Verbo FM

Rachel Bichusky Garcia (Campina Grande-PB)

 

MVV_9946

Meu nome é Rachel Bichusky Garcia, tenho 30 anos e sou de Bauru, interior de São Paulo. Bauru é uma cidade com cerca de 400 mil habitantes, tive uma infância muito divertida lá. Tenho três irmãs. Então, éramos quatro meninas dentro de casa e sempre tínhamos muitas amigas. Se cada uma de nós levasse uma amiga para dormir em casa, já tínhamos uma turma de oito garotas. Nossa casa sempre foi o lugar onde gostávamos de estar. Desde cedo, a minha mãe nos incentivava a ir para a igreja e lá tínhamos muitos eventos, acampamentos, éramos muito envolvidas. Então, foi uma infância próxima da família, dos meus avós também, a fase escolar foi bem divertida.

Meus pais se separaram quando eu tinha dois anos. Como meu pai é judeu, ele foi para Israel logo após a separação e ficou muitos anos por lá. Por isso, eu não tinha convivência com ele. Minha convivência era com a minha mãe e minhas três irmãs. Nossa casa era cheia de muito amor, carinho e “coisas de mulherzinhas” do tipo: “essa roupa não combina”, “esse brinco também não”. “Me empresta a sua maquiagem, me ajuda a secar meu cabelo”. Aquilo que as mulheres vão buscar no salão de beleza e no “clube da luluzinha”, a gente cresceu assim (risos), sempre muito unidas.

MVV_0131

Meu avô é major aposentado do Exército Brasileiro. Então, a minha mãe teve uma criação super rígida. Como não tínhamos a figura do pai presente, ela tinha que ser pai e mãe. Ela era aquela mãe que queria fazer carinho toda hora, saber como foi o dia, mas era aquela que só de olhar nos fazia avaliar a nós mesmas, como se ela passasse um ‘raio x’, porque se tivesse alguma coisa fora do lugar, tinha que consertar. Ela descobria rapidamente.

Com as minhas irmãs sempre houve muita cumplicidade. Eu tenho muitas amigas, mas eu e as minhas irmãs éramos as melhores amigas. Eu sei que a personalidade é inata de cada pessoa, mas existem características que eu tenho que desenvolvi pela convivência com elas, como por exemplo, como me comportar, me mover, me vestir, falar, devo isso às minhas irmãs.

Somos bem diferentes umas das outras e tínhamos as nossas discussões de família como todo mundo.

A Camila, a mais velha, é a “mãe de todas”. Cada uma de nós três – e até a minha mãe – temos os nossos segredinhos com a Camila. Porque ela é bem madura, sábia e muito humana, aprendi com ela esse equilíbrio, a ser uma pessoa equilibrada e mansa.

A Míriam já é toda cheia de energia. É a mais arrumada da casa (risos), ela é muito comunicativa, tanto que eu aprendi a ler e escrever com ela. Eu tinha quatro anos e ela já me ensinava o alfabeto… Ela era a professora e consultora de moda.

A Marina é a alegria, ela é uma pessoa que consegue te acalmar sendo engraçada. A gente brincava que ela é a “palhaça da família”. Porque podia estar naquele momento tenso, minha mãe dando bronca na gente e, de repente, ela falava algo ou aparecia toda fantasiada. Ela é a diversão da família.

Meus sobrinhos fazem muita falta. É difícil morar longe deles, sou daquelas que fica no grupo do WhatsApp da família pedindo: “manda fotos”, “manda áudio”. Eles são crianças brilhantes. Eu lamento perder vários momentos. Perdi o primeiro ano na escola, a primeira fala, várias descobertas na vida deles por estar distante. O que me alegra é saber que sou a tia que mora onde eles vão tirar férias. Eu vou ser a tia mais legal, a tia de longe (risos).

MVV_9999

Como crescemos na igreja, vimos pastores e líderes que foram referenciais, mas também tive o meu avô como referência. Ele foi uma pessoa muito presente em nossa vida. Eu tinha amigas que também tinham os pais separados e que, no dia dos pais na escolinha, sofriam. Eu não. Eu fazia meu trabalhinho com a maior alegria, porque ou ele iria para o meu avô ou para a minha mãe. Nunca tive esse vazio por não ter meu pai perto. Eu era suprida em casa, na igreja, etc. Na minha adolescência e parte da juventude, tive uma fase muito triste, de baixa auto estima. Eu descobri que a ausência do pai pode ajudar a menina a não desenvolver uma boa auto estima, porque a figura paterna ajuda na construção de sua autoimagem… Mas não vejo que fui “roubada”. Acho que a minha família soube preencher.

