Aurinha Chianca (Rio de Janeiro-RJ)

Tenho 57 anos e sou carioca. Casada, há 28 anos, com Edimilson Nunes. Temos dois filhos: Raquel e Matheus.

A família é a base, é o nosso laboratório. É a nossa igreja, o núcleo da igreja é a família. Quando ensino a matéria Família Cristã costumo citar alguns conselhos que Paulo dá as igrejas, afinal, a igreja começa onde? Na família, lá em casa. Eu não posso ser uma pessoa para o público, a igreja, o corpo de Cristo e ser outra pessoa em casa.

Tanto eu quanto Edimilson, somos os mesmos na igreja e em casa, só que em casa ele não é meu pastor, ele é meu marido e eu sou esposa dele e mãe de Raquel e Matheus, além de dois cachorrinhos que temos (risos). A nossa casa é onde nos desenvolvemos, onde praticamos a Palavra e a vemos funcionando.

Edimilson é um marido maravilhoso, muito presente, atento as minhas necessidades. Nós aprendemos, ao longo do tempo, a entender as fragilidades um do outro, a entender algumas manias que ao longo do tempo a gente até consegue mudar, outras não. Às vezes, pessoas acham que por você estar no ministério não tem fragilidades, não tem dificuldades e problemas. Ele é muito carinhoso até para me dar toques quando estou querendo “abraçar” o mundo e resolver tudo.

Ele é um marido que valoriza a família e com o tempo e amadurecimento é muito difícil termos uma discussão. Todos dois têm temperamentos fortes, mas, hoje, entendemos que tem coisas que mudam, outras não vão mudar.

Ele é aquele marido que faz muita questão da minha presença. Ele é mais dependente de mim do que eu (risos). Nunca ficamos distantes um do outro, no máximo uma semana. Eu também dependo dele, mas lido melhor com isso. Edimilson é pastor local, sente saudades da igreja até nas férias.

Tenho dois filhos: Raquel e Matheus. Raquel é a minha primogênita e tem 27 anos. É desbravadora, determinada e ela nos surpreendeu em muitas coisas. Eu engravidei dela com apenas dois meses de casada e tentei evitar, com os métodos contraceptivos, mas ela venceu os métodos e desbravou já inicialmente aí.  

Quando aconselho casais, destaco que é preciso ter um tempo para o casal se adaptar ao casamento, o que eu não consegui, ensino a eles a fazerem se possível pelo menos dois anos antes de ter o primeiro filho, porque o namoro cristão em si não tem muita liberdade. Até para evitar a aparência do mal.

Minha filha tem um temperamento bem forte. É uma junção minha com Edimilson. Na adolescência dela, claro, tivemos algumas dificuldades, em função do temperamento dela que a gente não entendeu muito, mas hoje a entendemos demais. Ela tem um chamado lindo que quer diminuir o sofrimento dos outros. Ela tem toda paciência do mundo com o necessitado, as crianças do abrigo, o que ela pode fazer para ser resposta para as pessoas, ela faz.

Há dois anos, Raquel lidera a ONG Verbo Amar e tantas coisas já aconteceram. Eles têm uma média de 50 famílias sendo assistidas por cestas da abundância, como costumamos chamar, não é uma cesta básica. Ela apoia as famílias, se uma criança adoece ela leva ao médico, o hospital público mais próximo é em Santa Cruz e lá todos a conhecem pelo apoio contínuo que ela dá as crianças. Ela organiza tudo e é muito diligente. O que move Raquel é ser uma resposta, é trazer alívio para os que estão sofrendo, ela cursou administração, é organizada e isso ajuda o avanço do trabalho. Ela tem uma excelente equipe e as promessas que temos é de crescimento, eles ganharam um carro zero com sete lugares, a ONG apoia o Rhema no sistema prisional e o Centro de Cura.

