João Paulo Gomes, lateral-esquerdo que atua no meio de campo, desde o ano passado, e capitão do time Figueirense, é membro da Igreja Verbo da Vida em Florianópolis-SC, serve no diaconato e iniciará o 2º ano do Centro de Treinamento Bíblico Rhema. João Paulo concedeu uma entrevista exclusiva ao nosso portal. Confira abaixo:
Me sinto realizado em servir na igreja, não sou o João Paulo jogador, sou um servo, quero ajudar e crescer com os meus irmãos, é bom estar lá e servir, ver as pessoas crescendo.
Fale-nos da sua história. Como é a sua família?
Somos em quatro. Meu pai, Manoel, minha mãe, Ozeni, meu irmão mais velho, Fernando e, eu. Sou do Rio de Janeiro. Minha mãe se converteu, não lembro se foi na minha gravidez ou do meu irmão. Eu sai de casa muito cedo para jogar, com apenas 15 anos, morava em uma comunidade onde um dos principais atrativos não era a igreja, os meus amigos não eram cristãos e, isso, me atrapalhou no próprio crescimento, mas fui vivendo…
“Minha mãe nunca se desviou, ela sempre foi o nosso ponto de equilíbrio e hoje, meu pai, eu e meu irmão, somos crentes”.
Minha mãe nunca se desviou, ela sempre foi o nosso ponto de equilíbrio e hoje, meu pai, eu e meu irmão, somos crentes, então, valeu a pena todo esforço dela. Graças a Deus, tive mais contato com o Evangelho depois que comecei a jogar, porque nos grupos temos os jogadores evangélicos, temos os nossos cultos nos grupos nos hotéis, independente dos times, sempre encontramos um líder e perguntamos quem é evangélico e nos juntamos. Mas, não restringimos e quem quiser participa, não falamos de religião, mas de Cristo, quem deseja, participa.
Se a gente vive o que prega é muito mais fácil eles nos olharem e verem realmente aquilo que estamos pregando. No meio do futebol tudo é muito conturbado, exagerado. Tem o que vai caminhar certo, o que não vai, infelizmente, mas por onde vamos, procuramos ouvir a Palavra e nos alimentar dela. Agora, para mim ficou super difícil ir à igreja e isso é uma das coisas que até o pastor André estava falando comigo. Porque domingo eu não posso ir por causa dos jogos. Mas, esta é uma forma de estar se alimentando estando junto dos irmãos nas concentrações.
Você saiu de casa muito jovem, com 13 anos para jogar futebol, como foi isso?
Eu fui para Minas Gerais, um clube pequeno, era uma roça mesmo (risos), morávamos todos em uma casa, tínhamos um horário para chegar em casa (21h30), éramos todos muito meninos, só que o amadurecimento veio muito rápido, porque não tínhamos a mãe por perto e, eu dependia muito da minha mãe, não sabia fazer nada. Lá tive que me virar e aprender a fazer as coisas, mas isso foi bom, sofri muito no começo, porque era muito ligado à minha mãe.
Eu não mentia para a minha mãe, ela me ensinou que o pai da mentira era o diabo. Eu amava o futebol, apostei nisso e deu certo. Realmente, amava jogar, nasci para isso, só me via fazendo isso. Eu era aquele menino que chegava da escola e ia jogar bola. De Minas eu fui para São Paulo, mas por pouco tempo, pouco depois fui para Porto Alegre, já tinha 17 anos. A cabeça estava mais resolvida, já tinha vivido algumas coisas, depois segui para Florianópolis e fiquei 3 anos direto. Já conhecia a minha esposa. Saí de Florianópolis e fui para Novo Hamburgo, foi quando a minha esposa teve o primeiro contato com o evangelho e era a nossa primeira experiência de morar junto, não éramos cristãos ainda, mas nossos amigos eram todos evangélicos. Minha esposa ouvia muito louvor, ela se apaixonou pelas músicas cristãs, eu não era muito fã, mas a deixava a vontade e, foi quando viemos para a Paraíba ela foi a uma igreja com o Fernando, nosso amigo, em uma Assembleia e era aquela bem tradicional, mas foi bacana. São 11 anos de história, temos um filho de 4 anos e ela está com 8 meses de gravidez, em Março virá mais um bebê.
