Casal compartilha experiências frente à igreja no Sul do país

Eliomar Nunes e Maria do Socorro são graduados no Centro de Treinamento Bíblico Rhema, hoje fazem parte da Igreja Bíblica da Restauração em Cristo, em Pelotas (RS). Durante os anos de pastoreio, já lideraram a Igreja Verbo da Vida, na cidade de Aracaju. O casal vem inspirando homens e mulheres a se dedicarem ao conhecimento da Palavra da Fé.

Em uma jornada que ultrapassa dois meses, eles experimentam um profundo mergulho espiritual e aprendizado. Partindo do extremo Sul do país em setembro, eles têm visitado diversas Igrejas Verbo da Vida e recebido mensagens inspiradoras sobre um novo tempo que se avizinha em suas vidas. Essa peregrinação tem sido marcada por encontros significativos, respostas divinas e uma clara direção para um futuro promissor. Durante a passagem deles à Campina Grande (PB), eles responderam algumas perguntas realizadas, em uma entrevista exclusiva ao nosso portal. Confira abaixo:

PORTAL: Fale um pouco sobre como você conheceu o apóstolo Bud. 

Conheci o pastor Bud em agosto de 1991, no salão do Aeroporto de Guarulhos (SP). Acredito que tenha sido a primeira viagem dele aos Estados Unidos após mudar-se para Campina Grande (PB). Ele estava retornando quando o conheci. Não tínhamos informações um sobre o outro, mas nos encontramos devido ao atraso do voo para Campina Grande (PB), e a Varig, companhia aérea, sugeriu que fôssemos de táxi. O Pastor Bud e Jan chegaram em um táxi, enquanto eu e outra passageira viemos em outro veículo. O carro em que ele estava teve dois pneus furados durante o trajeto. Oferecemos assistência, conseguimos um pneu emprestado e foi assim que nos conhecemos.

Um tempo depois, descobri que minha irmã participava das primeiras reuniões na casa do Pastor Bud; ela tocava violão. Eram oito pessoas que se reuniam, e minha irmã era uma delas, mas eu não tinha conhecimento disso. Não havíamos falado sobre igreja, cristianismo ou qualquer coisa do gênero. Meses depois, o Pastor Bud aparece em minha casa com minha irmã, me vê e pergunta: “Vocês se conhecem?”

Eu respondi dizendo que éramos irmãos, e houve uma celebração. Ele fez brincadeiras sobre o atraso da Varig. A partir desse momento, ele saiu da reunião em sua casa, no bairro da Liberdade, em Campina Grande (PB), e dirigiu-se à Escola Crianças do Brasil, onde participamos das reuniões pela primeira vez. A partir dali, começamos essa jornada juntos, com Guto, Bud e todos os outros.

PORTAL: Como foi que vocês começaram a frequentar o Verbo da Vida? 

A partir da visita que ele fez à minha casa, desenvolvemos uma amizade. Ele nos convidou para participar da reunião que normalmente ocorria em sua casa, mas, naquela semana específica, aconteceria na Escola Crianças do Brasil. Embora eu já fosse evangelista de uma denominação na cidade, começamos a frequentar essas reuniões, eu e Maria do Socorro.

Participamos do primeiro encontro na Escola Criança do Brasil e, por conta disso, começamos a frequentar regularmente. Fomos tantas vezes que a denominação à qual pertencíamos acabou nos expulsando (risos). Na época, não havia ainda a igreja ou a instituição Verbo da Vida. Não existia praticamente nada, apenas uma pequena reunião em sua casa com poucas pessoas, talvez cerca de oito.

PORTAL: Sobre o Centro de Treinamento Bíblico, como conheceu? 

ELIOMAR: Eu era estudante de teologia e estava concluindo o primeiro ano do curso. Acreditava que não precisava do Centro de Treinamento. Então, coloquei Maria do Socorro, e a acompanhei todos os dias de aula, na porta, dizendo: “Mas eu sou teólogo, não preciso mesmo” (risos).

MARIA DO SOCORRO: Fazer parte da primeira turma foi um privilégio. Hoje, brinco muito com isso, e quando algumas pessoas dizem “Eu faço o Rhema“, eu respondo: “Olha, eu sou da origem, fiz parte da primeira turma!”. Foram verdades que me libertam até o dia chamado “hoje”. As aulas com o Pastor Bud eram muito interessantes, pois ele sempre nos ensinava, abordava outros assuntos, mas sempre retornava ao tema “fé”.