Matheus, está com 24 anos, se formou em marketing, muito envolvido na igreja. A paixão dele é a música, é envolvido no louvor da igreja. Em 2019, ele realizou o sonho de fazer um curso na Bethel nos Estados Unidos. Ele também lidera a comunicação da igreja e nesse departamento coloca em prática tudo o que aprendeu na faculdade. Ainda na faculdade ele revolucionou a comunicação da igreja e tem uma equipe maravilhosa.

Ele agora abriu sua empresa, trabalha com outro rapaz produzindo vídeos e campanhas. Vejo que meus dois filhos tem um perfil de liderança, cada um na sua área.

Tudo aquilo que ele faz na igreja por amor, acabou sendo uma exposição do trabalho dele aplicado após a faculdade. Ele já está colhendo frutos dessa dedicação na igreja.

Existe um trabalho que já desenvolvo, há 11 anos, na Igreja da Pedra com mulheres do Ministério Mulheres que Oram (MMO), na verdade já tínhamos um desejo de ter algo com as mulheres, mas, em 2008, quando houve aquele tempo de oração pelo Brasil feito pelo nosso Ministério que Elia Nicholas esteve no Rio, com Jan Wright, e realizou uma conferência de oração depois disso seguimos com esse trabalho. Era algo embrionário ainda, começamos com muitas dificuldades, pensamos em desistir, mas era claro, que precisávamos continuar. As reuniões acontecem nas quartas à tarde e tem uma frequência de 100 mulheres.

Esse é um trabalho que envolve oração e Palavra. Trazemos palavras especificas para o universo feminino e temos visto o avanço, percebemos muito as necessidades das mulheres. O MMO tem uma visão profética muito grande, tem muitas curas, e temos recebido muitas mulheres em busca de cura. Nele existe um mover do Espírito diferenciado. Quase 20 mulheres foram levantadas, na nossa igreja, como ministras após esse trabalho. Algumas são professoras do Rhema e ministras da igreja local. Algumas tem formação acadêmica, mas temos donas de casa, desfrutamos de muitos dons e talentos. Recebemos muito de todas elas.

Eu me movo todos os dias por diversas coisas. Cuidar da minha família, da minha casa, o meu chamado. Esse chamado fica entre mulheres, igreja local e minha casa. Amo ensinar também no Rhema, mas meu primeiro chamado é igreja e família. Eu amo ministrar para família, mulheres, eventos de mulheres e solteiros. Não só ministrar, mas também cuidar, aconselhar uma noiva, antes do casamento, me dá tanta alegria quanto ministrar para uma plateia lotada.  Dar conselhos que farão toda diferença, tirar a tensão, o nervosismo, é algo precioso.

Normalmente, as esposas dos pastores assumem o Rhema local, mas eu sabia que isso me tiraria do trabalho na igreja, então, preferi não assumir a escola. Eu amo o trabalho associado ao meu esposo. Na igreja existem funções dele, dos pastores auxiliares, mas existem funções minhas, esposa do pastor. Meu primeiro chamado: esposa e mãe, meu chamado ministerial, esposa de pastor, auxílio ele no trabalho da igreja local. Sou aquele polvo com vários tentáculos, o auxiliando em várias áreas. Sou muito feliz com isso, prefiro abrir mão de dar várias aulas no Rhema, graças a Deus, hoje temos muitas professoras excelentes, mas na igreja existem detalhes que só uma mulher vê.

Existem decisões que Edimilson precisa de mim até para orar, juntamente, com ele. Eu sei que cada igreja tem sua história e estação. Quando o Rhema foi para a nossa igreja nós já tínhamos pessoas qualificadas para assumir a escola, mas sei que essa não é uma realidade de todas as igrejas. Quando a escola foi para lá, eu conversei com a coordenação nacional mostramos alguns desses nomes. Acredito que se eu fosse diretora do Rhema, o departamento feminino estaria desfalcado.

