por Márcio Campos

O crescimento em Deus deve ser um desejo ardente em nosso coração. Quando olhamos para as Escrituras, somos inspirados e incentivados a desejar o crescimento que é esperado por Deus. Quando recebemos Cristo em nossa vida, passamos a ser um com Ele e a nossa vida não nos pertence mais. O apóstolo Paulo escrevendo aos Gálatas faz essa afirmação:

 “Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. E esse viver que agora tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim” (Gálatas 2:20 NAA).

O sacrifício de Cristo na cruz proporcionou a nós um recomeço, nos dando uma nova oportunidade de vivermos como Deus planejou que vivêssemos aqui neste mundo. Jesus é o maior exemplo de maturidade que temos, e é Ele quem devemos imitar.

Deus deseja que os Seus filhos cresçam à estatura de Cristo, isso faz parte do propósito d’Ele para nossa vida. Alcançar a maturidade deve ser o alvo de todo cristão. Assim como o ser humano passa por períodos de desenvolvimento até alcançar a maturidade, o homem espiritual também, após o Novo Nascimento, tem essa mesma trajetória de crescimento a ser percorrida, alcançando a maturidade espiritual.

Deus tem um propósito específico para cada um de nós, e o ápice desse propósito é sermos à imagem de Seu Filho conforme está escrito em Romanos 8:29 NAA: “Pois aqueles que Deus de antemão conheceu ele também predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos”. Se o desejo de Deus é nosso crescimento à imagem de Cristo, por que tantos “param de crescer”? 

Amadurecidos

Uma definição de maturidade é o estado, condição (de estrutura, forma, função ou organismo) num estágio adulto; condição de plenitude em arte, saber ou habilidade adquirida. A maturidade espiritual pode ser adquirida através do conhecimento revelado da Palavra de Deus. É uma decisão que cada filho de Deus precisa tomar.

Em I Coríntios 13:11, Paulo menciona que é possível tomar esta decisão: “Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como menino; quando cheguei a ser homem, desisti das coisas próprias de menino”. 

Desistir é a palavra grega καταργεω (Kartageo), que significa fazer cessar, pôr um fim, pôr de lado, anular, abolir. É uma decisão que podemos tomar para avançar para aquilo que Deus tem para nossa vida. 

Com isso, vemos que — ao passar do tempo — quando nos tornamos adultos (naturalmente falando), devemos nos comportar como tais, e não mais termos atitudes imaturas, pois a infância ficou para trás. Da mesma maneira, a fase de bebê espiritual é para um tempo determinado, mas depois devemos, de acordo com o tempo decorrido, desenvolvermos a nossa vida espiritual. Paulo faz uma distinção entre crentes espirituais e crentes carnais:

“Eu, porém, irmãos, não pude falar a vocês como a pessoas espirituais, e sim como a pessoas carnais, como a crianças em Cristo. Eu lhes dei leite para beber; não pude alimentá-los com comida sólida, porque vocês ainda não podiam suportar. Nem ainda agora podem, porque vocês ainda são carnais. Porque, se há ciúmes e brigas entre vocês, será que isso não mostra que são carnais e andam segundo os padrões humanos?” (I Coríntios 3:1-3 NAA).

O apóstolo deixa claro neste texto que há uma necessidade de crescimento que Deus espera de cada um de nós. Que é necessário deixarmos de ser crentes carnais para sermos crentes espirituais. Deus tem grandes coisas para nos revelar, grandes bênçãos para nossa vida, porém será que já estamos prontos para receber? Será que já estamos maduros para suportar, ou ainda estamos tendo atitudes carnais que demonstram imaturidade? 

Crentes espirituais e crentes carnais

Muitas pessoas questionam por que Deus ainda não fez tal coisa na sua vida. Talvez o motivo de algo não ter se manifestado ainda é devido à imaturidade, não estar preparado para receber o próximo comando de Deus.

O reverendo Kenneth Hagin traz uma definição para esses dois tipos de crentes:

O crente carnal é aquele que nasceu de novo, recebeu Cristo como Senhor de sua vida, porém não desenvolveu a sua vida espiritual, demonstrando atitudes de uma pessoa sem Deus. Quando vamos para Gálatas, no capítulo 5, Paulo fala para crentes sobre o fruto do espírito que deve ser manifesto em nossa vida e sobre as obras da carne que devemos abandonar.

Muitos crentes, por não entenderem sobre a necessidade de crescimento espiritual (ou até sabem, mas ignoram) e não colocarem em prática, param de crescer e não desfrutam de uma vida plena. Crentes que não deixaram as práticas do velho homem, como, por exemplo, insubmissão, mentiras, fofocas, vícios e outras práticas contrárias aos ensinamentos bíblicos, são considerados carnais e precisam abandonar urgentemente tais comportamentos.

Já o crente espiritual é aquele que, ao nascer de novo, busca constantemente viver as práticas espirituais em sua vida, recebendo a Palavra e colocando-a em prática, dando continuidade à sua jornada de crescimento.

Fazendo esta distinção, podemos perceber se alguém é maduro ou não, através dos seus comportamentos, relacionamentos e também de suas palavras.

Níveis distintos

No ambiente da igreja, nos deparamos com pessoas em diferentes níveis de desenvolvimento espiritual. Os crentes maduros podem e devem contribuir para que os outros também possam crescer. Como eu disse no início, maturidade é uma decisão. Só cresce espiritualmente quem busca desenvolver a sua vida cristã, colocando em prática a Palavra de Deus.

Muitos vão avançar no propósito e vão colher frutos para a glória de Deus, porém outros continuarão estagnados em sua vida espiritual, deixando de desfrutar de bênçãos maiores em Deus porque não permitiram ser lavados pela Palavra.

Em nossos relacionamentos, temos oportunidades de estar ao lado de pessoas maduras que vão nos impulsionar ao crescimento. Uma banana bem madura colocada próxima a outras bananas verdes estimulará o amadurecimento delas, pois o fruto maduro libera o gás etano que irá acelerar o amadurecimento dos demais.

Quer acelerar o seu crescimento espiritual? Fique próximo de pessoas maduras que serão inspiração e influência para sua vida. 

Mas o contrário também é verdade, se ficarmos ao lado de pessoas imaturas que não buscam crescer espiritualmente, estas também poderão ser influências em nossa vida, porém nos afetarão de forma negativa. Em I Coríntios 15:33 (NAA) está escrito: “Não se enganem: ‘As más companhias corrompem os bons costumes’”. A versão amplificada traz o mesmo versículo da seguinte forma: “Não se deixem enganar e iludir! As más companhias (comunhão, associações) corrompem e depravam as boas maneiras, a moral e o caráter”.

Do que está cheio o coração?

As palavras que saem da nossa boca também são indicativas de maturidade. Paulo traz um alerta para nós em Efésios 4:29: “Não saia da boca de vocês nenhuma palavra suja, mas unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem”.

O crente espiritual deve ter em sua boca palavras de fé e amor, palavras que podem transformar a vida daqueles que estão próximos a nós. O que sai da nossa boca revela o que há em nosso coração. Jesus afirmou isso em Lucas 6:45 NAA: “O homem bom do bom tesouro do coração tira o bem, e o mau do mau tesouro tira o mal; porque a boca fala do que está cheio o coração”.

Do que está cheio o coração? Se está cheio da Palavra, abra a sua boca e comece a falar palavras de vida.

O amadurecimento não acontece do dia para a noite, é necessário certo tempo, porém só o tempo não garante o crescimento de ninguém. É necessário decidir amadurecer, pois todos nós precisamos crescer.

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