
Graduado do Centro de Treinamento Bíblico Rhema no Rio de Janeiro-RJ
“Em seguida dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz, e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas quem perder a sua vida por amor de mim, esse a salvará” (Lucas 9.23-24)
O que quer dizer negar a si mesmo? Qual o sentido prático disso? Esse versículo ganhou uma nova roupagem aos meus olhos no último ano, esse conceito de negar a mim mesmo tem sido um grande desconforto produtor de progresso.
Negar a si mesmo significa renunciar a si mesmo, significa abrir mãos das próprias vontades, não só em termos de futuro e propósito, mas de escolhas diárias, de ações e reações.
Negar a si mesmo é tratar os ideais do Gabriel mortos perante o desejo dEle.
Negar a si mesmo é diariamente optar não necessariamente pelo o que agrada mais, pelo o que desejamos mais, mas optar pelo que Ele mostra agradá-Lo, muitas vezes sem explicação, sem sentido racional, lógica ou qualquer mínima evidência que produziria compreensão mental, é adotar tal desejo por simplesmente saber que Ele é bom.
Negar a si mesmo é não agir conforme você quer, mesmo que a sua justificativa tenha razão e uma descrição detalhista, pelo simples fato Dele não querer.
Negar a si mesmo é um ato de demonstração de um novo nível de maturidade espiritual, onde não se trata mais do que é lícito e o que é ilícito, mas do que convém e do que não convém mais. Redes sociais são lícitas, séries são lícitas, filmes são lícitos, jogos são lícitos, música que não trata da Palavra é lícita, mas a grande pergunta que você precisa se fazer é o que não convém mais? Entenda, não se trata de ser proibido, de ser errado, nem de abandonar alguma dessas opções por completo (apesar de que isso possa ser uma opção em alguns casos) mas, se trata do quanto você está disposto para viver a magnitude da vida que Deus tem proposto para você?
Perceba, tudo isso é lícito, mas se Ele simplesmente quiser que você abandone uma dessas coisas, você abandonaria? Ou você iria barganhar? Ou você iria tentar se convencer de que não precisa abdicar disso quando você sabe lá dentro que mesmo que aquilo seja lícito, não lhe convém mais? Quem é o seu Senhor? Algo? Você? Ou Ele?
Existe um raciocínio que me toma nesses momentos de abdicação de algo lícito, mas que de alguma forma eu percebo no meu espírito que não convém mais. Eu penso: “E se isso for o que preciso fazer para entrar numa nova fase em Deus? Se isso for uma decisão que me aproximará mais a viver a magnitude do que Ele tem pra mim?”.
Eu sei que vivemos na graça e que somos apresentados a uma vida não originadas por méritos ou boas obras, mas quando alcançados por essa graça somos levados a realizar boas obras (Ler Efésios 2.8-10).
A salvação nos compele a cooperar com aquilo que Cristo já fez. Seja isso pela pregação da Palavra, pela cura de enfermos, pela ajuda ao próximo, seja pelo se tornar o que for preciso (Ler I Coríntios 9.19-23) para cumprir o propósito dado por Ele.
Desejar viver o que Deus tem pra você, desejar entrar no chamado criado exclusivamente para você, desejar o avivamento é muito bom, porém não é suficiente. A questão é: o quão disposto você está? É tempo de aprendermos mais com Cristo, com Paulo e com tantas referências que temos sobre negar a si mesmo. Afinal, é como afirma em Romanos 6.8, nós morremos com Ele.
Que os nossos desejos, jeitos, vontades acompanhem essa morte e que somente o filho que Ele planejou para eu ser em sua plenitude viva! Que sejamos como João Batista ao dizer em João 3.30: “É necessário que Ele cresça e que eu diminua”.
Que a vontade dEle, que a expressão de quem Ele é em meu agir e reagir cresça, tomando todo espaço do meu ser, na minha vida, em quem eu sou e no que eu quero. Que minhas vontades, minha forma de agir e reagir se torne obsoleto diante Dele. Que eu negue a mim mesmo!