Verbo FM

Lições sobre superação!

por Dione Alexsandra

O texto de hoje é um trecho do capítulo 6 do meu novo livro “Superação”:

Aprender é sempre um presente, mesmo quando a dor é a professora.

As dores da alma não deixam recados, imprimem uma sentença que pode perdurar por anos. As dores da alma não saem nos jornais, não viram capa de revista e só quem sente pode avaliar o estrago que elas causam. Às vezes, penso: Que triste é não sabermos nada de quem senta do nosso lado! Não conhecemos as histórias das pessoas… Nossas biografias estão escondidas atrás de nossas maravilhosas atuações…

Talvez, por tudo isso, eu não posso me atrever a pensar apenas em mim e nos meus problemas, eu preciso renovar a minha mente ao ponto de a necessidade do outro doer em
mim. Não quero ser egoísta ao ponto de ver alguém sofrer e passar de lado e não fazer nada. Se tem construção, tem desconforto. Não existe processo de mudança sem desconforto, mas ver o resultado nos alegra e, exatamente, porque sabemos que renovar a mente trará resultados, avançamos, buscamos mudar, renovar a nossa mente, buscamos romper com os nossos medos, com os nossos limites. Existe um processo de renovação em curso e se não pararmos e não desistirmos, vamos ver o prédio construído. Leva tempo, exige trabalho, mas vale a pena.

Mudança não é um evento, mas um processo…

O que você chama de atraso, Deus chama de processo. Deus não negocia princípios e nem processos. Ele não vai mudar. Quanto mais claros forem os princípios para você, mais fácil será de você lidar com os conflitos que surgirem. Nada em nossa vida acontece imediatamente, mudança não dá para apertar o botão do micro-ondas e colocar 50 segundos e está pronto! Infelizmente não é assim.

Na verdade, Deus ama o processo, porque enquanto ele acontece, somos moldados e nos tornamos pessoas melhores, mais maduras, misericordiosas e menos implacáveis com os erros dos outros. Imaturidade não é a falta de conhecimento, mas a ausência de experiência. Deus nos chama para a maturidade!

No Livro “A dor da liderança” Samuel Chand também diz: “Não há crescimento sem mudança, não há mudança sem perda e não há perda sem dor”. Não conheço crescimento sem dor, seja fisicamente, seja emocionalmente ou até mesmo espiritualmente.

Precisamos aprender a ser os mesmos em dias de arco-íris e em dias de circuncisão. Em dias de ‘Uau” e em dias de “Ai”. Não teremos respostas para todas as coisas, mas precisamos confiar em Deus! Precisamos aprender que a dor não é o fundo do poço; é o início de algo novo. Ninguém continua o mesmo depois de superar uma dor. Aprender a lidar com a dor na nossa vida e na vida das outras pessoas é algo necessário.

Resta-nos sensibilidade para atentar para a dor do próximo assim como para a nossa dor, porque se a dor das pessoas não nos causa nenhuma misericórdia precisamos reavaliar o nosso cristianismo.

Afinal já dizia N. Tommaseo: “O homem que a dor não educou será sempre uma criança.”

Erros e acertos vão acontecer no percurso

A vida é uma constante superação. Erros e acertos vão acontecer no percurso. Ninguém está à frente ou atrás de você. Você não é mais avançado ou menos esclarecido. Você está exatamente onde precisa estar. Não é uma competição. É a vida. O que você tem feito dela…

Todos nós sonhamos em ouvir do Senhor naquele grande dia: “Muito bem, servo bom e fiel”. Mas até chegarmos a esse dia existe um percurso a percorrer e até lá, vamos errar e acertar muitas vezes. Sempre que penso sobre percurso, lembro que a nossa vida não é uma corrida de 100 metros, mas uma maratona. Uma longa e desgastante maratona. E claro, é impossível pensar nessa categoria do esporte sem lembrar a maratona feminina que fez história nos jogos olímpicos de Los Angeles 1984. Muitos nem eram nascidos e não vão lembrar, mas foi a primeira vez que foi celebrada.