Falando sobre esse assunto, tive uma experiência muito boa e impactante com ele. Após concluir o Rhema, continuamos na igreja, e, em um domingo à noite, brinquei em casa dizendo: “Olha, hoje o pastor vai ensinar sobre fé e vai ser fé de novo”. Quando chegamos, ele falou pelo Espírito: “Irmãos, vou falar hoje sobre fé. Se você não está vivendo, precisa viver, irmão! Você precisa viver pela fé!”. Eu disse que aquilo seria útil para minha vida. Então, tenho muitas coisas agradáveis, muitas experiências boas que recebemos neste primeiro ano junto com ele.

Maria do Socorro se formou, e eu sempre a apoiei, até paguei para outras pessoas fazerem o Rhema também. Mas, quando fui assistir a uma das aulas, pude perceber que recebemos coisas que, mesmo com o conhecimento teológico, não obtive no curso nem na igreja onde estava participando. Assisti às aulas e decidi que também faria. Comecei a assistir após a primeira formatura e me formei na terceira turma.

PORTAL: Sobre a primeira Igreja Verbo da Vida, em Aracaju (SE), considerando que foi fundada por vocês, o que motivou a abertura da obra na cidade?

ELIOMAR: Estávamos envolvidos em todos os aspectos do Verbo da Vida, participando ativamente em todos os sentidos. Éramos membros da igreja e apoiávamos todas as iniciativas do pastor Bud. Tínhamos uma amizade próxima, e em um certo dia, ele me enviou para ministrar uma disciplina na Escola Zoé, em Aracaju (SE), e eu aceitei o desafio.

Permaneci na cidade por 25 dias. Na época, a liderança local enfrentava desafios em um dos projetos em andamento. Propusemos ao pastor que estava lá que viesse a Campina Grande, seguindo a orientação do pastor Bud, para receber aconselhamento do Ministério. No entanto, ele recusou. Quando trouxe o relatório para o pastor Bud, ele afirmou que a pessoa indicada para ir a Aracaju e estabelecer a Igreja Verbo da Vida era eu. Ele disse: “Tenho certeza, rapaz, que é você”.

Fiquei apreensivo, pois minha esposa, Maria do Socorro, tinha sua própria profissão, assim como eu. Pensei: “Como vou comunicar a ela que precisamos largar tudo?”. Sempre fui direto nas minhas decisões, mas aquela foi a primeira vez que senti dificuldade em expressar a ideia. Então, comecei a articular de uma forma incomum para mim. Ela me olhou e disse: “Você está me dizendo que Deus falou com você para abrir mão de tudo e irmos para Aracaju (SE)?”

Respondi: “Graças a Deus, é exatamente isso!”, e decidimos. Conversamos com a liderança e partimos. Em abril de 1996, deixamos para trás tudo: profissão, casa, família, parentes, e nos mudamos para Aracaju. Fundamos uma Igreja Verbo da Vida, onde permanecemos de abril de 1996 até janeiro de 2000.

MARIA DO SOCORRO: Foram experiências marcantes, um aprendizado valioso sobre como servir no ministério do Senhor, desenvolver projetos e aplicar os ensinamentos recebidos no Rhema, na igreja local. Foi um período de treinamento significativo para mim.

PORTAL: O que os levou a deixar o Nordeste para ir ao Sul e abrir uma igreja de outra denominação?

ELIOMAR: Quando chegamos em Aracaju, sabíamos que não seria por muito tempo; não havíamos determinado em nossos corações por quanto tempo, mas tínhamos ciência de que seria breve. Durante esse período, surgiram algumas ideias, propostas e direções. Foi nesse momento que conhecemos Darren, um homem abençoado, e sua esposa, a quem tratamos como nossa filha. Já começávamos a ter a percepção de que nosso tempo na cidade estava se encerrando.

Conversamos com o Pastor Bud, que nos trouxe de volta para Campina Grande. Transferimos a liderança da Igreja em Aracaju para Darren, que havia se casado recentemente, e passamos o ano de 2000 na Paraíba. Em janeiro do ano seguinte, viemos para Campina Grande, onde permanecemos orando até recebermos a direção de nos mudarmos para o extremo Sul do Brasil, onde residimos até hoje.

Ficamos 16 dias lá, pois Deus nos deu uma visão clara da cidade e de suas peculiaridades. Jamais havíamos imaginado como era o extremo Sul do Brasil, e obtivemos respostas profundas, revelações do próprio Espírito. Conversamos com a liderança e partimos em 1º de fevereiro de 2001. Portanto, em fevereiro do próximo ano, completaremos 23 anos nesse local.