Moro no Rio de Janeiro e parece que a gente vive na praia, eu amo praia, mas não vou tanto, porque a praia em final de semana é cheia. Para relaxar, eu gosto de sair um pouco da cidade. Eu e Edimilson vamos muito ao shopping (Rio Designer é o preferido) vamos lá tomar um café, gosto de ir ao cinema, de sair com as amigas, eu amo sair com elas.

Quando meu marido está ministrando, eu entro em contato com elas, e saio com elas às vezes.

É muito raro sair eu, Edimilson e os meninos, pelas agendas, só mais nas férias. Além de almoçar juntos em alguns momentos. Aprendemos que os filhos crescem e temos a nossa relação muito boa sem depender deles.  De vez em quando, escapulimos uns três dias e vamos na serra, relaxar mesmo.

Tem pessoas que casam e esquecem os amigos, eu sou casada, bem casada, mas tenho meus amigos e busco um tempo com elas. Temos assuntos em comum com meu esposo, mas tem coisas que são assuntos só de mulheres e esse momento é com elas. Quando quero comer uns doces bem calóricos, ver um filme legal, vou com elas. Tenho amigas maravilhosas, e isso me relaxa muito.

Hoje em dia faço academia, antes não gostava, mas por questões de saúde, aprendi a gostar. Vou para a academia de bicicleta, tomando sol. Isso hoje é prazeroso, as vezes, vou com muita preguiça, mas se torna prazeroso.

Gosto de coisas simples, de tomar água de coco, um camarão, gosto de shopping, mas vou visitar as minhas irmãs, nos pontos turísticos mesmo, vou raramente.

Minhas referências…

Na família tenho meu pai, tive problemas com ele no passado, mas ele me ensinou muitas coisas preciosas sobre caráter, ser trabalhadora, zelar pelo nome, as minhas dificuldades com ele eram porque tínhamos o mesmo temperamento, nordestino e forte.  Meu pai me ensinou coisas marcantes e decisivas. Minha mãe era carinhosa, sempre foi amiga, a minha avó, também, ela ajudou minha mãe que teve cinco filhos.

Na minha vida espiritual, tenho a minha mãe espiritual, a Vanda Rufino, ela falou de Jesus para mim, eu não queria ser crente, achava cafona, mas quando perdi meu pai e meu chão ruiu ela foi a minha referência para me segurar em Deus.

Marcos Honório e Eunice, meus pastores no início, eu tinha muitos carrapichos, eles me ajudaram muito. Os filhos deles, eu amo todos. Foi a família que me acolheu na igreja.

Grata a Edimilson por ter sido discipulada por ele e, hoje, além de marido, ele é um pai que ensina muito. Edimilson como pai: carinhoso, presente e sensível às necessidades dos filhos; sejam elas emocionais, espirituais ou materiais. Seu emprenho é sempre ser o reflexo de Deus pra eles. É além do que esperei, como um pai que queria para meus filhos.

Apóstolo Bud e Mama Jan, por sua bravura e obediência ao chamado.

Guto, Suellen Emery e toda a liderança do MVV por correrem com a visão, terem todos zelo pela essência da Palavra e uma postura totalmente íntegra.

Canrobert, um paizão que consegue ser de tantos; mas ao mesmo tempo sentimos sua paternidade exclusiva por cada um de nós. Sua esposa Fatinha, que me deu conselhos tão importantes no início da minha caminhada como esposa e mãe.

E a influência, despertando o meu chamado de Sylvia Lima e Marizete Garcia; que foram também, no início da caminhada, cartas vivas e poderosas do amor e poder de Deus. E tantos outros homens e  mulheres maravilhosas que me cercam, estão comigo pessoalmente, ou que aprecio de longe.

Uma identificação: Joyce Meyer. Amo seu jeito autêntico e recebo muito através de seu ministério.

