Verbo FM

Alessandro Carvalho ( Campina Grande-PB)

Nasci em Recife-PE, fui criado em Olinda e tenho 30 anos. Tenho boas lembranças da minha infância, mas ela foi um pouco turbulenta. Meu pai bebia e isso acabava com brigas e discussões dentro de casa. Devido a esse problema de alcoolismo dele, acabou tendo a separação com a minha mãe. Ele foi morar com outra mulher. Minha mãe ficou sozinha tomando conta da gente.

Perdi dois irmãos, éramos cinco. Hoje, eu tenho duas irmãs. Esses meus dois irmãos que faleceram não eram filhos do meu pai. Ou seja, quando a minha mãe casou com meu pai ela já tinha meus dois irmãos.

A vida seguiu, nós crescemos e, para que a minha mãe tivesse um alivio maior ela dividiu os filhos com a minha tia. Lembro quando ela foi lá em casa e pegou a gente para ficar com ela nesse período. Minha mãe precisou de um tempo para se organizar, ela trabalhava fora e era bem difícil…

No decorrer do tempo, fui morar com meu pai e com a sua esposa, só que percebi que seria difícil para mim continuar morando com eles, porque a mulher dele falava mal de mim para meu pai quando ele chegava em casa. Não sei como, mas ainda passei quase dois anos com eles. Voltei para a casa da minha tia. Fiquei com ela e as minhas duas irmãs.

Nesse tempo a minha mãe estava indo para a Igreja Universal, lembro que ainda na infância ela nos levava, lembro que eu ia para a igreja e dormia nos bancos (risos) essa é a lembrança que eu tenho.

Meus dois irmãos começaram a se envolver com a criminalidade e drogas, isso ocasionou na morte do mais velho, o outro foi preso. Eu fui visitá-lo na cadeia, já era cristão e preguei o evangelho para ele. Que se converteu, mas aí quando saiu se envolveu de novo no crime e o fim da história dele não foi bom…

Uma boa lembrança, a minha conversão… Quando morava em minha tia trabalhava em um bairro e morava em outro, tinha 17 anos, mesmo jovem já trabalhava para me sustentar e ter a minha própria vida. Trabalhava na casa de pessoas cuidando de cachorros, varrendo, limpando e no final de semana ia para a feira ajudar um senhor a vender frutas e verduras.

Lá, conheci uma senhora que também tinha uma banca de frutas e ela era cristã. Ela me evangelizou, falou de Jesus para mim. Ela sempre me chamava para a igreja, mas eu nunca tinha tempo. Mas, ai ela arrumou uma estratégia. Aconteceu um aniversário de uma pessoa conhecida e ela me convidou, era um domingo à noite, mas eu morava em outro bairro. Lembro que nesse domingo da festa, estava em casa assistindo tv, mas lembrei do aniversário. Acabei indo e quando cheguei lá só tinha cristãos, pentecostal e eu olhando…apenas eu não era crente, mas eles convidaram para receber Jesus e eu disse “sim!”.

No dia seguinte fui a feira e a irmã disse: “A paz do Senhor” e pensei: “oxi, e eu sou crente já?” (risos) e, a partir desse dia, sempre que ela me via dava a paz do Senhor.

Comecei a ir em uma igreja próxima de casa. E um irmão me ajudou no início me levando para a igreja, comecei a me firmar. A minha família era envolvida no candomblé e a minha vó era mãe de santo.

Lembro que quando me converti ouvi: “ah, isso não passa de uma semana”. Mas, fui me firmando em Deus. Passou uma semana, um mês e viram que eu estava me firmando, mas a minha tia começou a me perseguir dentro de casa. Quando eu ia almoçar, ela dizia: “vá almoçar na casa do pastor”. Um dia, houve uma confusão e a minha prima partiu para cima de mim, acabei sendo expulso de casa. Eu pensei: “para onde eu vou?” E lembrei da irmã da feira que me ganhou para Jesus. Pensava: “ela quem começou essa confusão então eu vou para lá” (risos), fui falar com ela, falei que não tinha para onde ir. Ela me mandou ir para a casa dela. Comecei a ir para a igreja que ela congregava e fui me fortalecendo, conhecendo mais o Senhor, ela era uma mulher de oração. Mas, passei por “poucas e boas”.

