Fui criado em um lar cristão, e eu brinco que só sei que nasci em um hospital por causa da certidão de nascimento, se não eu ia achar que tinha nascido na igreja. Foi em um momento ai da caminhada eu encontrei o Senhor de verdade, nasci de novo de verdade. Meu pai faleceu muito cedo, em 23 de fevereiro, de 1983, aos 38 anos de idade, minha mãe ficou uma jovem viúva, e já tinha os sete filhos. Eu tinha cerca de 9 anos e 3 irmãos mais novinhos.
Sou o mais velho dos homens, somos eu, Amós, Esdras e o Cláudio que é o meu irmão do coração e minhas irmãs Biga, Eunice, Ilma e Lucilene. Todos servem ao Senhor, somente dois não fizeram o Rhema ainda. A Biga é esposa do Pr. Valdir do Verbo da Vida em Lins, em São Paulo, o Esdras é o pastor no Morumbi, tenho uma boa parte da família comigo em Vila Matilde que é a Ilma, Lucilene, Amós, a minha mãezinha querida Jussara, ela congrega comigo hoje, fizemos o Rhema juntos, é uma história muito bonita.
Minha mãe tem uma importância máxima na família, porque ela também teve uma história de vida muito difícil, ela foi criada praticamente sem os pais, foi criada na casa de parentes, então ela não tinha uma construção familiar, muito ajustada. E ainda com 30 e poucos anos perdeu o marido e ficou com sete filhos, imagina o peso disso! Mas a minha mãe tem esse grande valor, ela conseguiu de alguma maneira passar para nós o principal, ela foi responsável pelo que nós somos hoje, e nós todos somos filhos de Deus e amamos o Senhor, esse é o maior legado que eu acho que ela podia deixar, o super valor que a gente dá pra ela, por ela conseguir, pela graça de Deus, suprir isso. Meu pai foi muito presente, muito forte, eu vivi com ele só 9 anos, mas eu tenho lembranças inesquecíveis. Ele era um homem muito especial, eu tenho a honra de ter o nome dele, e dizem que eu sou o mais parecido com ele em fisionomia.
Meu pai foi um homem à frente do seu tempo, foi um empreendedor, um empresário, um criador, um cristão assíduo, um diácono fervoroso, ele era o braço direito do pastor que ele conheceu e servia. Ele ter partido para o Senhor, foi muito impactante! Naturalmente falando, a nossa família não estaria em pé porque a falta dele foi muito grande, meu pai faleceu em um acidente automobilístico, foi uma tragédia.
Lembro que era pequenininho e tinha ido para o culto com a minha, era um dia de semana. Uma das minhas irmãs estava em casa e quando chegamos ela estava apavorada, a casa estava aberta e ela sem saber o que falar, tinha acabado de receber a notícia sozinha. A gente ficou sem acreditar que ele tinha sofrido um acidente e já tinha falecido, foi um impacto. Então minha mãe teve essa grande importância, é uma das mulheres que eu mais admiro na vida.
Eu sou cercado de mulheres maravilhosas, porque eu tenho minha mãe, minhas avós maternas e paternas que eu amo de coração, são grandes exemplos. A minha avó por parte de pai tem mais de 94 anos e está viva, minha avó materna faleceu, mas com uma boa idade também. E além das minhas avós e minha mãe, a minha sogra foi uma grande mulher para mim, eu sinto saudades. Aí eu conheci a Leila em um culto da oração, por causa da minha sogra e a gente se conhecer foi um encontro divino mesmo, muito especial.
Eu brinco que a nossa história foi uma doce coincidência de oração nos céus. Eu orava por ela e ela orava por mim, mas sem saber, a gente orava por uma pessoa, e eu queria muito uma pessoa, eu lembro da minha oração, bem jovenzinho me consagrando ao Senhor, eu dizia “Eu quero namorar uma pessoa que seja a minha esposa”. A gente se conheceu, no dia 2 de agosto de 1992, bem novinhos, com 18 ou 17 anos. Com uma semana de namoro eu escrevi em uma Bíblia dela: “Você foi o maior presente que Deus me deu”. Eu já sabia que ia casar, eu não tinha idade para aquilo, mas com uma semana a gente já tinha plena convicção que íamos casar, minha sogra achava muito cedo e proibiu a gente de falar de casamento, tinha o tempo de Deus e o tempo da minha sogra.
