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Nasci em Araras, interior de São Paulo. Morei lá até os 25 anos e, depois, fui para Campinas estudar e trabalhar, foi nessa cidade que me converti no Verbo da Vida local. Lembro que era o começo da obra e as reuniões aconteciam na casa do Pastor Emílio e Débora, estou falando de algo que aconteceu em 2001. Ajudamos no começo e, em 2005, me formei na primeira turma do Rhema em Campinas. Em 2006, vim com meu esposo para Campina Grande. Em 2007, fiz a Escola de Ministros em Campina Grande. Lembro que, no final de 2007, quando fazíamos a EMR, o Guto, que era supervisor na época e diretor executivo do Ministério Verbo da Vida, nos chamou para conversar. Até esse momento, achávamos que íamos voltar para São Paulo. Ele então lançou uma proposta para nós que foi para irmos a Patos conhecer a Terra e nós fomos. Oramos, testificou em nosso coração e em 2008 fomos para Patos cidade do interior da Paraíba e ficamos até 2010.

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Posso resumir Campina Grande em uma palavra: Gratidão. Foi aqui que o nosso ministério começou de fato. Estar próximo do Ministério, da liderança, fez toda a diferença para a nossa vida. As pressões chegaram aqui como chegam em qualquer lugar, mas aqui o nosso caráter foi forjado de uma forma única, me emociono pois sou grata demais a tudo que vivi aqui.

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Sou formada em letras e, como professora, ensinei em Campina Grande Português e Inglês. Muitas coisas surgiram enquanto estava morando aqui, dei aulas em colégios da cidade como: Motiva e Lourdinas, era um tempo bem corrido, dei aulas para o ensino médio de literatura e até fins de semana dei aulas em alguns momentos. Paralelo a tudo isso, ainda fazia a Escola de Ministros e, com isso, tinha livros para ler e resumir. Era puxado, mas foi um tempo muito bom. Quando sai de Campinas ensinava há 10 anos em uma escola bem grande lá “Coração de Jesus, sagrado coração”, faltavam poucos anos para me aposentar por tempo de serviço, porque comecei a trabalhar bem cedo. Aos 14 anos, eu já tinha registro em carteira, porque meu pai é italiano e essa coisa de sindicato para o italiano é muito séria, então meu pai me registrou logo que comecei a trabalhar com ele em uma marmoraria em Araras. Depois, segui trabalhando em outras coisas, mesmo estudando, então, me aposentei pela soma do tempo trabalhado em sala de aula e na industria. Também trabalhei por 9 anos na Nestlé em Araras. Trabalhei lá e a noite fazia faculdade. Ainda trabalhei em Campina Grande por dois anos, mas, quando cheguei a Patos, não tinha mais condições e conciliar, porque a obra exigia a minha dedicação integral. Foi um trabalho intenso para fundamentar a igreja e a escola em patos. Quando saímos de Patos, tínhamos formado uma turma do Rhema, inclusive o pastor atual de lá foi formado nessa nossa primeira turma de 2010. Mas foi um tempo maravilhoso naquela cidade, aprendemos muito.

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Chega 2011 e a nova direção era Blumenau. Temos trabalhado bastante e estamos vendo os frutos. Já temos além da igreja na cidade, congregações em Itajai e Navegantes e tem um grupo familiar em atividade na cidade mais alemã do Brasil chamada Pomerode, que fica a uns 20 minutos de Blumenau. Blumenau é uma cidade com inverno intenso, mas sou paulista e amo o frio, já sou acostumada. Aqui no Nordeste, a minha primeira dificuldade foi o clima. Não em Campina Grande, que tem o clima agradável demais, mas Patos era muito quente para mim e foi um tempo de usufruir da graça. Aprendi a lidar com cada lugar diferente, viemos com uma direção para a Escola, nunca pastoreamos e, debaixo de uma direção do Ministério, fomos a Patos e vimos que o povo sertanejo é fantástico. Recentemente, fomos a Patos e nos alegramos em ver os frutos da perseverança de muitas pessoas. Isso é lindo e muito bom.

