Tenho 34 anos, nasci em Aracaju e morei lá até me casar 10 anos atrás, em 2006. Logo e seguida, mudei para Brasília porque meu esposo, Josafá, é de lá.
Meu casamento no começo foi um desafio. No primeiro ano, tive que me adaptar a cidade diferente, marido, pessoas, igreja, cultura, etc. Precisei de muita sabedoria para me ajustar a tantas mudanças. Tive que tomar cuidado para que os desgastes comuns do dia a dia não me impedissem de desfrutar da alegria do casamento.
A melhor coisa do casamento é ter alguém para compartilhar projetos, para sonhar e realizar juntos. Desde o ter filhos até as coisas mais simples. O maior desafio, realmente é porque somos duas pessoas diferentes, criados de forma diferentes, com cabeças diferentes. Até alinhar isso, leva um tempo. Eu sou mais acelerada que Josafá, enquanto ele está falando algo, eu já pensei, já fui e voltei e isso foi um grande desafio para mim. Tirar o pé do acelerador. Sempre fui assim para frente, desde adolescente (risos).
Aos meus 15 anos, meus pais se separaram. Depois disso fiquei mais próxima da minha mãe. Pareço muito com ela, e, por sermos parecidas, já tivemos muitos atritos, o que é comum. Tenho três irmãos, meu pai casou novamente e tenho mais uma irmã.
Meu pai, Djalma Batalha, ainda não segue a fé como eu. Ele é bem detalhista e isso eu herdei dele, a minha aparência física também. Meu pai é de uma família bem grande em Sergipe, ele permanece morando lá até hoje.
Depois da separação, minha mãe se converteu e foi morar no Rio de Janeiro, onde vive hoje. Ela foi a primeira da família a se converter e orar por mim, mas antes dela ir para o Rio eu já era convertida. Quando ela foi morar lá, com meu irmão mais novo, eu, ainda solteira, permaneci em Aracaju congregando no Verbo de lá e fazendo o Rhema.
Conheci meu esposo Josafá pela internet (risos)
Eu sou administradora, sempre trabalhei em escritório e trabalhava muito. Era assistente de um presidente em uma rede de supermercados (multinacional), o mesmo ritmo do presidente era o meu. Quando eu não estava no trabalho, estava na faculdade, ou no Rhema, ou na igreja, sempre servindo em algum lugar. Diante disso, o único lugar que eu conseguiria encontrar alguém seria na internet (risos), mas eu não botei muita fé no começo…
Trocamos MSN, nos falamos por telefone, depois eu o exclui, porque vi que o negocio estava ficando sério e eu não queria. Seis meses sem se falar com ele, o adicionei novamente e, quando começamos a conversar de novo, vimos que era algo sério. Gastamos muito com telefone, seis meses depois, fui a Brasília e o conheci pessoalmente e deu certo.
Tenho desse casamento dois filhos e estou esperando mais um agora. Estou no inicio da gravidez. Nos primeiros quatro anos de casados, usufruímos da vida a dois. Viajamos, estudamos, e percebemos o desejo de ter filhos. Depois disso, liberamos para ter filhos e logo já veio o Pierre, 5 anos. Desejamos ter logo o segundo e a Laura veio. Ela tem 2 anos e meio. Tinha o desejo de ter quatro, quando nasceu o primeiro desisti, agora quero só três.
Ser mãe é uma experiência que só entende quem é. A gente muda demais quando é mãe. Amadureci muito, agora, vejo as crianças de forma diferente. Quando não temos filho, é mais difícil ter essa sensibilidade. Nos identificamos com outras mães quando nos tornamos mãe.
É desafiador, não sabemos de nada, filho não vem com manual, tive que aprender tudo. Mas, quando nasce o filho, nasce a mãe e o pai. O instinto está dentro, não sabia nem segurar um bebê. Sempre fui uma mãe muito light, nunca fui insegura, acho que puxei isso da minha mãe, nos tira a tensão, ainda bem.
Com cinco meses de gravidez, do meu primeiro filho, nos mudamos para o Canadá. Pierre e Laura nasceram lá. Estamos há cinco anos naquela nação. Quando estávamos no processo do visto, engravidei. Ficamos em um impasse entre ir ou não, mas foi bom termos ido mesmo assim, se tivéssemos esperado para o bebê nascer aqui, iríamos criar raízes e seria mais difícil. Pierre, hoje, fala inglês, português e francês. Em casa falamos em português, nessa escola que ele está agora falam inglês, mas ele já tinha aprendido francês na outra escola. Moramos em Montreal, um lugar que o francês é a primeira língua falada. Ele falava melhor que nós, uma língua limpa perfeita e aprendeu em um ano. Em casa assistem TV em francês.
Sempre tivemos o sonho de morar fora do país, mesmo antes de nos conhecermos, e o Canadá foi o país onde as portas se abriram. Foi uma grande oportunidade, por causa do programa de imigração. Meu sogro viu a informação nos comunicou. Eu nem era casada quando fiquei sabendo sobre esse programa e passo a passo fomos conhecendo. Descobri que precisávamos aprender francês e esse processo durou quatro anos. No ultimo ano Deus nos sinalizou que seria com propósitos divinos não apenas natural, profissional. Entendemos então que íriamos pelo povo, para uma missão e foi isso que fizemos.
No Verão do Canadá, vamos ao parque quando podemos fazer um programa legal e descansar. Quando está frio, eu não gosto de sair de casa, mas o papai sai com os filhinhos para brincar na neve (risos), eu fico em casa. Gostamos de fazer piquenique, lá o sol se põe tarde, uma 21h, fazemos tudo juntos, não temos parentes lá, e, em casa, eu cuido de tudo também.
Gosto de ler, mas antes não gostava. Aprendi a gostar quando recebi Jesus, hoje leio com prazer. Mas tenho que me disciplinar por causa do tempo. Estou lendo “Salte”, do Scott Webb, leio vários ao mesmo tempo.
Meu esposo… Nossa aprendi muito com ele… Ele é meu freio, é racional, vejo a cautela dele e é melhor do que a minha aceleração. Sempre que vou tomar uma decisão, pergunto a ele, porque, quando solteira, eu tomava as decisões, mas quando casamos as coisas são bem diferentes. Essa parte de tomar decisões consultando-o foi desafiador, mas hoje vejo que é tão bom, tirei esse peso dos meus ombros. Às vezes, eu me surpreendo comigo mesma. Tenho habilidade de me adaptar com as mudanças e Josafá de perceber muitas coisas, isso no casamento nos completa.
Aprendi a deixá-lo tomar a decisão final. No meu casamento, descobri que nas finanças ele é mais sábio que eu, então, ele lida com essa parte. Tirei outro peso das minhas costas. Isso tudo é ganho do casamento, descobrir quem é bom no que… Eu sou feliz com tudo isso. Com a nossa adaptação ter dado tão certo. Ele me ensina muito até hoje.
Nosso próximo alvo a curto prazo, é conseguir comprar a nossa casa no Canadá. Ainda moramos de aluguel, normal, estávamos conhecendo a cidade, mas é hora de comprar. Amo decoração de casa, leio revistas sobre decoração, no meu Instagram sigo coisas de decoração e culinária. Além de coisas de arquitetura. Nem dá para decorar tanto, mas estou desejando a minha casa para decorar como desejo, casamos e, logo, nos mudamos para lá. Eu creio que vamos chegar lá.