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Meu nome é Marcelo Mariano Borges. Tenho 40 anos, por enquanto (risos). Nasci em Anápolis, Goiás. Minha infância não muito abastecida financeiramente. Minha família foi sempre muito simples, sem muita perspectiva de vida. Mas, meus pais sempre se esforçaram para, do pouco que eles tinham, nos dar o melhor. Principalmente, em relação ao caráter, educação e etc. Em Anápolis, sempre foi aquela coisa de “cidade querida”. E eu estive ali até os meus 22 anos.

Ah, sim! Com certeza eu fazia muita arte. Quando a minha mãe dizia: “Não quero você andando com essas crianças”, era com elas que eu queria brincar (risos). Aí apanhava por fazer muita arte. Era normal para mim apanhar da minha mãe. Mas, do meu pai eu sempre tive medo (risos). Porque a surra da minha mãe era aquela “cintada” de leve. Já o meu pai não, era na “mãozada”. Mas tranquilo, nada assim, fora do normal não.

Somos uma família de seis irmãos. Infelizmente, um já faleceu. Eu sou o mais novo. Minhas irmãs até brincam, que quando eu estou na expectativa de ir visitá-los, elas brincam assim: “O queridinho da mamãe vai chegar.” (Risos). Todos moram lá em Anápolis até hoje, só eu que estou fora. Contudo, estou sempre me esforçado pra ir lá.

Apenas a minha mãe é cristã, mas a gente tem um relacionamento muito bom. Depois que nós conhecemos o evangelho, eu e a minha mãe, muita coisa mudou. Minhas irmãs nos respeitam, não tem aquela coisa de ficar tirando onda com a cara da gente, porque somos crentes. Eu também tenho abertura pra falar do evangelho com eles. Sempre que acontece alguma coisa, chega uma mensagem. Aí é ligação de quase uma hora, por aí…

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Sempre tive uma conexão forte com a cidade onde nasci. Não queria sair de lá, mas chegou um momento em que, após mais ou menos um ano e meio de casado, eu vi a necessidade de sair da minha cidade e procurar outros horizontes, com melhores empregos.

O que mais pesou para mim não foi nem tanto a cidade. Foi ter que deixar a Anna, minha esposa. A gente só se via a cada 15 dias. Porém, eu estava tão focado naquilo que fui fazer por um bem maior, que se tornou um pouco mais fácil. Quando saí da minha cidade, fui para Brasília, de Brasília nos mudamos para a Inglaterra. Na Inglaterra, morei em Londres. De Londres para Campina Grande-PB e, de Campina Grande nos mudamos para Porto Velho-RO.

Percebi que, depois da nossa saída (Anna se mudou depois de um ano também), entendi, pelo Espírito, que isso era como aquela preparação. Como quando Abraão saiu da sua terra, da sua parentela, para que Deus pudesse usá-lo como Ele queria. Então, eu percebi isso com a minha saída e não senti tanto. A Anna sentiu mais um pouco, ao deixar a “barra da saia da mamãe”.

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Eu trabalho desde os 12 anos de idade. Meu primeiro emprego foi como despachante. Eu fazia o trabalho de ir no DETRAN, ir na casa de clientes, trocar placa de carros, era um emprego fixo. Mas, antes, eu tinha aquele emprego de menino, né? Vendia picolé, essas coisas assim. Meu pai sempre falou da importância do trabalho e, eu sempre queria ter o meu dinheiro. Então, eu vendia o picolé e ficava com metade do dinheiro e, dava a outra metade para a minha mãe.

Fui soldado da Força Aérea Brasileira. Servi por quatro anos na base aérea de Anápolis. Fiz o curso de formação de soldados, que é aquele serviço militar obrigatório de um ano. No final desse um ano, eu pedi engajamento e fiz um curso de combate a incêndio de aeronaves. Depois, fui ser soldado no pelotão contra incêndios e a base era em Anápolis que era um Contra Incêndios – um bombeiro que fica dentro da base aérea só para combater os incêndios na estrutura predial e, principalmente, para salvamento e incêndios em aeronaves.

Esse tempo foi justamente quando conheci a Jesus. Enquanto eu aprendia a disciplina, o respeito, submissão, autoridade e hierarquia eu conheci o evangelho, veio a calhar as duas coisas. Foi fácil compreender a submissão a Deus e o amor ao Senhor.