Minha sogra era aquela mulher que descobriu o valor da oração e influenciou toda a família, então é muito admirável, é uma família maravilhosa. Ela já partiu e fica a saudade, o valor, a maneira como ela amava o Senhor, a integridade dela, a sua dedicação pelas coisas de Deus. Minha sogra era aquela que em qualquer ambiente ela falava “Vamos fazer um culto?” ou “Vamos cantar?”, a gente fazia vigílias. Sua integridade de caráter, a intensidade né pelas coisas de Deus são as marcas que mais sinto falta.
Ter filhas é desafiador, mas é maravilhoso ver o que elas tem se tornado, o caráter, a resposta, o amor a Deus. Quando a Samara era pequenininha, ela foi a primeira eu dizia “Filha, qual a coisa que o pai mais deseja? O que mais vai agradar o papai?” E ela dizia “Ah, que eu ame a Deus acima de todas as coisas”. Então, ver hoje a resposta que elas dão para Deus é um grande testemunho para nós, a gente vê coisas saindo delas, em respostas que elas dão ao Senhor, elas são adolescentes, servem na igreja e a gente fica pensando “Meu Deus, como isso aconteceu?”. Isso me faz ver que no dia a dia da família, em coisas que a gente negligencia e graças a Deus a gente não negligenciou, tem muito mais valor na formação de caráter de um filho, do que a gente imagina.
Samara e Ana são maravilhosas, elas têm características super especiais, uma é toda a mãe e a outra é todo o pai, a Ana Beatriz parece mais com o pai, no jeito, na fisionomia, no estilo, no corpo, etc. A Samara é mais o biotipo da mãe, agora, de temperamento e personalidade eu já não sei, ela é muito meiga, a Ana também, mas do jeito dela. Ana tem histórias incríveis, ela é sincera, desde criancinha ela é assim, ela chega, lhe dá um beijo e elogia a mãe, “Você tá tão linda!”, coisas assim.
A Samara parece uma mãezinha, protetora. A minha impressão é que todo homem quer ter um filho menino, e eu tinha um desejo interno de talvez ser um pai de menino, mas hoje sei que nasci para ser pai de menina. Acho que se eu tivesse um menino eu ia estragar o rapaz, porque eu gosto de beijar abraçar, agarrar, de dar carinho e às vezes menino não é muito assim, eu amo ter filha menina, elas são assim, mais próximas.
Nós tivemos uma construção afetada que é crescer sem um pai, isso abala a nossa estrutura, eu porque meu pai faleceu, ela porque o pai saiu de casa muito cedo, mas o ambiente da igreja e da Palavra nos educou na justiça e a gente pode passar isso para as filhas.
No contexto da minha vida, eu tenho muitas referências, posso citar os meus cunhados, eles foram pessoas que tiveram um papel importante, porque eu era uma criança sem uma figura paterna, então, meu cunhado que é pastor do Verbo da Vida hoje, Valdir, foi muito querido, ele foi uma espécie de pai que o Senhor levantou para mim, outro cunhado Marquinhos, esposo da minha outra irmã, foi um cunhado paizão também, eles na minha infância foram referência, e eu poderia falar dos pastores que passaram na minha vida, mas eu queria destacar meu amado pastor Geazi Ferrero, da igreja Batista Renovada Lugar Forte, onde eu fiquei 15 anos antes do Verbo da Vida. Ele foi uma grande referência, cuidou de mim durante uma fase muito difícil, a juventude.
No contexto Verbo da Vida, meu paizão Eliezer Rodrigues foi uma conexão de coração em 2008, quando nos conhecemos, até hoje. Ele foi meu pai espiritual, meu pai no ministério, o pastor da minha vida. Ele que abriu as minhas portas para o ministério, nós temos uma ligação, de coração mesmo, além dos limites da igreja. Hoje ele está em outro lugar e eu estou presidindo a igreja que ele fundou mas a gente mantém uma coisa no coração, uma gratidão, é uma grande referência.
