Por: Manassés Guerra
O homem sem a inspiração espiritual de Deus torna-se instintivo, carnal, animal. Influenciado pelo sistema governado por Satanás e seus demônios, e pelos desejos e concupiscência da carne. No conceito de Deus não somos meros animais. Deus não nos criou assim. Jamais poderemos compreender a nós mesmos a partir dessa ótica. O homem vai além, bem além da matéria exterior visível. Ele é em sua essência um espírito.
Tudo que o homem possui no que diz respeito a desejos, aspirações e conduta da alma, deveria ser resultado do que lhe foi dado por Deus. Mas, estas dádivas foram deturpadas pelo homem-animal, descrito no livro de Romanos.
A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça, porquanto o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis. Porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato. Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos (Romanos 1.18-22).
Inspirado pelo mundo espiritual das trevas, em sua mente, o homem cauteriza a sua consciência acerca das coisas de Deus, torna-se nulo para as coisas divinas. Ele pratica a exteriorização de concupiscência e lascívia, através de uma sabedoria animal, terrena e demoníaca.
Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios, pela hipocrisia dos que falam mentiras e que têm cauterizada a própria consciência. (1 Timóteo 4.1,2)
Esta não é a sabedoria que desce lá do alto, antes, é terrena, animal e demoníaca. (Tiago 3.15)
Tudo que o homem possui de bom, prazeroso e agradável, foi dado por Deus, tendo como propósito uma união cada vez maior entre os dois. Mas o homem se embriaga em concupiscências, elegendo um estilo de vida avesso ao espírito, fora da conexão com o seu criador.
Com o seu interior tomado de perversão, o homem aprisiona-se na consciência de pecado, em tristeza, falta de perspectiva. Embora colocando as suas esperanças em coisas materiais, ele clama interiormente por algo que o satisfaça.
Por mais que este homem se interiorize, o seu espírito e alma estão contaminados pelo pecado. Em terror, ele não consegue adentrar em si mesmo. Ele foge para ocultar-se em algo que não o deixe ouvir a sua consciência depecado, que o torna inimigo de Deus, contrário ao projeto para o qual fora criado.
“Tendo os olhos cheios de adultério e insaciáveis no pecado, engodando almas inconstantes, tendo coração exercitado na avareza, filhos malditos. Abandonando o reto caminho, se extraviaram, seguindo pelo caminho de Balaão, filho de Beor, que amou o prêmio da injustiça (recebeu, porém, castigo da sua transgressão, a saber, um mudo animal de carga, falando com voz humana, refreou a insensatez do profeta). Esses tais são como fonte sem água, como névoas impelidas por temporal. Para eles está reservada a negridão das trevas. Porquanto, proferindo palavras jactanciosas de vaidade, engodam com paixões carnais, por suas libertinagens, aqueles que estavam prestes a fugir dos que andam no erro, prometendo-lhes liberdade, quando eles mesmos são escravos da corrupção, pois aquele que é vencido fica escravo do vencedor” (2 Pedro 2.12-20)
O homem natural só vê o agora. O Diabo o cega. Ele é predador. Para o homem animal, o seu semelhante é presa. Seus dons e riquezas são cadeias que o impossibilitam de cumprir o destino eterno.
O homem carnal é dominado por uma força quase gravitacional, que o torna inerte espiritualmente, porém perspicaz para ver à curta distância, nos limites da carne e do natural.
Do livro “A Vida no Sentido de Cristo” – Manassés Guerra