Como foi a sua conversão?
Foi em Campina Grande-PB, em 2010, quando joguei no Treze, tinha um amigo chamado Fernando Guilherme, ele reside aqui e já era evangélico e a minha mãe é evangélica desde quando eu nasci, então desde o berço eu cresci com ela conhecendo a Jesus. Mas, eu não tinha convicção em Deus e na Palavra, mas, em 2010, esse amigo me apresentou a igreja dele e, também comecei a ler a Palavra e a me identificar bastante, ele era da Assembléia, acabei indo a alguns cultos.
Em 2011, quando fui para Mogi Mirim, de fato, tive um encontro com Jesus, me converti, a minha esposa também se converteu e estou nessa caminhada maravilhosa que é viver com Jesus, graças a Deus.
Eu estava no culto ouvindo e achando que seria apenas mais uma palavra e me sentia muito inferior, não só pelo fato de ser jogador, mas pelo fato de outras coisas da minha vida pessoal, me sentia realmente fraco. Uma vez ouvi que para Jesus nada disso era assim como era para a gente e, de fato em Jesus posso muito mais do que eu posso sozinho, foi aí que me entreguei para Ele e tenho caminhado com Cristo feliz. Graças a Deus foi a tomada de decisão que mudou a minha a vida completamente, estou feliz, vamos caminhar com Cristo!
Sua esposa também se converteu?
Ela se converteu antes de mim, é mais impulsiva do que eu. Ela me chamava para ir para a igreja. Eu enxergava algumas coisas de forma diferente dela e, isso me incomodava um pouco, a intercessão dela por mim foi o que me ajudou muito e, graças a Deus, atualmente, a minha vida mudou. Estamos juntos caminhando felizes e isso é o que mais importa.
Como tem sido esse tempo morando em Florianópolis-SC?
Ano passado eu ganhei muito, ganhei o Rhema e o Verbo! Até então, eu não conhecia a Igreja Verbo da Vida, mas antes de me mudar morávamos em Salvador-BA. Lá, nós frequentávamos a Igreja da Videira e queríamos encontrar uma em Salvador e procuramos os nossos pastores. O pastor Jhonatas e a Laura pregavam muito a palavra Rhema e ouvíamos lá constantemente. Ela nos informou que em Florianópolis tinha o Verbo da Vida com o pastor André Martins e a Beatriz. Hoje, fazemos parte da igreja. Ganhamos uma igreja e ganhamos irmãos. O pastor André é sensacional! É um ponto de equilíbrio de alegria. A Bia é sensacional. Temos crescido muito. Graças a Deus temos caminhado bem.
Você sofre resistência por ser um atleta cristão?
Hoje, nem tanto… Acho que o cristão sofre resistência por ser cristão em qualquer trabalho. Quando a gente diz a verdade da Palavra e procede de acordo com a Palavra, por estar em um mundo distorcido, por acreditar em algo que o mundo não consegue enxergar, somos diferentes mesmo. Então, a perseguição é natural. Mas, aqui graças a Deus não tenho tido perseguição nenhuma. Pelo contrário, pessoas procuram conversar comigo todo tempo, e o Rhema tem sido fundamental para que eu possa me preparar para falar de Cristo de uma forma natural.
“O João hoje é diferente, quando vem a crise ele não se abate e, isso chama a atenção das pessoas”.