Essa experiência foi fantástica, porque eu vi e aprendi muita coisa nessa época da aeronáutica. Acredito que eu não teria outra oportunidade para realizar essas coisas. Foi quando eu voei pela primeira vez, porque na época, era algo muito distante para a população, hoje que ficou mais fácil. Tive a oportunidade de estar com pilotos Chilenos, Americanos e Brasileiros também.

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Eu tinha um amigo de infância que se converteu primeiro, nem sabia que ele tinha se convertido. Porque nesse período da conversão dele houve um distanciamento entre nós, ele foi trabalhar em outras áreas. Contudo, aconteceu que, ele começou a falar de Jesus para mim e, na época, eu era católico da renovação carismática. Eu tinha uma bíblia mas não lia. A gente ia muito por aquilo que achava que era uma vida cristã.

Ele começou a falar de Jesus para mim e, na época, eu tinha ganho uma Bíblia de presente na versão Ave-Maria. E ele começou a falar, mas eu estava resistente. Ele falou assim: “Você tem uma bíblia, então começa a ler no Novo Testamento o evangelho de Mateus”. Lendo o evangelho de Mateus, eu comecei a ver coisas que eu vivia e fazia que não agradavam ao Senhor. Eu não tinha uma vida voltada para o pecado, mas também, não tinha a Cristo. Eu achava que tinha, mas não tinha.

Lendo o evangelho de Mateus, vi que eu estava errado. Despertou em mim o desejo de ler mais e mais a Palavra. Eu ficava três/quatro horas lendo a Bíblia de forma ininterrupta e aquilo foi realmente causando uma mudança de dentro para fora.

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Entreguei a minha vida a Jesus, eu mesmo, sozinho. Não houve aquele apelo na frente de uma igreja. Simplesmente abri o meu coração e disse que era dEle. Nesse período, entrei no quartel, o Senhor preparou tudo, porque eu fui trabalhar nessa sessão do pelotão contra-incêndio. Lá, tinha um cabo e um soldado que eram fogo puro. Eles eram bem fiéis ao Senhor, cheguei sem conhecer muita coisa. O que eu conhecia eram os quatro evangelhos e mais nada. Tudo que eu lia e não entendia, quando tinha alguma dúvida, eles me explicavam. Foi nessa época, com eles, que eu comecei a visitar a igreja evangélica. Porque mesmo eu lendo a Bíblia, eu não ia a igreja evangélica, continuava indo na católica.

Quando eu cheguei lá, comecei a fazer o discipulado na igreja, foi onde eu me batizei. E o meu batismo foi assim: eu cheguei na igreja pra Escola Bíblica Dominical e o Pastor chegou e falou assim: “Você está preparado pra o batismo. O batismo é hoje à tarde e eu quero que você se batize”. Então, eu nem fui em casa, já me batizei logo ali. Já fiquei da Escola Dominical pro batismo.

Foi nessa mesma igreja que eu conheci a Anna. Até então nós não tínhamos um feeling. Depois de 3 anos de amizade, eu olhei pra ela e meus olhos brilharam, desde então, já vai em 19 anos (risos). 19 anos de casados e 1 de namoro.

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Essa questão do amor foi muito impactante na minha vida. Eu poderia chegar na casa dele a hora que fosse, ele estivesse fazendo o que fosse e eu dissesse: “Pastor eu estou lendo tal livro da bíblia e não estou entendendo”. Ele parava tudo para me atender. Ele parava e queria me instruir dentro daquilo. E foi também assim que eu fui tendo experiências com Deus estando com ele. Congregando com ele. Eu tenho ele como referencial.

Mas eu lembro que já fazia quase 1 ano 2 meses que eu estava fazendo um curso teológico, nesse período eu orava ao Senhor, porque eu sabia que Ele tinha mais pra mim. Eu buscava mais do Senhor porque eu sabia que tudo aquilo que eu estava estudando era muita letra, faltava algo mais profundo. Comecei a orar ao Senhor, buscando em Deus esse bônus. Foi quando eu conheci uma escola que era associada do Rhema na época.

Nesta época, o Rhema dava um apoio lá na intenção de mais na frente terem uma parceria. Foi onde eu conheci vários homens de Deus que são referencial pra mim. Pr. Bud, Mama Jan, Gilson Lima, Shirla, Sâmia, Isaac e Sayonara, Herênio, Eliezer Rodrigues. Todos esses homens que realmente tocaram a minha vida, porque o que eu buscava em Deus, Deus me colocou pra ouvir deles. Que era a palavra associada a uma unção que mudou a minha vida.

