A formação de um Ministro de Música Parte 4

Felipe Aguiar

Musico da IEVV em Pedra de Guaratiba RJ

No último texto desta série, continuo abordando aspectos práticos da formação dos músicos, principalmente aqueles que atuam nesta área em suas Igrejas. Vamos continuar!

– Gosto musical apurado

Muitos músicos das igrejas têm talento, dominam a técnica do seu instrumento, mas quando tocam, o resultado são apenas notas… Conheço pessoas que, apesar de não tocarem nenhum instrumento e ter pouco contato técnico com a música, desenvolvem um gosto mais apurado que os próprios músicos. O bom gosto pode ser adquirido com a prática, com a audição atenta, com a maturidade musical, e também com a ajuda do Espírito Santo. Costumo dizer que Ele tem o bom gosto que precisamos! Peça ajuda a ele, e se o seu coração estiver no lugar certo, ele lhe dará as indicações do que ouvir, o que tocar, e em que momento.

Alguns músicos só conseguem produzir boa música nos momentos em que a unção se manifesta de forma tangível na Igreja. Amém, ainda bem que a unção nos socorre! Mas quando os nossos sentimentos não nos ajudam, e o ambiente parece estar “seco”, é exatamente para isso que a música serve, para mudar o ambiente e preparar a Igreja. O músico não pode depender da manifestação do Espírito (os chamados “calabachês”) para produzir boa música. Ele deve desenvolver essa habilidade ouvindo, aprendendo, desenvolvendo um bom gosto que fará diferença a cada vez que tocar.

– Sensibilidade

A arte, em geral, é dependente da sensibilidade. Com a música, não é diferente. Madeleine L’Engle (escritora e musicista) diz em um de seus livros que a arte é um processo de “encarnação”, ou seja, a passagem de uma realidade pra outra, como no processo do parto, de dar à luz. Ela diz que a obra se apresenta ao artista e “diz: Estou aqui! Traga-me à existência! Dê à luz a mim!”. Sem dúvida, esse processo de criar, ou trazer à existência alguma obra artística que está em outro plano (no nosso caso, o plano espiritual), exige sensibilidade. Sensibilidade ao Espírito Santo, sensibilidade para perceber e ouvir o que ele diz ao nosso espírito a todo o momento. As músicas que realmente tocam o coração das pessoas são fruto de intimidade com Deus. E é essa intimidade, como falamos no primeiro tópico, que vai trazer essa sensibilidade para a nossa prática diária.

Músicos que não são sensíveis acabam perdendo grandes oportunidades de compor músicas, de criar melodias, de abençoar o Corpo de Cristo com o seu talento porque não estão sensíveis no seu espírito a aquilo que está acontecendo no mundo espiritual. É preciso discernir os tempos e as estações (Eclesiastes 3:1), e a sua igreja local pode estar vivendo um tempo que precise de uma música que fale sobre santidade, ou sobre júbilo e celebração, ou ainda sobre o amor. E, se essas músicas não forem geradas no tempo certo, a estação passa, e o alvo não é alcançado.

Creio que os músicos que desempenham essa função no ministério entendem aquilo que fazem e o propósito para que fazem. Se você não entende o propósito da música na Igreja, aconselho você a rever o seu ofício como músico, ou buscar entendimento na Palavra, com sua liderança ou até mesmo com um professor do Rhema a respeito do que a música significa para a Igreja. Siga esses passos, e você será um músico eficiente, que toca com arte e que atrai o coração e o ouvido das pessoas para mais perto do coração de Deus através da sua música. Sejam abençoados com essa palavra, e muito “som” pra vocês!

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