MVV_0305

Sempre gostei de viajar, mas também, sempre tive aquele sentimento de que em Bauru estava em casa. Atualmente, estou adaptada em Campina Grande-PB, mas em Bauru estão as minhas raízes. Eu criei a minha identidade e personalidade lá. Em Bauru tem a minha história. As pessoas de lá são maravilhosas (risos)! São pessoas acolhedoras e aconchegantes. O legal de Bauru é que é uma cidade de interior, porém, altamente desenvolvida. É um lugar de universidades, cheia de estudantes, muitos jovens, então, precisa de várias opções de lazer. Tem muitos cinemas, shoppings grandes, a parte cultural é bem desenvolvida com bons teatros. Uma cidade “pra frente”, mas em ritmo de interior, ainda tem a cordialidade, ainda podemos ver pessoas sentadas nas calçadas para conversar com amigos…

MVV_9860

Estou em Campina Grande por causa de um chamado. Eu trabalhava em uma Instituição Pública, na Universidade Estadual Paulista. Meu pastor iria me levantar como uma professora do Rhema no próximo ano. Em outubro de 2014, uma amiga, a Juliana Borba me convidou para passar férias em Campina com ela e aproveitar para participar da Conferência de Mulheres. Durante os quinze dias que passei na cidade, coisas começaram a ser comunicadas ao meu coração. Eu não entendia, porque eu não conhecia a cidade, nunca tinha pensado em estar aqui, mas, coisas começaram a borbulhar no meu coração… Juliana e Thiago Borba conversaram comigo e falaram: “Por que antes de você ser levantada como professora, você não vem fazer a Escola de Ministros? Seria um ano muito importante e, talvez, se você começar a ensinar antes de fazer a Escola, seja difícil conseguir parar novamente para estudar”

MVV_0152

Lembro que eu falava: “Não, eu não vim para Campina Grande para ficar”, mas, por dentro, eu percebia: “É isso!”, “É para isso que eu vim para cá, para receber a direção para o próximo ano”. No dia em que eu estava voltando para Bauru, após as férias, a sensação que eu tinha era como se eu estivesse indo viajar e não voltando para casa. Era a sensação de: “Eu estou saindo de casa”, porque Campina Grande agora seria a minha casa. Lembrando que isso foi em outubro de 2014. Em fevereiro de 2015 eu já estava morando aqui.

MVV_0226

Sair de perto da minha família foi muito difícil. Quanto ao emprego, nem tanto. Embora fosse um emprego muito bom, eu era concursada e, além de ser em uma Universidade Estadual, lá eu tinha uma Função de Confiança como gestora do RH. Eu tinha um bom salário e um bom cargo. Contudo, por dentro sempre soube que Deus me chamava para o ministério e não importava o meu salário, a minha estabilidade, o fato de ser concursada, eu sabia que se o Senhor dissesse: “vamos”, eu iria!

A parte de comunicar à família e aos amigos foi bem difícil no sentido da despedida, mas, a convicção que eu tinha era tão grande que foi fácil convencê-los de que era o tempo de Deus. Para isso eu não precisava de argumentos. O brilho no meu olhar mostrava que era a hora e o tempo de Deus. Eu sei que mesmo que pessoas dissessem: “Não, Rachel, não vá embora, não deixe seu emprego, sua família”, ainda assim, a minha convicção me faria vir. Mas eu acho que era tão nítido o chamado, que a minha família apoiou e entendeu que era o tempo de Deus.

MVV_0178

Quando estava na faculdade, eu já sabia que tinha um chamado, mas não entendia o tempo, o modo ou a maneira coomo as coisas aconteceriam. Mas, na época do vestibular, comecei a orar para que eu fizesse uma escolha que me desse ferramentas para trabalhar no Reino e em qualquer lugar que fosse necessário. Até mesmo se fosse em uma outra nação. Lembro que conversei com alguns ministros, missionários, alguns da área acadêmica mesmo, e as pessoas me diziam que a Educação Física, na época, estava com as portas abertas para qualquer país e que o profissional brasileiro era bem visto no exterior. Então, esse foi o primeiro norte. Decidi cursar Educação Física por causa disso.

Além disso, era uma área que me apaixonava. Eu já nadava desde criança, tinha feito Ballet, e já era coreógrafa de um grupo local da JOCUM (Jovens com Uma Missão) havia cinco anos. Já amava o movimento. Então, não foi uma surpresa quando Deus me direcionou.

