O que mais importa?

Hoje quero escrever sobre muitas coisas e sobre uma única que importa…

Deus sabe o quanto esperei para escrever. Não por hesitar, mas por zelo, cuidado, respeito e vontade de acertar. O assunto é apenas um, enquanto são vários:  O ex-Presidente Lula atacando pastores evangélicos X pastores evangélicos atacando  o ex- Presidente Lula, militantes LGBT crucificando-se e apontando dedos X cidadãos modelos crucificando militantes LGBT e apontando-lhes os dedos, cantores em crise, ora religiosos, ora modernos, ora adoradores, ora artistas, ora convictos, ora se desculpando… E enquanto tudo isso acontece, percebo que no meio de tanta fumaça, nada acontece.

O amor segue esfriando, os egos seguem inflando, tantos títulos são discutidos, nenhum problema foi resolvido.

A situação é tão delicada que esse texto – desabafo – grito – pedido pode acabar sendo apenas mais uma declaração que talvez tenha até algum impacto, mas nenhum fruto. (mas continuarei escrevendo ciente do risco). Para me assegurar de que não estou apenas dando uma opinião, recorrerei às palavras de pessoas mais sábias, inspiradas e mais preparadas do que eu.

Jesus Cristo disse, e isso está registrado no evangelho de Lucas, no capítulo 24, versos, 10,11 e 12: “Nesse tempo, muitos hão de se escandalizar, trair e odiar uns aos outros; levantar-se-ão muitos falsos profetas e enganarão a muitos. E, por se multiplicar a iniquidade, o amor se esfriará de quase todos.”

Ele falava do fim dos tempos e não precisa ser um cristão devotado para concordar que estamos no fim de alguma coisa.

O apóstolo Paulo nos aconselhou, e isso está registrado em sua carta aos Efésios no capítulo 5, versos 15 e 16: “Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, e sim como sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus.”

Alguns questionamentos surgem: O que está faltando em mim para que eu perceba essas coisas? E o que é necessário para que eu me posicione corretamente?

Seria capacitação? Se sim, de quem viria? De Deus? E se já veio?

O mesmo Paulo disse em sua carta aos Romanos no capítulo 5, verso 5: “Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado.”

Então, condições eu já tenho? O que me falta? Creio que seja a consciência dessa realidade.

Se eu me intitulo cristão, não devo imitar a Cristo?

Se eu me chamo evangélico, não deveria praticar o evangelho?

Se evangelho significa “boas notícias”, não deveria eu levá-las tão somente?

Se, ainda me chamo “ministro” do que quer que seja, não deveria atentar para o significado da palavra ministro que não é outra coisa, senão, servo?

Será que minha obrigação não seria atender ao apelo, do também apóstolo Pedro que disse em sua primeira carta no capítulo 4, verso 10?

_“Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus.”

Se eu sei que recebi dons de Deus, não seriam esses dons, ferramentas para que eu possa melhor servir às pessoas?

Não estaríamos nós, através de nossas atitudes, sugerindo que a palavra “próximo” sempre que mencionada na Bíblia fosse trocada pela palavra “adversário”?

Será que não estamos selecionando trechos das escrituras que nos convém? Se sim, não seria mais adequado criarmos coragem de alterar nossas escolhas?

Por exemplo: Sempre que eu quiser gritar “TUDO posso naquele que me fortalece”(Filipenses 4:13), também vou praticar o “amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros.”(Romanos 12:10).

Comecei dizendo que essa carta seria sobre muitas coisas e sobre uma única que importa, e falei sobre a consciência.

Essa consciência que tem despertados em mim e, graças a Deus, em muitos com quem tenho compartilhado, é a respeito desse Espírito mencionado acima em Romanos 5:5.

Esse Espírito é o mesmo que se movia sobre a face das águas na criação do mundo. Ele guiou a pedra desde a funda de Davi até a testa de Golias. Também cegou leões que dividiam uma cova com Daniel, refrescou a fornalha enquanto servos de Deus estiveram nela.

Esse Espírito protagonizou todas as grandes ações listadas nas escrituras, entre elas, a de agraciar uma jovem a conceber o próprio filho de Deus, e este, quando morto, também por esse mesmo Espírito foi ressuscitado, não mais como um homem, mas como o Rei dos reis e Senhor dos senhores, exaltado acima de tudo e de todos.

Esse Espírito decidiu fazer de pessoas como eu e você, sua habitação.

A consciência que desperta em mim é a de considerar essa incomparável realidade. E podendo gastar meu tempo discutindo rótulos, dogmas, doutrinas, justiças e juízos, prefiro considerar a capacidade que tenho hoje de repetir Deus na vida das pessoas.

Não pode haver milagre maior que esse, o de ser totalmente humano com aptidões incrivelmente divinas!

O já citado apóstolo Paulo disse em sua carta aos Gálatas, no capítulo 2, verso 20 que a maneira de viver para Deus e fazer a vontade de Deus é viver a minha vida cotidiana para Ele.

Minha maneira de considerar o encontro divino que se dá dentro de mim entre meu espírito e o Espírito de Deus, é viver nos bastidores a minha melhor ministração. Debaixo das plataformas, fora dos holofotes, com microfones desligados.

Na fila do banco, no balcão da padaria, no sofá da minha casa, em frente ao portão do vizinho… “Essa vida que agora vivo na carne…”

Há uma confissão muito poderosa e verdadeira que fazemos com frequência. Eu gostaria de meditar melhor sobre ela…

Eu sou o que a Bíblia diz que eu sou:

Eu sou uma nova criatura(2 Coríntios 5:17) capaz (Romanos 5:5) de manifestar a natureza de Deus(1 João 3:9). E Deus é amor!(1 João 4:8)

Eu tenho o que a Bíblia diz que eu tenho:

Eu tenho recebido da plenitude de Jesus e graça sobre graça(João 1:16). Eu tenho as primícias do Espírito(Romanos 8:23).

Eu posso o que a Bíblia diz que eu posso:

Eu posso viver contente em toda e qualquer situação. Tanto sei estar humilhado como também ser honrado; de tudo e em todas as circunstâncias, já tenho experiência, tanto de fartura como de fome; assim de abundância como de escassez; tudo posso naquele que me fortalece (Filipenses 4:11-13).

Essa confissão é tão poderosa que me inspira a adicionar outro elemento a ela. Se sou, tenho e posso, tudo o que a Bíblia diz a meu respeito, me sinto constrangido a também fazer tudo o que ela diz que devo fazer.

Eu faço tudo o que Bíblia diz que devo fazer:

Tudo o que faço, faço sem murmurar, sem me queixar. E mesmo que venha a sofrer injustiça, ser criticado e perseguido, me alegrarei (Filipenses 2:14-18).

Eu FAÇO o que vejo meu mestre fazer (João 13:12-16).

Só uma coisa é necessária e se eu a escolher, não me será tirada. Considerar a presença em mim, daquele que não é só visita, nem hóspede, mas morador de mim (Lucas 10:38-42).