Porém alguém mais deixou uma forte impressão na história do atletismo: Gabriela Andersen. Esta mulher mudou a história do atletismo. Na pista mostrou um sobressalente esforço que não desvaneceu até cruzar a linha de chegada com o público todo empurrando e torcendo por ela.

A campeã daquele ano? Ninguém lembra, nem importa. Na cidade de Los Angeles, a umidade era muito alta e a temperatura rondava os 30°C, milhares de pessoas estavam atentas no estádio para presenciar a primeira maratona feminina da história dos jogos. Nesta ocasião tão especial participavam 50 mulheres, e uma delas teria a maior atenção da história dos Jogos Olímpicos. Não esperava receber o ouro, seu objetivo era o de chegar à meta.

Gabriela entrou no estádio na posição 37, cansada e tomada pelas dores e cãibras. Mal conseguia se manter em pé, o público todo ficou de pé ao notar o esforço sobre humano dela e muitos foram às lágrimas enquanto juntos formavam uma corrente para empurrar a atleta que já tinha paralisado a metade de seu corpo, as dores eram inimagináveis.

Imediatamente os organizadores quiseram prestar assistência médica, mas ela recusou, sabendo que se aceitasse seria desclassificada. Foram os minutos mais comoventes da história da maratona. Enquanto os paramédicos seguiam pela margem da pista. Gabriela tinha um objetivo, nem as dores, nem o cansaço a fariam desistir.

Cruzar a linha de chegada era seu sonho, o que se tornou realidade. Uma vez que chegou ao final, desabou; os juízes estavam esperando para carregá-la. A imagem e os sentimentos que desperta são indescritíveis. Foi assim que o nome de Gabriela Andersen entrou para a história e se converteu em sinônimo de determinação, perseverança e superação. Depois de tantos anos, vi um relato de Gabriela Andersen sobre esse fato e ela disse:

“O que me fez conseguir continuar… Havia um médico me seguindo de perto e me observando. A imprensa os criticou por me permitir continuar, mas eles deixaram por me ver andando e perceberem que eu sabia onde estava indo. Eu sei que outros atletas passaram pela mesma situação e acabaram desistindo, pegaram uma carona ou algo do tipo. Comigo, por ter chegado tão longe foi algo diferente. Eu fiquei muito aliviada e feliz por ter terminado a corrida e naquele momento eu não estava preocupada se ficasse mal uma semana. O principal era “Eu consegui”. Foi bem doloroso durante aquela última volta. Eu senti bastante dor, mas depois de 2 horas eu estava bem. O que realmente me surpreendeu de maneira positiva foi toda a compaixão e reação de pessoas comuns que
estavam assistindo e também dos atletas porque eu estava envergonhada, porque eu não tinha ido bem, e achava que eu não merecia toda aquela atenção. E eu me sentia culpada. Mas os outros atletas me deram tanto apoio que me fizeram me sentir melhor. Creio que essa é a memória que guardo dos jogos olímpicos. Logo após os jogos, com o tempo consigo ver que as pessoas se identificam comigo, porque elas veem a luta e sabem que se você tiver determinação você pode superar os obstáculos. E também ensina uma lição: além dos obstáculos, você precisa superar experiências ruins e não ficar se remoendo, e quem sabe aprender algo com isso.”

(Fonte, Matéria: “História de superação!” exibida no Globo Esporte 31/07/16)

Que lição! Que história! Essa mulher nos mostra com sua história que no percurso vamos ter as nossas experiências, sejam elas boas ou ruins, precisamos tirar lições delas. Se forem boas, ótimo. Se não forem, vamos passar! Mas, assim como ela, vamos aprender algo com isso e esquecer a dor que aquilo nos causou. Gabriela ficou marcada na história dos jogos pela superação. Você está escrevendo a sua história.

Todos celebram as conquistas, mas poucos celebram o processo.

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