Verbo FM

Gabrielle Miranda (Campina Grande

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Nasci em Recife, em 1995. Faço 22 anos em fevereiro, minha mãe é de Puxinanã e meu pai de Recife. Eles se conheceram, se casaram e, quatro anos depois, eu nasci. Morei em Recife até os três anos, que foi quando meus pais se divorciaram, mainha veio para Campina e passamos a morar com a minha avó. Eu era muito pequena, mas tenho muitas lembranças dessa época, imagens e cenas que aconteceram; lembro da minha mãe precisar sair todos os dias muito cedo pra trabalhar. Mas eu sabia que ela tava batalhando por nós, para me dar o melhor.

Meu desejo sempre foi dar orgulho a ela como recompensa de tanto esforço. Já meu pai, hoje mora em Belém/PA. Pela distância, não conseguimos nos ver muito. E Deus sendo o Pai perfeito que é, ouvindo às minhas orações de quando eu era criança, providenciou alguém para ser meu pai aqui, Marcio Fernandes, esse cara merece muita honra! Mesmo com sua família linda que eu amo como se fossem do mesmo sangue, ele ainda inventa de “adotar” alguns filhos. Nunca vou ter palavras pra agradecer a Deus por ter me apresentado a eles ainda lá em João Pessoa, e, hoje, estamos todos aqui em Campina… Deus sempre cuidou demais de mim!

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Eu sei que não existem famílias perfeitas, mas eu penso que essas diferenças acabam nos completando não é? Não dá para construir alguma coisa em nossa vida e, para o nosso futuro, sem ter uma boa base familiar. Talvez a minha família não esteja exatamente no padrão da sociedade, mas é a minha família, são os que estão comigo. Quando o negócio aperta, você sabe quem é sua família.

Eu não sei onde eu estaria se não fosse a minha família, se não fossem os bons conselhos, mesmo quando ainda não conhecíamos a Palavra. Os nossos contrastes em família me fortalecem. As vidas dos meus tios e tias, o que eles passam, eu gosto de observar, gosto de lembrar de onde minha família veio, e onde eles conseguiram chegar; tudo isso me ensina muitas coisas. Quando posso, procuro ajudar de alguma forma. Vi, ouvi e presenciei muitas coisas que forjaram o meu caráter.

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Cresci vendo a minha mãe sair às 6h da manhã e ir trabalhar, minha avó e minha tia que cuidavam de mim. Até hoje, minha avó tem um cuidado comigo de filha. Lembro que minha mãe sempre se esforçou para me dar o melhor ensino, chegava ás vezes 20/22h da noite eu já estava dormindo. Hoje, sei que não era fácil ser mãe solteira naquela época, e cuidar de mim sem meu pai.

Minha mãe é uma mulher muito forte, tenho muitos traços dela, não só físico, mas na personalidade também. Ela é teimosa (risos), mas é guerreira. Após alguns anos, ela teve outro relacionamento e teve mais uma filha, minha irmã Laura, que tem 15 anos, que é de fato a minha irmã, não há distinção alguma entre nós. Lembro de ver a minha mãe concluindo, com muito esforço, o curso de Administração que ela sempre sonhou, mesmo com duas filhas e trabalhando o dia inteiro, virando madrugadas estudando. Ela saía do trabalho direto para a faculdade.

Por muito tempo, fomos cuidadas durantes os dias por alguma moça que ajudava nas tarefas da casa e acabava cuidando da gente também, porque a minha mãe precisava trabalhar. Mas vejo  minha mãe super convicta, protetora, uma profissional, uma mulher de Deus e muito inteligente. Ela viveu nos dando muitos exemplos.

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Estou cursando o quinto período de administração na UEPB. Ainda pensei em fazer engenharia de produção, que eu achava ser o meu curso. Mas eu sempre orava muito sobre isso e pedia ao Senhor que estivesse no lugar certo, onde Ele sabia que fosse o melhor para mim, mesmo que eu não entendesse. Cai de para-quedas em administração. Estava morando em João Pessoa e não queria voltar a Campina, mas, minha mãe me incentivou muito a prestar vestibular em algum curso para a UEPB aqui. Eu passei e sabia que deveria vir para cá, mesmo sem querer, eu não sabia o que me aguardava aqui (risos). Acabou que me apaixonei pelo curso.

Quero ser empresária e vou gerenciar a minha empresa com toda bagagem que estou aprendendo. Quero ter a empresa com a minha cara.

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Quando morava em João Pessoa, um rapaz que morava no nosso prédio sempre me chamava para fazer o Rhema, e eu brincava dizendo que só fazia se voltasse para Campina. Mas eu não queria nem imaginava que ia voltar a morar aqui. Então… (risos). Fiz o primeiro ano do Rhema em 2014 pela manhã, enquanto estagiava à tarde e estudava à noite. Já no segundo ano, não pude mais conciliar tudo, precisei ajudar mais em casa e optei por concluir o Rhema, tranquei um período da faculdade, estou feliz com a escolha que fiz, eu precisava da estrutura que foi criada em mim pra os tempos de hoje.