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Sou casada com o Adalberto. O conheci com 29 anos e, antes de conhecer Jesus, moramos juntos por 11 anos. Quando nos convertemos em 2001, entendemos pela Palavra que tínhamos que casar, procuramos assim o pastor e falamos que não éramos casados e ele achou até engraçado pois via uma cumplicidade bem grande. Enfim, nos casamos, e esse foi o primeiro casamento feito pelo nosso pasto na época em Campinas. Estamos juntos há 25 anos.

O Beto já tinha sido casado anos atrás e, quando o conheci, ele já era separado a algum tempo. Tinha quatro filhos (que ajudei a criar) mesmo eles tendo a mãe, que é uma mulher abençoada. Mas a situação que vivemos exigiu minha ajuda, hoje eles são adultos casaram e tiveram filhos. Com isso, temos 12 netos. Tenho 54 anos e meu marido 59, ou seja, muita história para contar… Todos moram em São Paulo e região.

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Beto é um homem que ama o Senhor e acredita que Deus é o Deus da Palavra. É um homem de fé, perseverante e, como se diz em Minas: “não abre nem para o trem…” É um homem fiel. Hoje, depois de anos, o vejo colhendo esses frutos de fidelidade. Perseverança, tenacidade, submissão o definem. É um homem vigoroso, tem tanto vigor que, as vezes, é confundido, o alvo dele é o Senhor. Ele não se permite ouvir nada que não esteja em linha com a palavra e, para não se contaminar, ele é criterioso muitas vezes. Isso pode ser confundido pelas pessoas. Mas, conforme você vai conhecendo e convivendo com ele, verá que ele é um homem muito generoso. É um homem que cuida. Ele está no oficio pastoral, mas o vejo muito no chamado apostólico, porque ele abre novas obras com muita facilidade. Aqui ele foi para patos, Pombal e Sousa. Lá ele já viu Navegantes, Chapecó, Pomerode. Outra coisa, ele forma líderes fortes, porque é um homem forte. Percebo que aqueles que se juntam a ele são fortes, porque são forjados na pressão. Por ser assim, criticas vão surgir, o que é normal, porque algumas pessoas confundem o andar em amor. Tem uma coisa linda nele, é um homem que sabe pedir perdão. Ele não tem problema de chegar na frente da igreja e das pessoas e reconhecer que precisa pedir perdão. Ele costuma dizer: “Se você quer um pastor perfeito compre na internet, porque não existe. Eu sou homem, estou crescendo, mas amo ao Senhor”.

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Honro a vida do meu esposo. Por causa dele eu me converti. Ele se converteu primeiro e eu vi um Saulo saindo e um Paulo voltando. A palavra encontrou lugar no coração dele e ele mudou literalmente. Em dois ou três meses a postura dele simplesmente me chocou e me impactou. Eu queria saber o que tinha acontecido. E por causa disso eu fui atrás. É lindo ver que, desde então, ele não mudou esse amor, sede e intensidade pela Palavra e pelo Senhor.

Meus pais merecem a minha honra também. Minha mãe é italiana, imigrante, veio ainda jovem, ela é romana, meu pai é descendente, neto de italianos. Sempre muito trabalhadores, vigorosos, me ensinaram a ter caráter, me espelho sempre nos ensinamentos deles.

No ministério, tenho como referência impactante o pastor Bud Wright e mama Jan. Logo que chegamos, em 2006, em Campina Grande, tivemos um bom contato com ele. Precisamos passar por alguns ajustes. Além de Guto e Suellen que nos acolheram em sua casa durante alguns dias até Beto chegar e eles foram um suporte muito importante.