Depois de passar quatro anos em Campina Grande, eu tenho Guto como um paizão espiritual.

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Desde que eu me converti muita coisa começou a acontecer na minha vida desde quando eu tinha apenas 3 meses de crente. Eu era despertado nas madrugadas e eu não sabia o que acontecia que acordava de madrugada com uma vontade imensa de orar. Eu era muito novo, então eu não entendia isso. Mas eu dizia: “eu preciso orar.” Desde a minha conversão eu percebi que Deus tinha algo diferente comigo.

Depois fazendo uma retrospectiva, me lembro que quando eu era criança os meus amigos iam fazer alguma coisa errada, por exemplo: pular no quintal do vizinho pra roubar goiaba, manga, eu não queria ir porque eu achava, mesmo sendo criança, que aquilo era errado. Dentro de mim já tinha uma coisa que me dizia: “isso é errado. Não faça tal coisa”. Eu percebi que já era chamado desde o ventre.

Numa dessas madrugadas, eu querendo entender o que estava acontecendo e o que Deus queria comigo, o Senhor falou comigo em Jeremias 1: “Eis que desde o ventre materno eu te conheci. Desde a madre te consagrei as nações”. Numa outra ocasião, quando eu tinha apenas três meses de convertido, o pastor Ademir Fonseca já me dava oportunidade para pregar no culto de jovens. Pra quem já foi “assembleiano” sabe, que isso é quase impossível de acontecer.

Mas, eu já tinha tanta convicção do chamado que quando ia lavar os meus tênis, ainda solteiro, eu pregava para os meus tênis (risos). Pregava para as vassouras e, não era algo que eu forçava, acontecia. Estava aquelas vassouras encostadas e de repente eu estava lá, pregando pra elas.

Hoje, eu entendo que era algo que já estava por dentro. Me lembro que uma vez me deram uma oportunidade de dirigir o culto. As pernas estavam trêmulas, mas o negócio andou. Quando conheci a Palavra da Fé que percebi o quanto Deus foi generoso comigo em me dar essa oportunidade. Eu já tive várias oportunidades de pastorear e nunca dava certo. Percebi que foi o cuidado e o amor de Deus para com a minha vida, porque a falta de preparação ia me fazer afundar. Mas, a preparação chegou, não só a intelectual mas a espiritual, ministerial. Esse respaldo de vir pra Campina Grande nos levou a outro nível com certeza!

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A Anna eu costumo dizer, como eu disse na homenagem que fiz pra ela quando completamos 19 anos de casados, que ela foi uma das três grandes coisas que o Senhor fez na minha vida. Primeira é o maior milagre de todo ser humano: quando ele encontra a Jesus e é salvo. Segunda foi quando eu recebi o chamado ministerial na minha vida. Foi algo muito íntimo com o Senhor. Não foi ninguém que me convenceu, foi o próprio Espírito.
E a Terceira bênção que o Senhor me deu, desde o dia 21 de março de 1998, foi estar casado com a Anna. Ela completa o meu ministério. Se não fosse ela ao meu lado, eu não estaria onde estou hoje. Ela me completa como esposa. Como a própria bíblia diz: “Uma ajudadora que lhe seja idônea”. Quando ela fala assim: “Amor, cuidado com isso”. Eu paro e tenho que pensar logo, entendeu? (risos)

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Marcelo é um homem muito humilde, simples. Eu não vejo no ministério um trampolim pra ser soberbo, continuo sendo humilde do mesmo jeito. Quando o Senhor me chamou, Ele me deu duas incumbências. Ele mesmo falou comigo e disse que queria duas coisas de mim no meu chamado. A primeira é: sempre falar a língua do povo. E a segunda é: sempre estar no meio do povo. Foi o que o Senhor falou comigo. Então, eu sou povão mesmo. Eu gosto de estar no meio do povo, abraçar o povo, beijar o povo, cheirar o povo (risos).

Marcelo é essa pessoa simples, humildade, que ama estar com pessoas, ajudar pessoas. Às vezes, até levo uns puxões de orelha do meu amor, porque eu estou almoçando e um irmão liga e, quando eu penso em pegar o celular, ela diz: “não, calma aí. Você está almoçando agora”. Mas, eu sou assim.

2 Comentários

  • Homem de Deus e marido abençoado! Que Deus continue achando em você um coração simples e sincero disposto a obedecer à sua vontade!

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