações, sem merecimento nosso. Por nossa própria força, por mais que tentássemos, nunca conseguiríamos alcançar o patamar de santidade de Deus.
Mas, através da obra de Cristo, da identidade de filhos que o Pai nos concedeu, podemos, sim, ser santos e viver em santidade, da maneira que o Pai desejou desde antes da fundação do mundo. Afinal de contas, não existe outro especialista em ser humano além dele. Se ele nos diz que somos SANTOS, devemos considerar sua palavra e acreditar no que Ele diz.