Rubênio Oliveira
Pastor na Igreja Verbo da Vida em Caucaia-CE

Tive a oportunidade de conhecer o ministério do reverendo Kenneth Hagin em 1997, quando fazia parte de outra denominação, e como fui impactado pelas revelações! Entre tantas, uma dizia: “Tenha a fé do tipo de Deus”. Isso era algo totalmente novo. Busquei em várias versões e comentários bíblicos, mas nenhuma delas trazia a expressão “fé de Deus” ou “fé do tipo de Deus”, como o irmão Hagin dizia que seria melhor traduzido, a partir do original grego.

Desde então, percebi que para ter o entendimento completo da Palavra de Deus, teria que buscar mais conhecimento do idioma original em que o Novo Testamento foi escrito (como ex-alunos do Rhema, sabemos que no Novo Testamento, principalmente nas epístolas, Deus fala diretamente à Igreja). Anos se passaram, e, hoje, posso falar dos benefícios do estudo da Bíblia nos idiomas originais (no meu caso o grego koiné, que foi usado para formação do Novo Testamento e da Septuaginta, versão grega do Antigo Testamento).

Todos que desejam se aprofundar no conhecimento bíblico deveriam estudar a língua grega. Temos muitas traduções para o português e, de um modo geral, todas são muito boas, mas devemos lembrar que os tradutores têm suas doutrinas e tradições e que, em passagens difíceis, que carecem de interpretações, podem ser levados por seus conceitos e revelações, que talvez enfraqueçam algum sentido mais profundo do texto.

Posso usar como exemplo o próprio texto já citado de Marcos 11.22, pois já vi um comentarista dizer: “Ninguém pode ter a fé do tipo de Deus, mesmo porque Deus não tem fé, tem poder” e, como esse, tantos outros textos. Por outro lado, no idioma grego, há palavras difíceis de traduzir para o português em seu sentido exato, pois não temos sinônimos com a mesma força. Um exemplo disso são as palavras agapaō (ἀγαπάω) e phileō (φιλέω), traduzidas como “amar”.

O dicionário Vine traz: phileo (φιλέω, G5368), deve-se distinguir de agapao, pois phileo denota melhor um afeto entranhável. As duas palavras são utilizadas para falar do amor do Pai para o Filho (João 3.35, Nº 1; e João 5.20, Nº 2); para o crente (João 14.21, Nº 1; e João 16.27, Nº 2); ambas, do amor de Cristo para um verdadeiro discípulo (João 13.23, Nº 1; e João 20.2, Nº 2). Mas permanece a distinção entre os dois verbos, nunca sendo utilizados indiscriminadamente no mesmo bilhete; se cada um deles for usado com referência aos mesmos objetos, como se acaba de mencionar, cada palavra retém seu caráter essencial e distintivo.

Há muitos outros exemplos que não temos espaço para expor aqui. Mas quero motivar você a ler os livros do pastor Rick Renner (publicados pela Editora Rhema) e se deleitar com suas explanações a partir do grego. Você verá como elas promoverão crescimento espiritual à sua vida. Eu tenho provado disso, é uma ótima ferramenta para os ministros. Inclusive, com frequência, utilizo-me de algumas delas em minhas aulas no Rhema e ministrações na igreja.

Voltando ao estudo das línguas antigas, atualmente, tudo está muito popularizado e acessível. A internet facilitou muito o caminho, com videoaulas e cursos on-line. Outra maneira, é através dos seminários teológicos e, como foi meu caso, através dos cursos de extensão das universidades, de forma presencial. O aprendizado exige dedicação e certo conhecimento da gramática portuguesa. 

Grego cearense

Devido à minha formação em grego clássico e koiné — no Núcleo de Cultura Clássica do Departamento de Letras Estrangeiras do Centro de Humanidades da Universidade Federal do Ceará — passei a fazer parte dos grupos de estudos GES (Grupo de Estudos da Septuaginta) e GECA (Grupo de Estudos da Comédia Aristofânica), liderados pela professora doutora Ana Maria César Pompeu, coordenadora do referido núcleo. E, como nosso Deus abre portas, Ana Maria propôs iniciarmos uma turma da extensão na Igreja Evangélica Verbo da Vida Caucaia, em Fortaleza (CE), onde pastoreio. Glória a Deus! Aceitei imediatamente e começamos o projeto.

Iniciamos com a Oficina do alfabeto grego, pois, para o curso regular, é necessário o ensino médio, e eu queria dar oportunidade aos que não tinham essa escolaridade. A oficina durou um semestre e virou pré-requisito para cursar o Grego 1 (primeiro semestre do curso regular, que vai até o Grego 6). O curso tem duração de três anos, com aulas aos sábados, das 13h às 17h, usando o método Athenaze, no auditório do Rhema Caucaia.

E, agora, para a alegria e cumprimento da palavra do nosso apóstolo Guto Emery, estamos preparando uma “ruma” de ministros capazes de traduzir a partir do grego-cearense (iêêêêêêi)!

1 Comentário

  • Que bênção!! Parabéns ! Meu pai foi um estudioso do grego na igreja Metodista e eu sempre achei muito interessante também. Sucesso pra vcs e que o entendimento da Palavra de Deus avance cada vez mais.

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