Meu nome é Leila Gomes Silva. Nasci em São Paulo, sou a caçula de 9 irmãos, tenho uma irmã gêmea e tenho 44 anos. É 44, eu não tenho vergonha de dizer não, acho muito legal, não tenho do que me envergonhar, principalmente da minha idade.

Nasci em um lar evangélico, graças a Deus. Minha mãe sempre foi cristã, então a nossa infância e adolescência foi muito sadia. Quando eu tinha 6 anos o meu pai saiu de casa e deixou minha mãe com os filhos, nessa época eu já tinha 3 irmãos mais velhos, já casados e ficaram todos os mais novos com a minha mãe.

Nós fomos criados pela minha mãe, ela sempre foi uma mulher de oração, uma mulher muito valiosa, criou todos os filhos. Aconteceu de chegar na adolescência e alguns saírem da igreja, mas eu e minha gêmea sempre permanecemos com ela e isso nos segurou a adolescência e juventude e, até quando eu conheci o “digníssimo varão”, resposta de oração da minha mãe, principalmente.

Eu e minha irmã gêmea, Elaine, nos damos muito bem. Hoje, a gente acaba não tendo tanto contato, ela mora em São Paulo, um pouquinho mais longe e, às vezes, por causa das atividades da igreja a gente não consegue se ver. Ela é da igreja presbiteriana e a gente não consegue estar tão junto quanto antes, por conta das atividade de cada uma. Mas o relacionamento é ótimo, sempre que nos vemos é uma festa, é maravilhoso!

Eu me lembro de uma vez, mas não sou muito orgulhosa dessa parte não, que eu fiz uma prova pra ela, porque era o último dia e ela não tinha ido, estava trabalhando e fui, fiz a prova dela, mas não é uma coisa que eu me alegro muito não. Hoje, eu não faria de jeito nenhum, mas na adolescência, eu cometi esse lapso!

Minha mãe faleceu há 10 anos, ela se chamava Maria de Lourdes. Minha família é muito boa, é uma galera top! A família acabou crescendo muito, de todos os irmãos só tem um pra casar que é a minha gêmea, mas todos os outros são casados e têm filhos, então a família já cresceu muito.

Acabou que hoje a gente não tem essa facilidade de estar junto, cada um mora numa cidade, apesar de ser tudo São Paulo, cada um vive em um município. Mas, quando estamos juntos é uma festa, tanto em quantidade quanto em alegria. É uma família muito boa, graças a Deus são super amigos, super chegados.

Minha mãe era uma pessoa em um milhão, ela criou todos os filhos, uma mulher muito firme nas convicções dela, muito crente, nós fomos todos criados na igreja presbiteriana, mas ela era muito diferente do que dizem hoje, muito fervorosa de espírito. Fomos criados com muita vigília, campanha de oração, reunião de oração, culto na casa, era sempre assim. Ela sempre sustentou essa família com muita oração. 

Uma coisa que eu acho bem interessante é que sempre houve muito respeito em relação aos meus irmãos com a minha mãe. O que ela falava era norma. Se ela citasse uma regra, era uma regra para o resto da vida. Isso mesmo depois de adulto ou casado, continuava assim.

Ela sempre foi muito firme em criar os filhos, mesmo com o meu pai longe, ninguém debandou. Ela sempre foi muito rígida, mas também muito amorosa, uma mãe exemplar em muitos aspectos. Cheguei a dizer pra ela que se eu fosse metade da mãe para minhas filhas que ela foi pra mim eu já estaria satisfeita. Porque ela realmente foi uma excelente mãe.

Minha mãe começou a orar pedindo para o Senhor me apresentar o meu marido e eu me lembro de que um dia acordei ela estava no pé da minha cama, orando. Passou um tempo, não foi nada muito demorado não, e aí eu também estava orando, mas orávamos separadas, mas um dia ela me chamou para orar junto com ela e a gente começou a orar junto e ela me disse: “Olha eu tenho orado” e eu já tinha ouvido a conversa dela, a oração dela e ela não sabia e ela disse: “Tenho pedido ao Senhor para lhe apresentar um marido”, e foi bem clara, “Eu sei que você não tem nem idade, eu não quero que você se case agora, não é isso, mas eu quero que você namore sério para um casamento” e nessa época eu ainda ia fazer 17 anos, eu não tinha 17 anos completos.

Passou um tempo e muito rápido, eu diria, e a gente se conheceu.

Foi bem interessante quando eu conheci o Nemias, minha mãe disse assim: “Olha, namora ele, porque se você não namorar, não vai saber se é ele que é o seu marido mesmo e, observa”Esse foi um sinal maravilhoso que ela me deu, porque ela disse “Olha, observa se ele é a pessoa que você quer estar junto pelo resto da sua vida”.

Me lembro de que eu namorava, mas eu mais observava ele. Na época, a gente conversava muito, sobre tudo, sobre um relacionamento sério, sobre casamento, tudo porque eu tinha essa incumbência dela de que eu precisava conhecer ele.