MVV_9959

Depois de concluir o curso de Educação Física, eu prestei um concurso e comecei a trabalhar na área de RH de uma Instituição Pública e, por causa disso, eu fiz uma Pós-Graduação em Gestão de Pessoas e Sistemas de Informação, que é a minha área de atuação no Centro de Operações do Ministério Verbo da Vida. Porém, a Educação Física não ficou de lado. Atualmente estou desenvolvendo o Projeto Verbo em Forma. É um projeto multidisciplinar na área da saúde. Ele surgiu porque eu comecei a observar que não apenas os nossos ministros, mas as pessoas cristãs, no geral, estavam começando a viver fora do equilíbrio. Como se dissessem: “nós não somos apenas corpo, vamos focar no espírito e deixar o resto”. Só que isso começou a trazer desequilíbrio, e questões como a glutonaria, sedentarismo, etc. Muitos dizem: “Eu não preciso disso, eu domino o meu corpo”, só que as pessoas começaram a esquecer que dominar o corpo é dizer “não” para algumas comidas, é dizer: “corpo, você vai correr um pouco, vai fazer um exercício físico”.

Com o conhecimento que eu tinha na área da saúde, algo começou a ferver dentro de mim. E eu percebia: “Rachel, você tem a ferramenta, tem o material aí dentro. Eu te coloquei nessa área para um propósito”. E tudo começou a ficar claro. Eu entendi que a Educação Física iria me ajudar a trazer um equilíbrio para dentro do povo da Fé, fazendo-os entender que o corpo era uma parte importante para ser cuidada, trabalhada e, até mesmo, para impulsionar a nossa vida de fé, nossa carreira em Deus.

MVV_0257A saúde está muito relacionada a ouvir o corpo. Agora, existe uma diferença entre corpo e carnalidade. A saúde também está ligada à nossa alimentação. Por exemplo, existem coisas que você come que o seu corpo vai te dizer: “eita, isso não caiu bem”. Porém, existem pessoas que pensam: “quem manda aqui sou eu, e eu não vivo pelo que sinto…” e comem de tudo, comem em excesso, e acabam sofrendo prejuízos na saúde…

Os cuidados com nossa saúde afetam todas as outras áreas da nossa vida. A pessoa que não está se alimentando bem, não está praticando atividades físicas, e não faz a manutenção da sua saúde, está propensa a falhar em outras áreas. Provavelmente não está andando em uma vida disciplinada. Quando você está doente fica mais difícil exercer fé para a cura, agora, se você tem uma vida mais saudável, dificilmente vai precisar exercitar a fé para a cura no seu corpo. Você já pratica a saúde do seu corpo. Isso é um auxílio para a vida de fé.

Tenho o sonho de viajar para alguns países mais exóticos, conhecer algumas culturas, podendo ser um instrumento de Deus para alcançar pessoas. Meu sonho está vinculado com nações e eu acho que o projeto Verbo em Forma, tem cumprido esse papel, de certa forma. Sei de pessoas que tem lido o Blog de vários lugares e até de outros países. Já tivemos relatos de pessoas até de outros continentes! Pode ser que eu esteja alcançando outras nações dessa maneira: ensinando a importância da saúde para o corpo de Cristo.

MVV_0010

Eu sabia que Deus tinha o casamento para mim e tinham alguns pretendentes que apareciam. Mas eu não conseguia sentir firmeza e convicção nessas pessoas… Quando eu conheci o Thiago, era como se eu pensasse: “Meu Deus! Tudo o que eu idealizava e que era necessário para um marido parece estar encarnado nesse menino, ou ele sabe enganar direitinho” (risos). Então, quando o conheci, tive convicção de que, quando você decide esperar em Deus, vale a pena. Acredito que Deus não escolhe, mas Ele dá aquele empurrãozinho tipo: “dá uma olhadinha para ele, repare que combina!”. E combinou mesmo. Começamos a namorar rápido e casamos rápido. Temos um ano de casados. Quando me perguntam: “e a vida de casada?”, eu digo: “É muito divertida”.

O que me atraiu no Thiago é que ele é altamente inteligente e isso me chama a atenção. Ele é um homem manso. Sabe a posição dele tanto de autoridade na profissão, no ministério, quanto como marido, porém, ele sabe colocar essa autoridade da forma correta. Assim, fica fácil ser uma esposa submissa. Ele sabe conduzir as coisas, e é muito carinhoso e atencioso.