O João hoje é diferente, quando vem a crise ele não se abate e, isso chama a atenção das pessoas. Ele dá risadas mesmo em meio a crise. Passamos uma crise no clube, os meninos olhavam para mim, me viam rindo e falavam: “João, como você fica rindo mesmo em meio a tudo o que estamos vivendo?”. E eu respondia: “A minha vida não está baseada no que eu vivo, mas no que creio”. Eu não posso viver baseado no que estou vendo, mas no que eu creio. E essa é a grande verdade.
Como você consegue conciliar o serviço na igreja? O diaconato? Os jogos?
Temos uma série de escalas. O líder, Tony, faz a escala e, quando tem jogo ou treino, que é na mesma data que eu estou escalado, a gente tenta trocar com alguém. Como meu tempo é muito curto eu fazia parte do “boas vindas”, a recepção, com a Juliana, quando não dá para ficar no boas vindas tento fazer algo. Só que, esse ano, eu não vou ter nenhum domingo disponível, isso já é realidade, por causa da tabela dos jogos. Vou ter que me ausentar, infelizmente, eu me sinto realizado em servir na igreja, não sou o João Paulo jogador, sou um servo, quero ajudar e crescer com os meus irmãos, é bom estar lá e servir, ver as pessoas crescendo.
Como tem sido a sua experiência como aluno do Centro de Treinamento Bíblico Rhema?
“no Rhema estamos sendo confrontados o tempo todo”.
É fantástico! Eu não sei expressar a imensidão que isso é. Eu já era convertido há seis anos, mas como disse para o pastor André, no Rhema estamos sendo confrontados o tempo todo. É muita verdade, é muito rápido, Segunda, Quarta e Sexta. Eu chegava muito cansado, mas saia leve; frequentei um mês de aulas andando de muleta, não podia pisar no chão, sentava no fundo da sala, ficava quietinho, escutando, e a primeira matéria que a gente teve foi “Autoridade do Crente” com Marcelo Saraiva, fantástico!
Eu queria ficar no Figueirense e uma das coisas que falei com a minha esposa é que eu só iria para um clube se na cidade tivesse o Rhema. Primeiramente, para ela fazer, ela havia ficado impactada com a Aula Demonstrativa de “Escatologia”, chegava em casa falando o quanto era maravilhoso, por isso, é muito bom o casal fazer junto.
É impressionante o quanto você cresce fazendo o Rhema. As aulas lhe confrontam de frente e não tem como você falar que não é assim. É uma junção de coisas que se encaixam nas matérias. Nas férias, fica uma saudade imensa. Quando termina o primeiro ano a gente descansa, depois vem a saudade. Não tem a pressão de “ter que ir”, mas depois vem a falta de tudo o que você aprende lá. A falta de estar presente, de estar ouvindo, eu acho que não deveria durar apenas dois anos. Acho que aí é quando entra a parte da Alumni.
Como está a expectativa para o segundo ano?
Conversando com alguns colegas que concluíram a escola, a minha expectativa esse ano é que eu consiga concluir. O primeiro passo é me matricular no segundo ano. O restante Deus vai fazer. Depois que você começa a fazer o Rhema passa a olhar as coisas de forma muito mais sobrenatural. O ano passado, como me machuquei, tudo tinha que ser feito com muita cautela; até falei para o meu treinador que estou cursando o Rhema, ele já sabe que sou evangélico e, ele está me dando a oportunidade de ser o capitão do time. Então, há um peso maior, porque você já não é mais um menino perante os seus amigos e, mais ainda porque você tem que representar a Cristo.
O dia do jogo coincidiu com o dia da formatura do Rhema, por isso não fiquei até o final com o pessoal do fuutebol, e o treinador falou: “eu vi que você foi todo arrumado”, expliquei que era porque fui para a formatura e, por isso, não fiquei mais tempo, Ele é muito compreensivo comigo; contei que concluí o primeiro ano e que ainda falta o segundo e, que as aulas são nas segundas, quartas e sextas, ele tem aberto as portas para que as coisas aconteçam e elas vão se abrir, minhas expectativas são as melhores.