Gosto de contar essa história, porque Deus trabalha de forma maravilhosa. Ele já está no nosso futuro. Nessa época, eu ia com o pastor para a rádio aos sábados de manhã e, em um desses sábados estávamos vindo para casa e uma mulher começou a olhar para mim na rua. Ela parou e me disse: “Eu tive uma visão com você agora. Vi você todo de branco com uma mala na mão e Deus está mandando lhe dizer que você vai viajar ainda esse ano. Para uma terra que você nunca pisou e lá Deus vai lhe abençoar muito. E de lá você não vai voltar para cá. A roupa branca é um fardamento”.

Fiquei quieto, pelas condições que eu estava vivendo na época, isso parecia impossível, mas aconteceu…

A mulher que me abrigou me ajudou a tirar os documentos e falou que eu deveria me alistar e fui, ela me orientou, já perto de 20 anos, me alistei e fui servir nas forças armadas, na marinha, tinha que ir para Natal. Saí de Pernambuco e fui para o Rio Grande do Norte.

Consegui ficar na Marinha e servir por quase 10 anos, segui carreira e lá eu fiquei congregando na Assembléia de Deus por uns 4 anos. Depois conheci o Verbo da Vida através de um amigo também militar que congregava lá, ele sempre me chamava e eu nunca ia, lembro de conversarmos muito, debatíamos sobre o caráter de Deus, temas como “Deus mata, não mata, Deus fere não fere”, eram temas recorrentes em nossas conversas.

Nessa época, eu estava estudando teologia e os dias de curso eram os dias de culto no Verbo. Disse a ele que quando um dia não tiver aula eu vou e aconteceu uma quinta-feira de não ter aula, tinha culto no Verbo era um feriado e ele me convidou novamente e, eu fui. No primeiro dia, me libertei da religiosidade.

O pastor Roberto Palhano tinha acabado de assumir a igreja, mas inicialmente não fiquei lá. Na Assembleia de Deus eu era líder do evangelismo e tinha muitos relacionamentos com as pessoas lá, era envolvido com os jovens.  

Lembro que quando fui lá o ministro pregou sobre caráter de Deus e falava algumas coisas e pensava: “rapaz, será que esse versículo está lá mesmo?“. E estava! Pensei: “é isso que eu estou precisando“.

Conversei com minha esposa Idali, nessa época eu já era casado, a conheci na Assembleia de Deus em um evento de jovens. Eu estava servindo como diácono na porta e quando bati os olhos nela foi amor à primeira vista, ela é colombiana. A vi de costas inicialmente, e era uma igreja grande, quando olhei testificou essa será sua esposa. Eu nunca tinha sentido aquilo. Eu era tímido para chegar e me aproximar. Fiquei olhando para ela…

Ela diz que não percebeu que eu estava olhando para ela. Mas, o culto seguiu. Ela veio com a mãe aos 14 anos para Natal e, por isso, nos conhecemos. Dei a paz do Senhor, esperei uma oportunidade… ela era de outra congregação, bem distante da sede. Conversamos e ela me passou um contato. Falei que ia fazer uma visita na igreja dela, fui e ali começou o nosso contato. Por alguns meses, ficamos amigos, já estava quase desistindo. Mandava mensagem, mas ela estava muito resistente, vinha de outro relacionamento e estava meio abalada, mas começamos a namorar e logo noivamos. Na festa de aniversário dela, contratei um carro de som, com buque de flores, chocolate e li uma carta no meio da rua, muitas pessoas presentes, ela chorou muito e noivamos. Não demoramos para casar.

Minha esposa é uma mulher de Deus, sem ela eu não estaria aqui, devo muito a ela, é madura, uma pessoa de caráter, firme, isso é demais para mim! Ela é uma mulher maravilhosa e eu a amo muito.

Temos um filho. É maravilhoso ser pai. Meu filho é uma benção. Me descubro sendo pai… no início foi desafiador, mas é prazeroso ser pai. Ele foi desejado… Joseph nasceu cego e hoje vê! Cremos na cura dele, nosso filho é uma benção de Deus. Estávamos planejando ter outro, mas por enquanto vamos esperar, mas está nos planos.

Eu e minha esposa congregamos no Verbo da Vida por um tempo, anos depois, viemos morar em Campina Grande por uma direção de Deus.

