No entanto, esse domínio inato corresponde ao potencial individual que cada um carrega em si mesmo, juntamente com dons e vocações e uma responsabilidade específica para ser exercida em vida. Diante deste desafio, a tendência é que o homem, ou subestime a si mesmo, e esteja disposto a ser apenas um seguidor, ou se torne auto-suficiente e egoísta, aproveitando a vida como uma grande oportunidade na qual somente alguns levam vantagem.
Certamente, cada ser humano nasceu com um propósito específico e, para realizar o seu propósito único, ele precisa assumir uma atitude de liderança. Nessa missão, inevitavelmente, nós precisamos liderar e, ao mesmo tempo, nos submetermos à liderança de outros.
Do ponto de vista bíblico, Deus planejou, desde o início, que o homem tomasse conta dos negócios dele. E Deus deu, a cada ser humano, uma habilidade específica para compor a administração, o empreendimento de Deus. E este empreendimento é o que Jesus nos apresentou como o Reino de Deus.
O homem, filho de Deus, estaria dotado de uma natureza comum entre ele e Deus, e entre os seus semelhantes. O ser humano estaria governando o mundo e os recursos naturais, liderando não sobre o seu semelhante, mas juntamente com o seu semelhante.
Segundo as Escrituras Sagradas, do mesmo modo que Deus precisou tornar-se um homem para salvar a humanidade, Ele sempre precisou envolver um ser humano para cada ação sua na humanidade: Ele precisou de Abraão para conceber a nação de Israel. Precisou de Moisés para libertar o povo judeu do cativeiro. Precisou de Paulo para ser o porta-voz da revelação do Cristo ressurreto para a humanidade. Ou seja, de Gênesis a Apocalipse, Deus procurou e sempre encontrou alguém – um ser humano – disposto a colaborar na realização dos seus propósitos.
Assim, estar em uma posição de destaque, na liderança, significa ter a responsabilidade de desenvolver outros líderes, dando-lhes a oportunidade de liderarem com os seus próprios dons.
Portanto, cada seguidor, que também está dotado de potencial e qualidades únicas, está servindo ao líder ao qual se submete. Enquanto isso, o líder, que está em proeminência, está servindo aos seus líderes, sendo líder deles.
Peter Drucker, que foi considerado um guru na área de liderança, faz a seguinte afirmação: “Um bom chefe faz com que homens comuns façam coisas incomuns”. E nesse processo, o líder inspira os seus liderados a verem a si mesmos como donos do empreendimento que participam. E estes líderes se sentirão não apenas como pessoas que estão fazendo acontecer a missão de outro, mas descobrindo a sua própria missão.
O renomado escritor na área de liderança, o Dr. Myles Munroe, declarou: “O plano de Deus era um Reino e uma corporação, um Reino corporativo. Todo homem, macho e fêmea, governando. Não uma organização com um líder, mas uma organização de líderes.” E ele completa: “A idéia de Deus é estranha para o mundo.”
Sobre esse assunto, certa vez escrevi em um artigo sobre liderança a seguinte frase: “Quando Deus me criou, Ele olhou nos meus olhos e disse: ‘você é a cara do Papai!’. Aí, Ele ficou sério, e ainda me olhando profundamente disse: ‘governe, domine’.”
Acredito que existe uma comunhão entre a natureza de Deus e a natureza do homem, e o propósito humano e a humanidade. Deus inspira o homem com a sua natureza, o homem inspira o seu próximo com o seu propósito. Pelo menos, esse deveria ser o ambiente original do governo humano sobre a terra, baseado no servir uns aos outros.
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1 Comentário
Texto incrível!
Todos precisam conhecer um pouco mais o assunto de liderar, pois fomos criados para isso…