Graça para fazer missões – Parte I

Adriana Potter
Missionária da AGMVV

Existem algumas características para aquele que é chamado por Deus como: flexibilidade, disponibilidade e serviço.

Quero destacar algumas delas. Vemos Paulo como um exemplo de um servo em primeiro lugar. Ele viveu um bom tempo no ministério e deixou lições valiosas para nós.

Uma das lições mais valiosas que Paulo deixou para nós é que ministério não é status, mas serviço.

Sabemos que uma coisa é conhecer outra é praticar.

Precisamos conhecer e praticar para obter os resultados. Nunca vamos extrair tudo de um versículo em apenas uma leitura. Sempre tem mais a ser desvendado na Palavra. Quando pensamos que já aprendemos tudo descobrimos que há muito mais.

“E, servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado”. (Atos 13.2)

Deus só pode enviar aquele que é chamado. Você jamais estará satisfeito se não estiver fazendo a vontade de Deus.

Muitas pessoas são incentivadas a ir para melhorar de vida e esse não é um propósito correto, bem como casar não é um motivo certo. Muitos tem uma noção errada do que é fazer missões e chegam a pensar que é história de Hollywood,  mas não é assim.

Todos nós passamos por situações, mas não devemos engrandecer as dificuldades. Elas existem para ser superadas e não glorificadas.

Há uma diferença entre estar em um ambiente familiar e estar em outra cultura.

Existem, por exemplo, métodos diferentes até mesmo de comer. Inicialmente tudo parece divertido, mas no dia a dia você vai ter que lidar com a sua própria identidade. Nessa hora é bom ter a certeza do seu chamado.

Deus nos capacita através da graça. Sabemos que existe uma graça para ir,  mas apenas saber dessa graça não é suficiente precisamos nos render a ela.

Posso testemunhar que em minha vida precisei me agarrar a graça de Deus.

Quando comecei em missões estava consciente das minhas limitações e confesso que precisava de uma graça extra. Eu estava entrando no ministério de uma forma diferente. Mas, era como se o Senhor tatuasse em mim: “Dependa da minha graça”

Hoje em dia, quando eu vejo a dificuldade, logo me agarro a essa graça.

Não existe o topo de perfeição no ministério. Todos nós estamos caminhando.

O poder de Deus dentro de nós nos capacita a fazer as coisas que não conseguiríamos na nossa própria força.

“Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus”. (I Pedro 4.10)

Não servimos bem na força da nossa carne. Se pararmos de estar consciente dessa graça fatalmente isso vai acontecer.

Existe uma multiforme graça de Deus. Existe uma graça para pregar, aprender uma nova língua, comer uma comida diferente e até mesmo dormir em qualquer cama.

Seu corpo físico se desgasta em tantas viagens, o sistema imunológico se fragiliza, mas a graça nos sustenta. Existe graça para entender as pessoas, que te faz sair do seu mundo e entrar no mundo de alguém. Isso é habilidade divina.

Não engrandecemos os problemas, mas a solução.

Fui treinada em Campina Grande a ser flexível.  O Senhor me ensinou muito enquanto morei aqui. Aprendi a dividir e a conviver com diferentes rotinas. Muitos têm a oportunidade de morar com outras pessoas e perdem a oportunidade de aprender com essa experiência.

Muitas vezes, precisamos deixar algumas coisas nossas de lado para nos identificar com as outras pessoas e isso é uma linha tênue. Exige de nós sabedoria e identificação. Flexibilidade tem tudo a ver com identificação.

Paulo é um exemplo de flexibilidade, ele sabia que para ganhar alguns teria que ser flexível. Precisamos saber agir assim.

Jesus ao vir a Terra, deixou alguns atributos divinos, se limitou em um corpo humano para cumprir aquilo que Ele deveria na Terra. Deus é o melhor professor. Ele sabe como nos ensinar a lidar com o povo.

A nossa identidade não está relacionado às coisas terrenas.