Campina Grande representa o grande trampolim. Nós servimos na Igreja Verbo da Vida em Natal e quando chegamos na Igreja fomos logo fazendo o Rhema, depois servimos dois anos como monitores, líderes do trânsito por mais um ano. Uma vez, viemos para o JPN aqui nessa cidade. Deus falou com a minha esposa para virmos morar em Campina Grande, só que eu estava resistente a essa direção. Estávamos bem e estabilizados em Natal, mas eu disse: “Deus vai falar comigo“. Ele falou comigo que era tempo de vir para cá. Viemos fazer a Escola de Missões ano passado e foi um tempo de preparo na prática.

Foi um tempo necessário para amadurecimento e crescimento. Hoje, temos uma visão diferente das coisas. Eu me achava preparado, mas quando cheguei aqui vi que, de fato, eu não estava preparado para nada.

Esse foi um tempo extraordinário. Terminamos a escola de missões e Deus nos falou para continuar aqui, eu pensava: “não conheço ninguém, não estou trabalhando nem a minha esposa está”. Tentamos distribuir currículos, mas não conseguimos emprego, mas decidimos crer e confiar.

Em seguida, minha esposa conseguiu um emprego no shopping e as coisas foram aliviando mais, mas ainda assim era difícil, estávamos crendo. Tínhamos planos de servir na igreja sede, mas começamos a congregar no Verbo no bairro Jardim Paulistano. Deus confirmou com a minha esposa que era lá. Morávamos próximo a igreja do Paulistano e nunca tínhamos ido em um culto. Deus testificou e tem sido um tempo maravilhoso, servimos no diaconato.

Para 2018… Temos muitas expectativas de mais crescimento, aprendizado. Estaremos indo em breve para Petrolina, vamos servir e aprender ainda mais. Queremos sugar o máximo da sabedoria do pastor Edilson de Lira, daquela igreja, amamos a visão, a dinâmica. Já fomos lá e conhecemos a igreja.

Vimos o amor e cremos que será um tempo bom de preparação para a etapa na Bolívia que será posteriormente. Existe expectativas para chegar em Petrolina e ainda mais para chegar na Bolívia.

Nós não tínhamos nenhuma nação no coração inicialmente. Na verdade, eu tenho um sonho de conhecer todos os estados do Brasil. E quando fiquei sabendo que em todo estado tem uma igreja, pensei: “pronto, esse será o nosso projeto. Sairmos fazendo cruzadas evangelísticas. Como também levar essa chama do evangelismo para as igrejas.

Mas, a liderança do Ministério nos chamou para conversar e nos passou a visão do ministério e da direção para seguir para a Bolívia. Inicialmente, trabalhei no Centro de Operações e, nem entendi isso bem, porque sabia que esse seria o nosso último ano em Campina Grande.

Sou uma pessoa muita extrovertida, às vezes, não aparento ser, mas sou. Sou compreensivo, muito reservado, mas não me isolo.

Estar aqui no ministério foi a porta aberta de Deus, percebi a razão de vir para cá, tudo fez sentido. Fiz a escola de missões e nem entendi direito o que faria com tudo o que aprendi.

Aqui é muito aconchegante e vou sentir falta.

Existem pessoas que marcaram a minha vida, a minha mãe é uma delas, ela buscou fazer o melhor possível para nos sustentar, nos manter, nos dar o que ela não teve, trabalhou muito para criar os filhos, sem pai não é fácil. Hoje, ela não está mais aqui, está com o Senhor. Mas, é uma grande referência de mulher guerreira.

Existem pessoas que me ajudaram muito, até hoje quando vou em Pernambuco vou à casa delas, sei que estiveram junto comigo em momentos difíceis.

Esse ministério também é uma referência para mim.

Lembro bem quando estive no MVV pela primeira vez, foi em uma reunião e, quando íamos embora, o apóstolo Guto procurou um motorista para nos deixar e não encontrou e ele mesmo foi nos levar em casa. Isso me marcou. Em nosso antigo ministério, o pastor era um líder inalcançável, era aquele que servíamos e não nos servia, mas me senti servido naquele dia.

Pensava: “Meu Deus, o líder do ministério está tomando do seu tempo para ir me levar na minha casa”. Acho que ser líder é isso, mas não é somente ele, isso se estende aos outros também, todos são assim, eu estou aqui e vejo isso. Não é só o que eles pregam, mas o que vivem, vejo a simplicidade e acessibilidade.

Vou levar isso para onde eu for e, me tornar uma referência onde eu for, assim como eles são para mim.

 

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