por Perilo Borba

pilatos

Lavar as mãos… Pilatos fez isso diante de todo o povo (Mt. 27.24). Eu sempre achava uma atitude egoísta ou até mesmo covarde. Contudo, será que sempre é isso mesmo? Não!

No nosso impulso, sempre vamos querer fazer o certo ou querer que o certo seja feito, custe o que custar. Não somos dos que retrocedem! Mas, ao longo dos anos tenho percebido que, na minha vida, para que o certo seja feito, depende só de mim. Mas, já na vida dos outros…

Antes de lavar as mãos, Pilatos fez algo: Colocou diante do povo Barrabás, ou seja, mostrou uma outra opção.

Como pastor, tenho aprendido que não posso tomar decisão pelos outros. Nem Deus pode, porque é justo e permanece fiel a Sua Palavra e ao livre arbítrio que nos deu.

Aprendi com o Ap. Bud Wright que se alguém perguntasse 1000 vezes o que deveria fazer, a nossa resposta deve ser 1001 vezes: “Seja guiado pelo Espírito”. Eu não posso decidir por ninguém. As escolhas são individuais e cada um presta e prestará contas de si mesmo diante do reto Juiz.

Na sua consciência, Pilatos queria soltar Jesus. Talvez, ele realmente tivesse poder para fazer isso, e talvez tenha sido mesmo covarde de não enfrentar a oposição do povo. Mas, a escolha do povo continuaria sendo crucificar Jesus.

Quando alguém diz “lavei as mãos” significa que ele está se isentando de qualquer culpa ou prejuízo que possa acontecer por sua responsabilidade. Quando lavou as mãos, Pilatos demonstrou a  sua escolha.

Quando Deus disse: “Há diante de vós a vida e a morte, a bênção e a maldição, ESCOLHE POIS A VIDA” (Dt. 30.19), Ele estava lavando as Suas mãos. A responsabilidade agora é nossa.

Como líderes, devemos nos focar em apresentar os dois caminhos. Mostrar que existem duas opções e que, para cada uma delas, existem consequências. Podemos até mesmo aconselhar: “Escolha isso”… Mas, jamais, teremos o poder de escolher no lugar do outro.

Muitos líderes têm se desgastado em insistir com pessoas quando, na verdade, elas já tomaram a decisão delas. Claro, devemos continuar orando por elas para que “se acordem” e as influenciando de alguma forma, mas, Pilatos percebeu que, se insistisse, geraria um tumulto ainda maior. Quando alguém não quer ajuda, se quisermos ajudar, vamos criar tumultos. Porém, “Deus não é Deus de confusão!”.

Tenho aprendido que só posso ajudar quem quer ajuda. Como demonstro que quero ser ajudado? Você não vai ao médico e diz: “Acho que aquele outro remédio é melhor do que este tratamento que você está me indicando”. Não! O médico é que determina, ele sabe do que está falando, você aceita e entende que este tratamento é o que você precisa, embora você não se agrade e lhe custe um alto preço.

Jesus falou sobre ajudar pessoas em vez de julgá-las, mas logo depois Ele alertou: “Não jogue suas pérolas aos porcos” (Mt. 7.6). Quem está gostando de permanecer na lama, não vai sair dela só porque você insiste em mostrar que há coisas mais valiosas. A decisão não é sua, é dela.

Samuel estava se desgastando demais porque Saul insistia em tomar a decisão errada. Deus disse: “Até quando você vai lamentar por ele se Eu já o rejeitei”. Em outras palavras, por que não?, Deus estava dizendo: “Lave as suas mãos”.

Se há pessoas que, deliberadamente, decidem permanecer no erro, sinto muito, se a minha consciência me aprova dizendo que fiz a minha parte e tentei tudo que estava ao meu alcance, então, lavarei as minhas mãos.

“Detesto a reunião dos malfeitores, e não me assento com os ímpios. LAVO MINHAS MÃOS em sinal de inocência e, assim, poderei andar ao redor do teu altar, ó SENHOR” (Salmos 26.5-6)

Vida que segue…

7 Comentários

  • Explicação maravilhosa, eu estava procurando sobre lavar as mãos e achei essa explicação, estou passando por situações muito difíceis e Deus pediu para que eu lavasse minhas mãos, agora compreendo, muito edificante obrigada Deus abençoe

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  • Obrigada pelo texto claríssimo, aconteceu aqui na minha casa uma coisa muito triste, onde a pessoa que eu achava ser um dos interessados e defensores disse: lavo minhas mãos.E… é, mais vendo este estudo, percebi que a pessoa que disse isso não sabe o verdadeiro significado da expressão. E isso aliviou meu coração.
    Gratidão!!!

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  • Muito obrigada por esse texto. Me ajudou a entender que não posso seguir me desgastando ou me explicando para certas pessoas, quando está claro que na verdade essas pessoas não darão ouvidos e já chegaram a uma decisão. O máximo que posso fazer por elas é orar, pedir a Deus que continue me iluminando, e seguir em frente. Não devemos prolongar conflitos por conta disso. Lavo as minhas mãos pois estou certa de que falei a verdade, fiz o que pude no momento e tenho Ele no meu coração.

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  • Comentários sábios!
    Nunca tinha pensado assim. Agora posso falar com convicção, dependendo do caso, “Lavo as minhas mãos”.

    Resposta

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