O mais incrível no Thiago são as nossas afinidades, porque desde que a gente se conheceu parecia que realmente tínhamos estudado um a vida do outro para dar a resposta perfeita (risos). Temos muitas afinidades tanto na visão das coisas, de como vemos a família, como esperamos ser como pais, afinidades na alimentação, nas atividades físicas, na forma como vemos o ministério, o chamado, até afinidade musical (risos). Quanto mais a gente convive, mais nos damos bem.

MVV_0292

Sou uma pessoa que ama desafios. Gosto de me esticar, gosto de novas empreitadas. Às vezes, tento ver a minha vida como se fosse um filme (gosto de filme de ação) e tem momentos que eu vejo os meus desafios como se fossem as cenas de ação do filme, a mocinha do filme não pode recuar naquela hora, é o momento dos melhores golpes, as melhores ferramentas, e se ela der o seu melhor, vai vencer aquilo. Desafios são cenas, episódios, quanto mais eu investir a minha vida, a minha história, as minhas habilidades, mais rápido aquilo passa e entra uma nova fase e nova cena, é assim que tento encarar a minha vida.

MVV_0304

Sou uma mulher muito determinada, observadora. Sou curiosa pela vida. Esse fato de gostar de desafios tem ligação com esse meu lado curioso, de querer explorar, conhecer, porque eu acho que desafio traz conhecimento. Gosto de estudar coisas diversificadas, amo estudar a área da Educação Física, de Gestão de Pessoas, mas amo estudar sobre decoração, horta, jardim, gosto de ter conhecimentos gerais. Sou amorosa, amo pessoas e o contato com elas, amo abraçar, beijar… sou bem família, gosto desse ambiente e busco proporcionar isso para as pessoas.

MVV_0220

Sou grata por muitas pessoas. Sei que ainda não estou no final, onde ainda vou chegar, mas o ponto que eu cheguei agora, devo a muitas pessoas. À minha família, a tantos líderes que tive na caminhada, ao meu pastor, aos meus avós, meus tios, aos amigos. Eu acredito que sou a junção de pessoas que passaram pela minha vida até hoje. Elas me ajudaram a me moldar. Sou grata à toda equipe do Ministério Verbo da Vida, à diretoria por ter me dado a oportunidade de trabalhar lá atualmente. Sou grata aos meus sogros pela educação que eles deram a Thiago, ao amor investido na vida dele que o tornou quem ele é hoje. Acho que se eu fosse colocar nomes de quem eu sou grata eu seria muito injusta porque certamente correria o risco de esquecer alguém. Tenho total convicção de que Deus usa pessoas. Por isso, acho que quem vive em uma bolha está fadado ao fracasso. Porque por mais que sejamos guiados pelo espírito por dentro, por mais que tenhamos a unção sobre, Deus compartilha essas mesmas coisas sobre outras pessoas, a unção, o espírito, para que elas, juntas, possam somar. Quando Deus fala que os dons foram para aperfeiçoamento do Corpo de Cristo, entendo que é exatamente isso que ele quer dizer: “você precisa de outras pessoas para que você seja completo”.

3 Comentários

  • Nossa Rachel. Incrível. Avance nesse projeto verbo em forma que é Deus purinho hohohoh. Parabéns

    Resposta
  • Querida Rachel. Me identifiquei muito com este texto, que me encheu de coragem. Me casei recentemente e tive que fazer escolhas. Pedi exoneração do cargo de Procuradora para ficar ao lado do meu marido em outra cidade. E o meu coração diz a todo tempo que Deus tem um proposito para mim, que tudo vai se encaixar. Muito obrigada. Parabens pelas sabias palavras. Um grande beijo.

    Resposta
  • Eu só tenho em meu coração sentimento de alegria, por ver a história que Deus escreveu na sua vida Rachel.
    Você uma é adoradora, levita, mulher sábia, irmã em Cristo e uma grande amiga.
    Desde do dia que te conheci, você sempre esteve disposta a ouvir, a ajudar, a servir amando seu próximo, cuidando, exortando, orando, lutando junto em nossas guerras, mesmo nos dias em que tuas próprias guerras te desgastavam, você sempre tinha uma palavra de amor, de sabedoria, uma palavra de paz e sorriso no rosto pra contagiar a todos em sua volta.
    E hoje vejo o Senhor cumprir em sua vida seu chamado .é sim motivo de muita alegria, porque fomos chamados para servir, para fazer a diferença assim como você faz que Deus continue te abençoando e que seu ministério seja próspero e dê muitos frutos alcançando muitas vidas para honra e glória do Senhor.

    Resposta

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Destaques da semana​