Há tantos temas para pensarmos ao nos reunirmos como igreja do Senhor. Mas podemos dizer que essa é a nossa primeira chamada: conhecer o Senhor. A comunhão com o Senhor, o serviço ao Senhor, a adoração ao Senhor.
“Deus quis deixar bem claro aos que iam receber o que Ele havia prometido que jamais mudaria a sua decisão. Por isso, junto com a promessa, fez o juramento. Portanto, há duas coisas que não podem ser mudadas, e a respeito delas Deus não pode mentir. E assim nós, que encontramos segurança n’Ele, nos sentimos muito encorajados a nos manter firmes na esperança que nos foi dada. Essa esperança mantém segura e firme a nossa vida, assim como a âncora mantém seguro o barco. Ela passa pela cortina do templo do céu e entra no Lugar Santíssimo Celestial. Foi lá que, para o nosso bem, Jesus entrou antes de nós. E Ele se tornou para sempre o Grande Sacerdote, na ordem do sacerdócio de Melquisedeque” (Hebreus 6:17-20).
Jesus se tornou o precursor no Trono de Deus, no Santo dos Santos. Mas o que isso tem a ver com nossa devoção? Nos dias do Velho Testamento, a adoração era distante e cheia de cerimônia, mas Jesus veio e nos apresentou o Pai. Ele nos deu liberdade e nos fez experimentar um lugar de adoração não mais físico, mas espiritual. É pelo espírito que podemos nos aproximar de Deus. Não dependemos mais de lugares; não precisamos estar em Jerusalém, mas podemos adorá-lO intensamente e amá-lO com um coração adorador, independentemente de onde estejamos. Conhecer a Deus é a nossa vocação. Servimos a Deus porque O amamos e O amamos porque O conhecemos. Nascemos para adorar ao Senhor.
Libertos para adorar
Como está escrito em Mateus 4, Jesus foi tentado pelo diabo após jejuar por 40 dias e 40 noites. Para cada tentação que o diabo trazia, Jesus a rebatia com a Palavra e não cedia. O diabo queria adoração e veio tentar Jesus nessa área. A Bíblia fala sobre o império das trevas e o Reino da Luz, e nós, que estamos no Reino da Luz, precisamos entender a quem devemos adorar. Fomos libertos para adorar a Deus todos os dias. Por trás do mundo visível, como uma cortina, existem duas influências: o diabo, querendo nos distrair e nos puxar para adorar o mundo natural; e o Espírito Santo, querendo que tenhamos a revelação de Deus. Precisamos viver uma vida de adoração sete dias por semana, vinte e quatro horas por dia.
Nesse sentido, veremos os sinais da glória de Deus em manifestação, e, como a Bíblia menciona, veremos o que os olhos nunca viram e os ouvidos nunca ouviram. Somos predestinados a essas coisas, mas apenas quando saímos de uma adoração rasa e ouvimos o chamado de Deus para algo maior. Jesus se colocou como um adorador nesta terra, por isso o diabo quis tentá-lO nesse aspecto. O diabo não suporta uma igreja onde a adoração é direcionada àquele que está no Trono, ao nosso Senhor.
Estamos tocando o Trono de Deus, e quem toca o Trono de Deus, Deus responde com fogo. Ele responde com relâmpagos e trovões. Agora, qual é a contramão da adoração? A murmuração, a incredulidade, o ficar ligado apenas nas coisas naturais. No Velho Testamento, os murmuradores eram engolidos pela terra; hoje em dia, os murmuradores se arrastam pelas circunstâncias da vida. Temos duas influências no mundo invisível: o diabo e o Espírito.
Um só espírito
Precisamos nos permitir ser influenciados pela vocação celestial que Deus tem para nossas vidas. Deus não quer nos ver apenas observando outros adorando; Ele quer que tenhamos contato com Ele. Em espírito e em verdade, experimentando a atmosfera de Sua Presença e de Sua Glória, a luz de Sua Face e o som de Sua Voz, o ambiente do Seu Trono e experiências particulares. Isso é vida devocional diária: cultivar o amor de Deus em nossas vidas, além da aparência e da religiosidade, mantendo uma comunhão que permanece até em meio às tempestades e às circunstâncias.
Como escrito em Lucas 1:6-7 e 68-75, percebemos que não fomos libertos para ficarmos à toa, sem propósito. Temos um chamado, e Deus nos chama todos os dias. Vemos também, em Atos 16, Paulo falando sobre as dispensações, os tempos programados de Deus, sobre a música e a adoração. Na era da criação, Deus era adorado por meio da música. A música não foi uma invenção dos homens; foi uma invenção de Deus, que nos atrai ao quebrantamento para a verdade e a conversão. Deus passou seis dias criando a terra e, no sexto dia, criou o homem para adorá-lO.
A adoração mantém vivo o Espírito
De toda a criação, só o homem tem um espírito, assim como Deus é Espírito. O homem foi criado perfeito, para ter comunhão perfeita com Deus diariamente. Deus não nos chamou para a chatice ou para a mesmice, mas para nos inclinarmos a Ele e nos livrarmos de todo pecado e tormento que tentam nos aprisionar. A adoração mantém vivo o Espírito que traz liberdade em nossas vidas.
A partir da queda, o espírito de adoração murchou, definhou. Em vez do fervor das lindas melodias, surgiram distorções musicais, sons atrapalhados que nos fazem até querer tapar os ouvidos. Essa confusão foi gerada pelo pecado. Mas, sem perder de vista os testemunhos da Bíblia, podemos adorar a Deus e ver milagres em nossa vida pessoal, ver intervenções por meio da música e da adoração, pela nossa conexão com a vocação de adorador. Mesmo sem sermos músicos, ao ministrar a Ele com cânticos novos, veremos a poderosa manifestação de Deus em nossas vidas, nos nossos negócios, e presenciaremos ambientes propícios para milagres acontecerem. Mas precisamos cultivar isso, pois, além de adoradores, somos filhos e quem precisa entender sobre adoração são os filhos.