Existe um veneno que a pessoa toma querendo matar o outro, que é o ressentimento e a amargura. Esse veneno é bastante danoso. Quando andamos em ressentimento e amargura, estamos sendo soberbos, porque ser soberbo com Deus é resistir a Sua Palavra.
Perdoar pode ser um grande desafio, e todos nós precisamos lidar com isso. Existem coisas mais fáceis e outras mais desafiadoras, mas nós temos a Palavra, o Espírito e o amor de Deus. Nada pode nos impedir de andar na Palavra. Para podermos desfrutar de toda a graça de Deus precisamos nos desprender de amargura. Na Bíblia lemos:
“Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor; Tendo cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus, e de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se contaminem” (Hebreus 12.14-15).
Devemos seguir a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor, e isso não se refere ao nascer de novo, mas sim que podemos viver aquém daquilo que Deus conquistou para nós, sem desfrutar de sua graça, favor e bondade em nossas vidas. Para que possamos ver a mão do Senhor operando em nossas vidas, precisamos seguir em paz com todos.
“Digo, porém: Andai em Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne. Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro, para que não façais o que quereis. Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais debaixo da lei. Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, fornicação, impureza, lascívia, Idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, Invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus. Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Contra estas coisas não há lei. E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências. Se vivemos em Espírito, andemos também em Espírito” (Gálatas 5.16-25).
Quando andamos no Espírito, não satisfazemos os desejos da carne, porque a carne e o Espírito são opostos entre si. Nós sabemos quando agimos pela carne, porque uma luz vermelha acende dentro de nós. Nós somos de Deus, Sua natureza está em nós e, quando fazemos algo contrário a essa natureza, isso arranha dentro de nós.
Ao lermos esse texto, observamos que a lista de pecados cometidos contra Deus é bem menor do que a lista de pecados cometidos com nossos irmãos. A vida é feita de relacionamentos e servimos ao Senhor servindo às pessoas. Nós não podemos amar a um Deus que não vemos se não amamos ao nosso irmão que vemos.
Trazendo a atenção aos pecados de impurezas, lascívia e prostituição, entendemos que o homossexualismo faz parte da impureza que é o sexo ilícito. No grego, a palavra impureza quer dizer sujeira e está ligada ao vício e impureza sexual, como adultério, pornografia, pedofilia, assédio… tudo isso é impureza sexual. Nós, como cristãos, não devemos compactuar com essas atitudes.
Devemos chamar pecado de pecado, para não permitirmos que essas coisas permaneçam em nosso meio e dessa forma impeçam o fluir da graça.
Lascívia é paixão sexual sem pudor. Prostituição quer dizer: entregar-se à devassidão ou ao que é imoral e ilícito. Precisamos nos expor à Palavra de Deus, para que ela nos lave, e andar no Espírito para que prosperemos e sejamos bem-sucedidos em tudo o que nos dispusermos a fazer.
“Porque, andando na carne, não militamos segundo a carne. Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas sim poderosas em Deus para destruição das fortalezas; Destruindo os conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo” (II Coríntios 10.3-5).
Portanto, quando algum pensamento contrário à Palavra chegar a nós, podemos dominar esse pensamento, o eliminando para que ele não gere atitudes que vão de encontro à Palavra. Mesmo que pareça ser difícil perdoar alguém, a Palavra nos capacita para fazer todas as coisas, se decidirmos tomá-la como verdade e colocá-la em prática nas nossas vidas.
“E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Romanos 5.5).
É normal, quando alguém fizer algo contra nós, nos entristecermos, mas não é normal permanecer decepcionado e ficar amargurado. Isso faz com que a graça de Deus seja impedida.
A graça de Deus não se separa de nós, mas é possível nos separarmos dela.
Nós podemos perdoar e superar qualquer mágoa, porque o amor de Deus está derramado em nossos corações. Esse amor que nos perdoou está dentro de nós, mas precisamos ficar mais conscientes desse amor. Podemos confessar diariamente que temos o amor de Deus.
“Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim, e dos teus pecados não me lembro” (Isaías 43.25).
Essa é a maneira que Deus perdoa e essa deve ser também nossa maneira de perdoar, apagando as transgressões, perdoando e esquecendo, como se o pecado jamais tivesse existido.
Ressentimento é sentir de novo, ficar revivendo aquele sentimento. Muitas vezes, ao se reviver aquela situação, ela pode parecer maior na nossa cabeça do que foi de fato e o sentimento se torna amargura, podendo gerar desejo de vingança. Quando entramos nisso é bastante perigoso.
De Deus não se zomba, aquilo que o homem plantar certamente colherá. Deus é misericordioso conosco e também com as pessoas que nos feriram. Portanto, devemos ser responsáveis pela nossa própria colheita, não sendo fiscais da colheita do outro, porque isso é algo carnal. Precisamos perdoar como Deus perdoou, decidindo parar de pensar no assunto.
Deus nos deu domínio sobre as nossas emoções e sentimentos, e o que falamos se sobrepõem aos nossos pensamentos e sentimentos. Se semearmos sementes amargas iremos colher amargura. Devemos ser diligentes para não nos separarmos da graça de Deus, permitindo que raiz de amargura venha a nos perturbar.
“Toda a amargura, e ira, e cólera, e gritaria, e blasfêmia e toda a malícia sejam tiradas dentre vós, antes sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo. Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados; E andai em amor, como também Cristo vos amou, e se entregou a si mesmo por nós, em oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave” (Efésios 4.31-32; Efésios 5.1-2).
Precisamos perdoar porque fomos perdoados. Como filhos amados devemos copiar o nosso Pai. Devemos ser gentis e misericordiosos como Deus foi conosco.
“Olhai por vós mesmos. E, se teu irmão pecar contra ti, repreende-o e, se ele se arrepender, perdoa-lhe. E, se pecar contra ti sete vezes no dia, e sete vezes no dia vier ter contigo, dizendo: Arrependo-me; perdoa-lhe. Disseram então os apóstolos ao Senhor: Acrescenta-nos a fé. E disse o Senhor: Se tivésseis fé como um grão de mostarda, diríeis a esta amoreira: Desarraiga-te daqui, e planta-te no mar; e ela vos obedeceria” (Lucas 17.3-6).
Se nosso irmão peca contra nós, devemos ir até ele com uma disposição de procurar resolver o assunto. Em alguns casos, precisaremos perdoar sem que a pessoa nunca venha a pedir perdão. Se tem alguma coisa que precisamos guardar é o nosso coração, porque dele procedem as fontes de vida.
O amor que nos alcançou está dentro de nós para que possamos perdoar as pessoas. Os discípulos acharam difícil, mas Jesus lhes ensinou a perdoar pela fé, pois sabia que a fé coloca a unção em movimento. Então o que não conseguimos fazer com as nossas forças, podemos fazer pela fé.
“Eu tenho o amor de Deus no meu coração e, por isso, eu posso perdoar qualquer pessoa, por qualquer situação, em qualquer lugar do mundo.”
Não estamos sós, estamos apoiados na Palavra e no Espírito, por isso, podemos andar livres. O diabo irá tentar nos lembrar das situações que nos magoaram outras vezes até que ele entenda que o resistimos e não nos tentará mais nessa situação.
Trago com sugestão de leitura o livro “Você pode superar isso”, do autor Rick Renner. Precisamos resistir aos pensamentos de amargura da mesma forma que devemos resistir ao diabo. Não devemos abrir a porta para o ressentimento.
*Texto extraído do site da Igreja Verbo da Vida Sede em Campina Grande-PB