Tanto que, a primeira vez que eu fui na casa dele foi bem interessante. Ele me chamou para jantar lá e eu ia direto do trabalho, e de manhã antes de sair para o trabalho ela disse “Filha, vai e observa como que ele trata a mãe dele, o jeito que ele trata a mãe dele, ele vai lhe tratar, porque aí você vai saber se é isso que você quer mesmo”.

Eu fui e fiquei observando, foi engraçado porque até perdi a fome, ficava impressionada em observar as coisas. Foi assim, a gente começou a namorar, eu estava com esse coração de observar realmente, tanto que foi tudo muito rápido e a gente já entendia por dentro que a queríamos casar, que a gente ia casar, não tínhamos conversado algumas coisas ainda, mas quando conversávamos víamos o quanto entrávamos em acordo facilmente.  

Foi um tempo bem interessante, um tempo de crescimento, de amadurecer as emoções. Porque a gente era jovem, mas a gente era mais maduro do que as pessoas da nossa idade, a gente tinha pensamentos diferenciados, a gente queria se conhecer bem direitinho para não errar, para ter a certeza de que não estava errado, era um namoro com propósito, apesar de termos namorado bastante tempo, era um namoro com propósito realmente.

No total foram 5 anos e 8 meses, desde que começamos a namorar até casar, mas quero deixar claro que eu não concordo com namoro muito longo assim. É porque no nosso caso, começamos a namorar muito cedo e minha mãe não queria que eu me casasse muito nova. Eu tinha que esperar fazer 20 anos pra falar em casamento. Nenhum dos dois concorda com namoro muito extenso assim, não é bom, mas no nosso caso a gente pediu que o Senhor nos apresentasse os nossos cônjuges e por isso acabou sendo muito jovem e o namoro se estendendo muito.

Nos casamos e depois de 4 anos a Samara nasceu, a mais velha, hoje a Samara tem 17 anos, quando ela nasceu foi uma festa, foi maravilhoso. Particularmente, achava que ser mãe era muito assustador, mas é tão bom saber que quando nasce um bebê, nasce uma mãe.

E depois de 3 anos, a Ana Beatriz nasceu.

A Ana Beatriz já chegou numa época diferente. Os dois nomes foram bem propositais. Samara quer dizer “Guiada e protegida por Deus” e Ana “Cheia de graça” e Beatriz “Veio para nos fazer feliz”. Ela é exatamente isso, ela veio realmente coroar a família.

Samara era uma bebê meiga, bonitinha, princesinha e Ana Beatriz chegou cheia de pose, energia, falando, aprendendo coisas mais rápido que o tempo, em alguns aspectos ela puxava a Samara, raciocínio muito rápido, ela realmente veio para mudar a nossa história.

As duas têm características totalmente diferentes, mas graças a Deus se dão super bem. Samara sempre foi aquela irmã que protege, que abraça, que defende, mesmo quando eram criancinhas já eram assim.

Às vezes, eu queria disciplinar a Ana Beatriz porque ela tinha feito uma coisa errada e ela partia pra frente e falava “Não mamãe, deixa que eu converso com ela, ela é só um bebê”Aí você imagina um toquinho de 4 anos defendendo a irmã que tinha um ano. Samara sempre foi assim, protegendo a irmã. 

E Ana Beatriz é aquela criança que eu olho para ela e digo: “Ai filha, você é muito desenrolada”Ela é bem expressiva, ela fala com muita facilidade, faz amizades com muita facilidade, se expressa muito bem. Samara já é aquela princesinha, para você saber você tem que ficar perguntando. Ana Beatriz não, ela já chega falando, contando tudo, elas são bem diferentes.

Mas, são duas filhas ótimas, graças a Deus elas têm nos acompanhado.

Eu vou ser sincera, quando eu estava grávida da Samara, achava que não era capaz, e talvez porque eu tinha uma mãe super poderosa, eu me achava totalmente incapaz de ser mãe. É uma posição muito diferente, de muita responsabilidade, toda vez que eu vejo elas fazendo alguma coisa ou falando alguma coisa a minha pergunta é sempre a mesma: “Com quem elas aprenderam? Será que elas aprenderam isso comigo?”

Ser mãe é um cuidado constante de ser um bom exemplo, porque afinal são duas meninas, a responsabilidade de estar orando por elas, eu fico muito cuidadosa com o que elas estão ouvindo, que tipo de amigos elas têm, é um cuidado constante e ao mesmo tempo minha posição é: “Senhor eu oro, elas são suas, e eu creio que vai dar tudo certo, vai ficar tudo bem”

Têm tantos pais e mães por aí que falam o quanto elas são educadas, talentosas, então qual é a nossa diferença? A graça do Senhor sobre as nossas vidas.

Ser mãe é uma coisa maravilhosa.