Eu sou músico, guitarrista de formação e tenho essa afinidade com todos os meus irmãos, mas tenho essa maior afinidade com o Esdras, meu irmão caçula que é pastor do Verbo da Vida também e é músico, isso nos aproxima muito. Mas tem algo mais especial com Esdras, foi ele que abriu as portas pra gente conhecer essa Palavra, pra gente conhecer a Palavra da Fé, o Rhema. A gente via os impactos na vida dele, no casamento dele e fomos atraídos, um a um. Esdras é um abençoado, ele foi o primeiro, um desbravador, o primeiro a ir para o Verbo da Vida, a fazer o Rhema e a nos apresentar. Ele me apresentou aquilo que seria o meu propósito de vida, o que eu faço hoje, então é uma honra muito grande.
Sobre as minhas irmãs, eu poderia falar de todas elas, mas as mais velhas tiveram um papel muito importante, porque cuidaram de mim, a Biga, minha irmã mais velha, é a mais divertida, muito extrovertida, sempre foi assim, pra ela eu sempre sou o irmãozinho o Juninho, ela é muito querida. Tem a Ni, que quando eu era pequeno era a Tatá, só queria brincar com ela, que cuidou muito bem da gente. A Ilma um querida, parceira, do coração enorme, teve uma história de vida difícil, mas hoje está firme e eu virei pastor dela. Minhas irmãs tiveram esse papel muito importante. Minhas avós, minha mãe, pra mim são referências.
Minha atuação na música, começou bem cedinho né, o primeiro curso de música, de violão foi com 9 anos. Lembro que eu não sabia o que eu ia ser na vida, mas já sabia que eu ia ser músico, eu queria um curso para estudar alguma coisa e as pessoas perguntavam “Vai ser músico? E vai trabalhar com o que?” e ser pastor é outra coisa que as pessoas perguntam “Você é o que? Pastor! Mas você trabalha com o que?”, parece que a gente não trabalha com nada.
Então, como eu não cresci num ambiente que valorizava a música eu achava que eu tinha que escolher um curso de faculdade. Sou formado em música e lá na frente eu fiz um curso de Administração. Meu trabalho e minha carreira, não foi na música profissional, trabalhei no setor financeiro por toda a minha vida, mas a música sempre esteve lá. Se você me perguntar o que eu mais gosto de fazer, qual é o meu hobby, como me distraio, onde eu me divirto, é a música sem sombra de dúvida. Quando os meninos da rua brincavam de tarde, eu estudava guitarra, enquanto eles iam para a praia, eu estudava guitarra, a única coisa que eu fazia um pouco parecido com eles era andar de bicicleta.
Eu tenho meu espaço, meus instrumentos, eu compro guitarras todo ano, eu compro meus equipamentos, se eu for ver videos ou são de ministração ou é algo relacionado à música.
A minha atuação na música é mais nos encontros especiais com os amigos, eu toco com o Eliezer Rodrigues, eu toco com o André Martins, Manassés, conferências. Na igreja é algo bem esporádico, uso a música mais para influenciar e ensinar, a música é uma ferramenta que sempre vai me acompanhar.
Por um grande tempo eu pensava em deixar a música pra lá, mas eu descobri que Deus não é confuso, aquilo que Ele lhe dá como ferramenta, nunca vai deixar de ser. Simplesmente nós temos que ter sabedoria para colocar cada coisa, como diz o nobre João Roberto: tudo cabe, mas nós temos que saber o tamanho de cada caixinha dentro da nossa vida.
Eu sou muito introvertido, sou quieto, calado, para conseguir que eu fale não á algo muito simples, me considero assim, mas a música me ajuda a me expressar. Quando a gente casou foi engraçado porque eu sabia me virar, ficar só, eu ficava muito bem e ela se incomodava muito com isso. Ela falava “Você não sente saudades?”, respondia que sim, mas que estava tranquilo.
Minha família também é bem musical, as filhas cantam, gostam, mas a Leila sempre me apoiou, mesmo sem estar tão envolvida, ela sempre foi parceira, entendeu esse meu lado. Eu tive dificuldades durante um tempo em que eu trabalhava, porque queria trabalhar com música. Mas graças a Deus ela me ajudou muito e eu achei o meu lugar e desenvolvi minha vida profissional.