Amo meus irmãos. Somos três mulheres:  Cláudia Valéria, Áurea Valéria e Ana Valéria. Minha mãe queria uma filha com o nome Valéria, ai o meu nome ia ser outro, mas meu pai amava a minha vó, sogra dela, e ele fez surpresa colocando o nome dela, Valéria, e acabou todas tendo o mesmo nome Valéria. 

Fomos criadas nos princípios de caráter, mas não éramos cristãs, meu objetivo é ser uma carta viva para elas. Minhas irmãs são católicas, trabalham no comércio, são guerreiras, elas têm lojas de roupas, são mães, donas de casa, são mulheres que se desdobram em múltiplas funções.

E dois homens: Carlos Magno e Cláudio Alexandre (mais conhecido como Caoxande) pastor em Campo Grande, no Rio de Janeiro (RJ). Meu irmão Caoxande sempre foi determinado, inteligente, somos muito unidos, ele é o irmão que nas horas da necessidade está sempre presente, temos um cuidado um com o outro. A Marcela, minha cunhada é uma irmã. Amo demais eles.

Antes eu era uma pessoa que me cobrava muito, me sentenciava com meus erros, mas aprendi com eles. Aprendi que me culpar só me levou a problemas, inclusive emocionais. Às vezes, tem algo que parece fracasso, mas é livramento. Com a maturidade, aprendemos muitas coisas.

Sou uma pessoa muito agradecida, agradeço por tudo. Pela água quente, pela cama, edredon, pela família, igreja, amigos,

Sou muito abordada por mulheres que assistiram uma mensagem na Conferência de Mulheres em Campina Grande, quando falei sobre a depressão que vivi, muitas me falam como foi maravilhoso me ouvir falar aquelas coisas, fico feliz em saber que a minha vida e minhas experiências afetaram outras vidas.

Pessoas vieram dizer que se identificaram comigo. Eu amei saber que pessoas se identificam com as minhas dores, afinal, dor de barriga só dá em gente. Fico feliz de saber que a minha vida está tendo propósito e sentido, eu sou um rio e não represa.

Eu já tive a autoestima muito baixa, já me senti rejeitava e hoje quando alguém quer me dar um abraço e me dizer que sou importante, fico feliz e agradecida.

Eu sou uma mulher extrovertida, elétrica, (risos) brincalhona e séria ao mesmo tempo, meio mãezona de muita gente. Nunca fui uma mãe 10, exemplar e impecável, eu não tenho um imã com crianças, mas Deus me deu um coração de mãe pelas mulheres. Às vezes, sou meio adolescente, uso umas roupas descoladas, um tênis, (risos).

Sou Aurinha, filha de Deus, esposa de Edimilson, mãe de Raquel e Matheus, tenho também a Luciana que tenho como filha, e suas filhas Luiza e a Laura que me chama de vovó. Eu creio que esse amor pelas pessoas é pelo chamado e propósito de Deus.

Eu vejo detalhes e quero cuidar delas, e Edimilson diz: calma baixinha! Sou detalhista com casa, mas muito mais com pessoas, eu gosto de ver as pessoas bem e felizes.

Sou solidária, desorganizada, às vezes, não gosto de papel, burocracia. Gosto de arrumar a casa, mas lá em casa chega papel, livro todo dia e, às vezes, não sei onde coloco (risos).

Sou humana, tenho dificuldade de me concentrar às vezes, sou agitada. Edimilson me dá muitos toques, e conversamos muito. Tenho zelo, cuidado em não ferir o outro. Quero ser alívio, refrigério e não pedra de tropeço para as pessoas.

3 Comentários

  • Excelente exemplo de vida. acompanho a IEVV DE PEDRA DE GUARATIBA, a igreja reflete a a vida da familia. parabéns!!!!! fraterno abraço. Aníbal Weil.

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  • Amo a vida da minha mama e de sua família. São refrigerio em nossas vidas. Amo cada avanço que damos sendo conduzidos por esta família unidade e abençoada. Amei o destaque dela no portal, muito mais que merecido pois são referência no Rio de Janeiro. Obrigada😍

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