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Vivemos em um mundo conectado, isso é fato, mas é um uso excessivo. A internet te dá aquela sensação de que você pode ser quem você quiser, quando você quiser. Ela te dá a liberdade para falar coisas que você não tem coragem de falar pessoalmente. Eu acho isso preocupante e perigoso. Gosto das redes sociais, mas não sou viciada 24 horas. Tem hora que dá uma agonia e preciso viver outras coisas. Eu fico até meio que controlando quem ta ao meu redor (risos).

A web tem benefícios. Por exemplo, para negócios, as empresas que estão lucrando são as que usam bem a internet, aquelas que sabem investir nisso estão tendo sucesso independente de, elas usam isso a seu benefício. As pessoas estão garimpando quem tem o melhor preço e produto. Acho um beneficio também para divulgar a Palavra, fazer pesquisas, estudos… Por exemplo, um texto de Lenise Freitas sobre ideologia de gênero, no Portal que teve milhares de visualizações, isso é uma coisa boa da internet, promover o que é bom. Expandir conhecimento, isso é um beneficio. Infelizmente existem os extremos…

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Tenho muitos sonhos e alvos para os próximos anos… Aqueles que parecem muita loucura também. Esse ano eu estou tendo a oportunidade de trabalhar e tem sido muito bom, muita experiência. Quero me dedicar mais ainda ao curso e ao projeto de extensão que participo, porque eu gosto de ensinar. Quem sabe no futuro esse projeto seja importante. Além disso, o departamento de Jovens continua nesse meu ano e quero dar meu melhor nesse tempo, nossos jovens e a nossa igreja merecem. Eu estou namorando uma pessoa que foi, e tem sido, a bondade e cuidado de Deus personificados para mim. Claro que ele está nos meus planos (risos).

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Espero em 2018 me formar, quem sabe já estar bem encaminhada com a minha empresa, e, talvez, até já começando a construir uma família, estar no meu lar, é um dos meus sonhos. Mas, antes de sair de casa, quero fazer mais por elas, minha mãe e minha irmã. Quero ser aquela que ajuda não apenas os missionários, mas a minha família também.

Parece ousado eu em cinco anos ter condições financeiras para fazer e conseguir tudo isso, mas eu sou sonhadora mesmo, eu acho que Deus gosta desse povo meio sonhador (risos). Nesse tempo também quero ter a oportunidade de poder me aperfeiçoar ministerialmente, gostaria de fazer a Escola de Ministros, sei que vai ser a bagagem certa e no tempo certo. Ah, amo viajar, então com toda certeza, viagens estão nos meus planos, e um dos lugares que tenho sonhado em conhecer é o Rio de Janeiro.

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Desde 2013, estou em Campina Grande, vim morar aqui por causa do curso, minha mãe e minha irmã vieram depois e, hoje, moramos aqui. Estou feliz com a minha decisão. De 2013 para cá, muitas coisas aconteceram. Muitos livramentos, muitas coisas superadas. Consegui vencer coisas dentro de mim que pensava que eram impossíveis de serem vencidas. Sabe aquelas coisas que você diz: ‘não vou mudar isso nunca, porque não consigo’. Hoje me vejo muito mais adaptável aos lugares, às coisas, às pessoas.

Eu não amava tanto as pessoas como amo hoje. Sei que Deus estava me ensinando quando vim pra cá, e Ele continua me ensinando. Uma das principais coisas que aprendi na prática é sobre o lugar de obediência ser o lugar de benção. Ele só quer o meu coração com a disposição em fazer o que Ele sabe que é melhor pra mim.

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Lembro de ser muito sozinha no colégio. Eu era uma criança gordinha e sofria com isso. Na época a gente nem sabia o que significava bullying, mas eu já sofria com isso. Eu sofria bullying sim e acho que essas lembranças não muito boas me faziam não querer voltar a Campina Grande. Não costumava levar essas preocupações para casa, minha família não precisava de mais coisas com que se preocupar.

Hoje, estou diferente de 2013, muito! A minha condição de estar aqui não é mais a mesma. Estou bem, estou no lugar certo, no tempo certo, é um alivio ter essa certeza. E, isso também me faz ter a certeza de que se Deus disser: “vamos para outro lugar”, eu vou. Estou bem mais adaptável mesmo. Sei o que é ter do bom e do melhor e sei o que é ficar na “peinha” de nada. Nunca me faltou comida, mas já tivemos tempos bem difíceis.

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Gabrielle é uma jovem (apesar da cabeça de velhinha), sonhadora. Ama organização, é resistente, persistente, forte, mas não uma muralha. Um pouco teimosa, há quem diga bastante, Deus me ajude! Gabrielle é empática, alguém que ama pessoas, que quer viver a vontade de Deus, mas que também quer que o povo consiga viver, sabe? Sei que eu não seria como sou hoje, sem algumas das coisas que me aconteceram. Foram muitas coisas desconstruídas e tantas outras construídas, tem valido a pena. Hoje, Gabrielle é mais fácil de ser acessada, antes, não era por timidez mesmo. Sou uma jovem bem apressadinha, não sei ficar parada, preciso sentir que estou sendo produtiva. Acho que Gabrielle é uma pessoa grata pela vida, à Deus, às pessoas, não tenho direito de reclamar, não posso ser injusta com um Deus tão bom!

 

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