Fiz trabalhos musicais mas sem retorno financeiro, e se eu tivesse dependendo disso, eu não teria a vida que eu tenho hoje, então eu aprendi a ser alegre com o meu trabalho, com o que eu fazia.
Eu sou uma pessoa que gosta de servir a outros, sou um pastor e tenho um grupo ministerial grande, diretoria, lidero uma igreja, uma congregação querida lá em Vila Matilde, mas eu não me considero aquele líder que impõe, eu acho que eu sou um tipo de liderança bem servil. Nem sei como eu cheguei nessa posição de governar, porque eu me sinto bem mais confortável servindo mesmo a minha equipe, hoje tenho vários auxiliares, porque às vezes por causa da unção, eu trato questão doutrinárias, tem coisas que a gente é bem zeloso. Eu cresci a minha vida assim, aprendendo que servir é melhor, faz parte da minha personalidade, sou aquele que apoia, que gosta de ficar na retaguarda, eu vibro em ver eles avançando.
Me considero uma pessoa simples, de gosto simples, gosto de trabalhar com pessoas simples, isso sempre me cativa mais. A gente vive dias em que, nem sempre, as pessoas querem o que você tem de verdade, a gente vai ministrar e faz alguma coisa, até na música, quando eu percebo que aquilo que eu tenho é importante e a alguém entendeu e quer aquilo, a vontade de servir, a vontade de ensinar aumenta, eu fico buscando sempre isso, onde há as pessoas que sinceramente desejam aquilo que eu posso fazer, aquilo que eu posso dar. Eu acho que é isso que mais me puxa, e me impulsiona a querer fazer, eu me reinvento, vou lá e trabalho.
A honra está em todo lugar, se eu respeito o que você tem, se eu valorizo o que você tem e eu demonstro que eu quero de verdade, você vai ficar muito impulsionado, algo vai se levantar para querer fazer algo por mim e o contrário é muito verdadeiro, quando a gente vai só pela conveniência, só pelo título, então isso não inspira muito, eu tenho que por muita força para fazer algo só por fazer.
Eu acho perfeito o equilíbrio do Apóstolo Guto, tem um momento que você precisa estar sobre, e é com você. Há momentos que você precisa ouvi-los, e isso é perfeito. Aliás, Guto é uma grande referência para mim, eu amo a forma humilde como ele tem lidado com o ministério, eu lembro uma coisa especial que foi no ano em que o Pastor Bud faleceu.
Logo depois na reunião de pastores, que foi muito importante, o Guto começou a reunião com a voz do pastor Bud e ficou muito emocionado, no decorrer da reunião ele disse: “Olha, eu não sou um líder com uma voz forte como a do Pastor Bud” e disse que ia liderar com a sua diretoria, ouvindo conselhos e dividindo com eles, e é claro que tem momentos que é ele que tem que tomar a decisão, mas aquilo me consolou muito, porque eu tava vivendo um momento assim, eu tinha acabado de assumir a liderança da igreja e eu deveria ser aquele líder, aquela voz que todo mundo vai seguir. Eu disse “Poxa, não precisa ser sempre assim” porque muitas vezes, hoje, eu entendo que grandes decisões da nossa congregação, da nossa igreja da Vila Matilde, vieram do conselho, então quando eu ouvi o Apóstolo Guto, nosso líder maior falando sobre aquilo, falando que ele tinha a mesma posição, mas um estilo de liderança diferente, aquilo me consolou e eu vi que não existe só um jeito de fazer.
Porque eu vivi isso, Eliezer é aquela voz forte e eu não era aquele líder tão forte quanto ele, mas eu achei essa força no conselho, junto com as pessoas, a diretoria da igreja, a gente conseguiu vencer grandes desafios, e assim eu fui desenvolvendo o meu estilo de liderança e eu tive o guto como um conselheiro, mesmo sem ele saber, por causa experiencia que ele falou, ele foi sincero com aquele momento dele, eu achei uma coisa assim tão..eu acho que outra pessoa não falaria aquilo e aquilo me ajudou bastante.
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