Quando meu pai saiu de casa eu tinha 6 anos e nós passamos cerca de 2 anos sem contato nenhum, depois de 2 anos ele aparecia de vez em quando. Só que quem aceitava bem que ele viesse em casa eram os mais novos, os mais velhos nem tanto, então sempre que ele chegava os mais velhos saiam, era bem complicado. Mas, passaram os anos e minha mãe teve um sonho, eu já era casada, já tinha passado bem uns 25 anos que ele saiu de casa, e um dia minha mãe teve um sonho e nesse sonho ela ia com todos nós para Minas que é onde ele morava, e todos os filhos iam lá e passavam um tempo com ele.

Quando ela contou isso, parecia ser tão surreal, mas aconteceu, aconteceu no final daquele ano. Nós fomos, viajamos, fomos em cinco carros pra Minas e com a minha mãe. Passamos o natal juntos. Ela ficou na casa de uns parentes dela e foram todos os filhos para a casa do meu pai. Naquela época, houve realmente uma reconciliação com os irmãos mais velhos, porque os mais novos já tinham perdoado.

Nessa viagem, a gente colocou os sentimentos no lugar e eu creio que naquele dia o perdão foi liberado de coração. Depois que voltamos tudo mudou, o relacionamento entre os mais novos e os mais velhos em relação ao meu pai já era bem diferente. 

Não demorou muito e minha mãe faleceu, quando isso aconteceu um dos meus irmãos buscou ele de Minas pra vir morar perto da gente e aí todo cuidado, toda assistência que a gente tinha para minha mãe, foi transferido para o meu pai. Foi um bálsamo para o coração dele também. Ele foi tratado como um pai, como se ele nunca tivesse deixado a família.

Tenho alguns referenciais. Minha mãe é a primeira sim. Tive o grande privilégio da pessoa que me apresentou Deus, como Pai, ter sido a minha mãe, para mim foi uma experiência muito marcante.

O meu irmão mais velho também, porque quando eu era pequena, como meu pai não estava presente, eu sempre olhava a forma que meu irmão tratava a minha cunhada, e achava o máximo, porque eles eram um casal ótimo, eu falava “Eu quero casar com alguém igual meu irmão” que era super cuidadoso, super amoroso, um marido exemplar. Tem também a minha irmã gêmea, Elaine, hoje ela é solteira. A gente tem personalidades muito diferentes, ela tem algumas características que eu aprecio muito.

Tem também o Pastor Edson Durant que fez o nosso casamento, ele foi o meu pastor na adolescência, então ele marcou um tempo da minha vida muito bom.

Pastor Eliezer e Georgia, eles são para mim a grande referência dos últimos tempos. Eles nos mostraram a Palavra da Fé e isso fez toda a diferença na nossa vida. Porque apesar de já sermos cristãos sinceros com o Senhor, foi essa Palavra que mudou a nossa trajetória e eles foram as pessoas de mais evidência na nossa vida.

Eu admiro muito o Nemias. Nós já temos 22 anos de casados. Acho ele um excelente músico, melhor guitarrista do mundo, eu sei que ele é um bom guitarrista.

Eu acho um barato quando as pessoas elogiam e eu falo: “É isso mesmo, ele toca bem mesmo, ele é bom mesmo”. Ele muda muito rápido, se ele perceber que está errado, ele muda rápido, acho isso uma das características mais fantásticas dele.

Ele é um excelente marido, excelente pai, sempre digo nos aniversários dele que amo ver o homem que ele se tornou. É como se eu esperasse isso e de repente chegou.

É tão interessante pensar que um dia a gente namorou e decidiu casar, mas a gente jamais pensou que seria como é hoje, é muito melhor do que a gente imaginou, é muito melhor do que a gente sonhou um dia. Quando eu olho pra ele e vejo tudo o que ele se tornou, eu amo ver isso. Pra mim isso não tem preço.

Eu sou muito tranquila, prefiro não aparecer, mas é engraçado, por mais que eu prefira não aparecer percebo que a minha presença é muito marcante para as pessoas. Sou muito sossegada, eu acho que ultimamente estou me descobrindo assim, muito firme nas minhas convicções, ter convicções é uma coisa muito importante para mim, porque acho que quem não tem convicção não tem certeza de nada.

E ultimamente tenho percebido que isso está mais forte, falar com convicção, aconselhar sobre o que se tem convicção, então acho que sou uma pessoa que a convicção é a minha estrutura, preciso da convicção das coisas.

Quando eu olho para minha vida com Deus percebo que eu tenho convicção daquilo que eu creio. Talvez, ainda não consiga me expressar da melhor forma, talvez ainda não consiga falar, mas por dentro eu tenho convicção daquilo que eu sou em Deus. É isso, eu acho que eu não tenho muitas facetas não.

1 Comentário

  • Leila amada do Pai❤vc é preciosíssima pera o Reino para mim🙏Te amo.
    Continue avançado sucesso o Reino do Pai prcisa muito de vc🙌

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