por Thiago Freitas

As escrituras descrevem a Nova Jerusalém como “a Jerusalém que é de cima” (Gl 4.26), “a cidade do Deus vivo, a Jerusalém celestial” (Hb 12.22), e a “Santa Cidade” que “de Deus descia do céu” (Ap 21.2-10).

No Antigo Testamento, tanto Moisés (Ex 25.9,40) quanto Davi (I Cr 28.11-19) viram o templo celestial e receberam ordens divinas de fazer conforme o modelo que lhes haviam sido mostrados.

“Pela fé Abraão, sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia. Pela fé habitou na terra da promessa, como em terra alheia, morando em cabanas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa. Porque esperava a cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é Deus”. (Hebreus 11.8-10)

Em Hebreus 13.14 a cidade celestial é vista como o objetivo dos santos. Em Hebreus 11.8-10  que “Abraão esperava a cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é Deus”. O autor aos Hebreus também compara os santuários da terra e do céu e fala sobre “as figuras das coisas que estão no céu (Hb 9.23-24).

Tais estruturas celestiais não são simbólicas, pois as estruturas reais sobre a terra foram feitas a partir delas. Devemos manter isso em mente quando analisamos os textos de apocalipse que descrevem os utensílios do templo celestial (Ap 11.19 – 4.5 – 5.8 – 6.9 – 9.3 – 14.18 – 15.5-8 – 16.7), os elementos estruturais e as dimensões da nova Jerusalém propriamente dita (Ap 21.12-21).

O termo “Nova Jerusalém” só é encontrado em Apocalipse. Como o livro foi escrito após a destruição do templo em Jerusalém, alguns comentaristas sugeriram que o conceito de uma “Nova” Jerusalém desenvolveu-se em função da destruição da “antiga”. A “antiga” Jerusalém, contudo, jamais foi inteiramente perdida pelos Judeus. Este conceito já existia no AT, na literatura apocalíptica Judaica e nas epístolas no NT, muito antes da destruição do templo. João sendo Judeu, devia estar bastante familiarizado com os textos e as tradições.

A mais completa descrição da Nova Jerusalém está em Apocalipse 21 e 22. A declaração de que a cidade é a “noiva, a esposa do cordeiro” (Ap 21.9), já levaram muitos interpretes a concluir que toda a descrição da Nova Jerusalém apenas simboliza a Igreja. A linguagem aqui utilizada é metafórica e utiliza um objeto por aquilo que ele contém (a Igreja dentro da cidade).

“E eu, João, vi a santa cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido”. (Apocalipse 21.2)

Apocalipse 21.2 afirma que a cidade estava “ataviada como noiva, adornada para o seu esposo”; uma clara utilização da figura de linguagem conhecida como símile, que compara e equipara duas coisas distintas.

“E ali nunca mais haverá maldição contra alguém; e nela estará o trono de Deus e do Cordeiro, e os seus servos o servirão”. (Apocalipse 22.3)

O Pano de fundo para a metáfora do casamento é o costume Judeu de o noivo deixar a noiva e ir preparar-lhe uma casa, para onde eles seguem juntos tão logo o noivo volte para pegar sua noiva. Quando o noivo retornava, a noiva estava esplendidamente vestida e enfeitada e tinha lugar a cerimônia de casamento. Da mesma forma, a Nova Jerusalém descerá de Deus como o lugar glorioso prometido a Igreja. Além disso, em Apocalipse 22.3, o povo de Deus está completamente separado da cidade (onde eles servem), logo, está ultima não pode ser símbolo da primeira. Em todos os aspectos, a cidade qualifica-se como algo físico, com estruturas arquitetônicas devidamente projetadas, materiais de construção, rios, árvores e habitantes.

O aparecimento da Nova Jerusalém da por encerrado os objetivos nesta terra para o templo, o tabernáculo e a Igreja. A nova Jerusalém é o tabernáculo de Deus onde o Senhor habitará eternamente entre o seu povo (Ap 21.3 – 22.3-4). Em vista disso importante notar que a Nova Jerusalém é  “quadrangular” (Ap 21.16). Este desenho em forma de cubo corresponde à forma cúbica singular do santo dos santos no templo, onde a presença de Deus habitava no meio de Israel (I Rs 6.20 – 8.10-13 – II Cr 3.8 – 5.14-6.2). A Nova Jerusalém, então, adequa-se ao propósito, servindo como um local de encontro permanente e ilimitado para o encontro de Deus e o seu povo.

A Nova Criação de Deus (Ap 21.5) guarda muitas semelhanças com sua criação original. A cidade possui um “rio puro da água da vida”, a “árvore da vida”, e “frutos” (Ap 22.1-2). Apesar de lembrar o jardim no Éden, não há nada que nos leve a supor que o texto em cada narrativa seja simbólico.

Os muros da Nova Jerusalém revelam que Israel e a Igreja compartilham a herança da cidade em condições de Igualdade. Os nomes das doze tribos de Israel encontram-se inscritos sobre os doze portões. Os nomes dos doze apóstolos estavam inscritos sobre as doze pedras angulares da muralha (Ap 21.12-14).

A Nova Jerusalém tem a glória de Deus (Ap 21.11). É esta característica em particular que parece mais ter impressionado João, pois ele enfatiza isto em sua descrição da cidade. A iluminação da cidade elimina a necessidade do ciclo dia/noite, por causa da presença de Deus e do cordeiro (Ap 21.23 – 22.5). A iluminação da cidade chega a alcançar a terra, permitindo que as nações ande, à sua luz.

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