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Tem algumas pessoas que preciso honrar. A Ana Gaia e seu esposo, ela me ajudou até fazendo faxina lá em casa. O Jusciê e a Joanice que eram nossos vizinhos ali no Residencial Do Bu. Gilson e Sylvia Lima em 2007, primeira turma deles como diretores, como foram importantes para nós. Sylvia era a nossa diretora e nós tínhamos um bônus fantástico que era Gilson sempre conosco lá na Escola. Quando ministrei a palavra, ele estava lá e me animou com palavras proféticas que ecoam até hoje na minha vida. Pastor Amauri Almeida, Rosa Varela, Wilma Guimarães, oravam semanalmente e nós juntos lá com eles. Foi um ano orando com essas pessoas, um privilégio. Canrobert e Fátima, estudei francês com eles. Ronnie e a Luciana Princi também nos ajudaram muito. São tantas pessoas… Aqui no Ministério. Dione Alexsandra, integrante do Portal, sempre tão presente de alguma maneira em nossa vida. Christian e Suênia, Zélia, pasto João e Jannayna, pastor Douglas, Isaias…

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Entendo o poder da gratidão e isso me salva todos os dias, principalmente quando a aflição e a pressão chegam. E elas chegam. Eu sai do sul, vim para o Nordeste e depois fui ao sul, mas em uma terra genuinamente alemã e, com costumes diferentes, ali tem russos, poloneses, tanto no sertão quanto no sul. Quando a pressão chega de todas as formas e níveis possíveis, eu lembro das pessoas que acreditaram e investiram no nosso chamado quando nem a gente acreditava tanto. Eles nos animaram citei várias pessoas, certamente teriam muitas outras que o espaço não permitiu discorrer sobre elas. Passamos por dificuldades no começo, até de comida mesmo, e pessoas nos chamavam para sair e comer, nos levavam coisas em casa, não tem como esquecer disso… O povo sertanejo é maravilhoso, a Campina Grande que povo maravilhoso.

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A gratidão protege o coração da gente e nos protege da desistência e da ingratidão que gera murmuração e o desconforto. Em meu coração existe gratidão a Deus por tudo o que Ele fez e por homens e mulheres que creem e obedecem e que nos passaram essa visão. Eu sei onde eu estava, onde meu casamento e meu esposo estavam. Eu nem sei se estaria viva hoje se não fosse o Senhor. Embora tivéssemos excelentes empregos e salários, vivíamos uma vida miserável.

Quando você é líder, nem sempre é compreendido nas atitudes que as vezes você tem que tomar. Algumas não são muito populares. Eu tinha um medo de decepcionar pastor Bud e Jan, Guto e Suellen, foram eles que nos acolheram. É a gratidão por tudo pela Palavra, o Senhor, o Espírito Santo morando em nós, por todos que nos ajudaram, por lugares como Campina Grande que nos faz ter zelo pelas nossas ações. Quando cheguei em Campina Grande, foi mama Jan quem me buscou na rodoviária, eu e Paula Adriana que estávamos vindo de João Pessoa. Passei o dia com ela e vi tanta simplicidade e amor naquela mulher. A gratidão nos blinda e nos protege. Eu sou grata de todo o meu coração. Amo voltar sempre à Campina Grande.

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Sou uma mulher sempre em construção. Buscando no Senhor o que ele me chamou para ser. Por um tempo fui insegura e buscava afirmação nos outros. Sempre muito preocupada com a opinião das pessoas ao meu respeito. Pensando sobre a saída do meu ninho, em São Paulo, e a vinda para o Nordeste, percebo que isso me fortaleceu e vejo que, quanto mais eu avanço na Palavra e na visão, e no ministério, na verdade quanto mais conheço a Palavra mais me conheço. Então, hoje, é claro que eu me cuido para não ser pedra de tropeço para as pessoas, mas eu tenho conseguido entender que o que importa é agradar a Deus. Tenho me esforçado para crescer na presença de Deus e dos homens, não atrapalhar ninguém e, nem ser motivo de escândalo, porque pessoas se espelham em mim. Por mais que eu ministre que o alvo é Jesus, a minha responsabilidade é absurda. Eu nem consigo dimensionar. Quanto mais cresço, percebo a responsabilidade que tenho. A Bíblia diz que a quem muito é dado muito será cobrado. Não é medo, é reverência. Gratidão a Deus e reverência norteiam meu caminho.

 

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