MARIA DO SOCORRO: Naquela época, quando conversamos com o Pastor Bud, algo interessante aconteceu, pois ele foi muito claro conosco. Ele disse: “Não temos a direção de abrir um trabalho no Sul”. Pedimos então a sua bênção e autorização para iniciar um novo trabalho na região, em uma outra denominação. Em nossas reuniões, nos foram oferecidos 22 lugares no Brasil para escolhermos, mas nossa oração, jejum e busca nos direcionaram para o Rio Grande do Sul.

Ao retornarmos da “Terra Prometida”, compartilhamos, em uma reunião com toda a liderança, a direção que recebemos. Ele nos afirmou que não tinha direção para abrir uma filial do Verbo da Vida no Sul. Explicamos a situação e afirmamos que nossa direção era ir para o Rio Grande do Sul. Ele nos autorizou, nos abençoou e nos orientou a ficar de joelhos. Elaboramos uma ata afirmando que não estávamos saindo nem nos rebelando, mas que continuaríamos ensinando as mesmas coisas e mantendo a mesma fé que o Verbo da Vida. Até hoje, mantemos uma parceria com o Ministério Verbo da Vida, ensinando as mesmas doutrinas e compartilhando a mesma fé.

PORTAL: Quais os ensinamentos que o senhor aprendeu no Rhema e que tem aplicado em sua vida e ministério?

MARIA DO SOCORRO: Tenho afirmado repetidamente que foi uma honra o tempo que passei ao lado do Pastor Bud, pelas lições que aprendemos e pelas verdades que nos foram transmitidas. Essas verdades continuam libertando minha vida até hoje. Foi uma experiência muito positiva e inesquecível. Agradecemos a Deus por isso, e não temos o desejo nem a intenção de esquecer. Pelo contrário, buscamos fortalecer essa conexão para alcançar níveis mais elevados. Estamos comprometidos em permanecer juntos para contribuir para o crescimento do Reino de Deus e para o cumprimento daquilo para o qual fomos chamados.

ELIOMAR: Como mencionei anteriormente, naquela época, eu estava cursando o primeiro curso de teologia de nível superior, mas escolhi o Centro de Treinamento Bíblico Verbo da Vida devido ao impacto que causava. Apesar de não ser a terminologia exata usada no Verbo da Vida, o Rhema representa uma teologia aplicável à nossa vida como um todo, em contraste com a burocracia dos dois cursos de teologia que fiz.

Isso não é uma crítica, pois esses cursos são naturalmente burocráticos e fornecem um certo conhecimento. No entanto, o que é ensinado no Rhema é uma teologia simples e prática. O objetivo é despertar a fé para a vida. Tudo o que aprendemos no Rhema e continuamos aprendendo é passível de ser praticado. Ouvimos, recebemos e temos a oportunidade de aplicar em nosso dia a dia aquilo que recebemos no Rhema. Portanto, o impacto é tanto auditivo quanto visual, pois vemos as transformações acontecendo!

PORTAL: Atualmente, quais os planos para sua vida ministerial? Vai permanecer em Pelotas ou tem direção para outro lugar?

Agora, estamos em uma jornada de mais de dois meses, percorrendo o Brasil de carro. Partimos de casa, no extremo sul do Brasil, em 26 de setembro, e estamos seguindo uma direção específica. Temos visitado várias Igrejas Verbo da Vida e filhos na fé. Assim, temos ouvido de Deus, aprendido e presenciado respostas, recebendo orientações que apontam para um novo tempo em todos os sentidos.

Pessoas que não nos conhecem, de repente, chegam até nós e compartilham algo sobre um novo tempo em diversas áreas. Participamos do Encontro de Ministros numa terça-feira de manhã, no Verbo da Vida em Taubaté (SP), pastoreada por Eliezer Rodrigues. Chamaram-nos à frente e a mensagem foi clara: “Novo, é tudo novo!”. Portanto, ao voltarmos ao Sul, iremos viver essa novidade, abrangendo espírito, alma e corpo. Será ainda melhor!

O cenário de uma trajetória que começou em setembro se desenha com promessas de transformação e renovação. As palavras “Novo, é tudo novo!” ecoam em sua jornada, servindo como guia para um capítulo inédito e repleto de expectativas. A viagem tornou-se mais do que uma simples rota geográfica; é uma jornada espiritual que redefine caminhos e aponta para um horizonte de possibilidades que se desdobrarão no Sul do Brasil.