Maná Diário

Ingrid de Oliveira contou experiências na visita a Tóquio

De 25 de junho até 19 de julho, Ingrid de Oliveira do Verbo Arapiraca, em Alagoas, foi até Tóquio, em mais um passo de seu chamado missionário. Foram quatro dias de viagem até chegar ao tão esperado destino.

Chegando ao Japão, Ingrid cooperou com o trabalho do Pr. Jefter e Gabriella, líderes do Verbo da Vida em Tóquio, ajudando no dia a dia daquilo que o casal realiza em prol de levar a Palavra da Fé para aquela nação. Entre outras várias atividades, Ingrid promoveu quatro momentos de conversação em inglês e uma aula de nível básico nesse idioma. Esse trabalho faz parte da estratégia que o Pr. Jefter e Gabriella utilizam para evangelizar o povo, que pouco conhece a respeito de Jesus.

Sobre a sua vocação, Ingrid respondeu alguma questões:

Como você percebeu que o destino da sua missão era o Japão?

Não foi algo “mirabolante”. Em 2020, durante a pandemia, meu pastor, Lando, realizou algumas lives missionárias; e uma delas foi com pastor Jefter do Japão. Com o desenvolver da live, pastor Jefter me convidou (de forma bem informal, ouso dizer [risos]) para ir até a cidade ajudar nas conversações de inglês que a igreja realiza. Prontamente eu disse que iria, contanto que meus pais e pastor autorizassem. Os anos foram passando e minha mãe sempre me perguntava: “E sua viagem ao Japão?” — era o próprio Deus através dela dando um impulso para fazer a viagem acontecer. Até o presente momento, Deus não colocou uma nação específica em meu coração para fazer moradia permanente. O que arde em mim é poder servir em diversos lugares pelo mundo e o Verbo Tóquio foi o primeiro destino.



Quais foram as suas áreas de atuação nessa missão?

Como sou professora da língua inglesa, digamos que o foco foram as conversações de inglês.
Também servi no Departamento Infantil nos dois primeiros domingos da minha estadia. Foi uma ótima experiência, porque as aulinhas foram bilíngues (português e inglês). Também pude servir na Comunicação (tirando foto, gravando vídeos e criando artes para stories).

Uma das partes que mais gostei foi a panfletagem! São distribuídos panfletos da conversação de inglês para as casas que estão nos bairros próximos à igreja — é uma estratégia de fazer os moradores conhecerem sobre essa atividade de inglês que a igreja oferece; e atraí-los para o local. Participei de três panfletagens e digo que foi uma das atuações que mais gostei porque fez minha carne sair do conforto, ao andar e andar muito pela cidade para entregar os panfletos, estando um clima agradável ou não, envolvendo também fé: fé que as pessoas veriam o panfleto, sentiriam desejo de participar e que continuem fielmente indo às conversações. Durante a conversação e até mesmo na aula de nível básico foram novas pessoas! Isso muito nos alegrou! 

Qual foi a melhor parte da viagem?

Sem medo algum de errar, a melhor parte da viagem foi poder me sentir extremamente útil para a igreja e pessoas, ajudando o máximo que pude, assim como poder comparar a realidade cristã na igreja do Brasil e Japão. Esses dois pontos, de certa forma, estão atrelados. No Brasil, nós temos uma quantidade imensa de pessoas na igreja (graças a Deus, não estou reclamando), mas o quanto estamos dando e oferecendo nossa vida a Deus e a Sua grande obra? Essas três semanas que estive em Tóquio me fizeram perceber como estamos “confortáveis” na igreja brasileira, podendo escolher onde servir, muitas vezes até dizendo quantas vezes podemos ficar escalados. Enquanto no campo, eu vi, presenciei, senti na pele o quanto é necessário pessoas dispostas de todo coração a sair desse conforto e servir no que for preciso.

Muitas vezes queremos fazer missões em outros países para ministrar, estar no púlpito, com um microfone na mão, mas há tanto mais a ser feito, tantas áreas precisando de socorro e auxílio, seja panfletar, limpar a igreja, cozinhar, ser um auxílio no que for preciso para a liderança, participar do louvor, mídia, DI, etc.

Isso tudo me trouxe uma indignação santa, ao ver o quanto é urgente a necessidade de pessoas no campo, enquanto muitos de nós estamos reclamando de pequenas coisas em nossa igreja. Claro que sirvo e sou útil em minha igreja local, mas foi uma experiência completamente diferente.   

Quais as principais diferenças que você percebeu entre o Brasil e o Japão?

Poderia dizer muitas coisas, mas focarei na principal delas: a forma que os japoneses participam e reagem ao culto. No Brasil, estamos acostumados com palmas e dança em meio aos louvores, mãos levantadas, muito “aleluia”, “glória a Deus”, mas percebi que com o povo japonês (ainda) não é assim. Como grande parte deles nunca ouviu falar sobre Cristo, tudo a respeito da Palavra de Deus é novo para eles — são verdadeiros bebês espirituais. Alguns durante o louvor ficam parados (ainda estão aprendendo que podem dançar, celebrar, levantar as mãos, adorar a Deus), durante a ministração alguns ficam com a cabeça baixa, um pouco alheios ao que está sendo dito (isso não quer dizer que não estão recebendo e crescendo, pois estão), mas também vi pessoas recebendo a Palavra com sede e fome, com desejo de aprender mais, quebrando suas barreiras culturais e adorando ao Senhor! Como isso me tocou e me fez aprender!   

Qual mensagem final você poderia compartilhar sobre essa experiência?

Existem muitos missionários no campo servindo com todas as suas forças, fazendo praticamente tudo na igreja, orando com fervor a Deus para que pessoas fiéis e dispostas a servir apareçam. Sem reclamar, eles seguem fortes no Senhor, crendo na provisão.   
Quão grande ajuda, auxílio e descanso seria para esses missionários se nós pudéssemos ajudá-los diretamente no campo, mesmo que por um curto tempo. Talvez você diga que não tem chamado missionário, não tem vocação para ir a outra região ou até mesmo nação, e eu entendo e de fato sei que cada um tem uma função no Corpo de Cristo, mas talvez seja hora de sair desse conforto, da comodidade, parar de atribuir certas responsabilidades e tarefas para os “missionários”. Permita-se receber um despertar do Senhor! É preferível e mais confortável ficar onde estamos, mas se Deus está falando com você, OBEDEÇA, pois pode ser apenas isso que esteja faltando: um despertar!   

Planejamos viagens durante nossas férias (e isso é lícito, é para nós), mas por que não ofertar as férias ao Senhor no campo servindo a alguma igreja? Muitos missionários e igrejas receberam essa sua disponibilidade com muita alegria e gratidão.

Minha oração é que nós, no Brasil, sejamos despertados por Deus para que possamos fazer mais além da nossa realidade de ir à igreja.

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