Meu nome é Jussara Abrantes Rocha e eu nasci na cidade de Catolé do Rocha, Paraíba. Me mudei para o Rio Grande do Norte quando tinha, aproximadamente, 7 anos de idade. Vim para Brasília em 1980, onde moro atualmente. Minha infância foi na cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte e fui muito feliz. Eu esperava as férias chegarem para ir ao sítio dos meus tios e eu amava aquilo ali… correr atrás de bicho, brincar, pegar fruta, chupar manga, pegar água na cacimba. Tudo isso eu fazia, era maravilhoso, eu não sentia falta de nada.
Na minha família, somos quatro irmãos, sou a segunda mais velha, somos dois casais. Meus irmãos são maravilhosos, nossa família em si é muito unida. Eu tenho gratidão a Deus, gostamos muito de estar juntos, isso para mim é fundamental, para os meus filhos verem o exemplo do que é a união da família. Eu me criei assim. A gente sempre procura toda semana estar um dia juntos, todo dia a gente se fala.
Todos juntos vieram para cá, meu pai veio primeiro aí, logo em seguida, mandou buscar a gente. Nós somos seis pessoas, quatro irmãos, meu pai e minha mãe, mas logo a família se estendeu, porque já casamos e já temos filhos. A gente deseja estar juntos, a gente brinca, a gente conversa, e paraibano você já viu junto, né? É comilança, é barulho, é muito bom.
Aqui em Brasília fizemos a nossa vida, estudamos, enfim, gostamos muito daqui. Eu adoro a cidade, foi aqui que eu conheci o Senhor, porque toda a minha família era de berço católico, aqui fiz amizades muito boas, que me levaram ao Senhor. Tem muita oportunidade, aqui estudamos, tivemos empregos muito bons, construímos nossa vida aqui.
Eu estudei para ser professora, mas tive a oportunidade de conhecer um senhor que me contratou, Jorge Kauí, ele já foi para o Senhor. Lá era um centro espírita, mas eu fiz uma entrevista com psicólogos, com departamento pessoal para trabalhar num parque assistencial do Lar dos Velhinhos, entrei lá com 18 anos. É uma instituição filantrópica bem conhecida aqui em Brasília, abriga crianças, idosos, mulheres grávidas que não têm onde ganhar seus filhos, pacientes com câncer que vêm se tratar. Até então, não conhecia o Senhor, era católica não praticante. O que me chamava atenção, o que eu falava: “Meu Deus, aonde vim parar”? Eu não me sentia bem. Aí eu fui entrevistada, fui trabalhar com uma pessoa de um coração generoso, espetacular, trabalhei com ele durante quatro anos.
Eu tenho uma história muito bonita com os idosos, me tornei mais sensível, vi o outro lado da história. Pude dizer assim: “Poxa, hoje eu tenho 18 anos e sou assim, quando eu chegar lá… não quero estar desse jeito”, porque a minha função lá era secretariar o presidente da instituição, mas eu também fazia o lado filantrópico, na hora do meu almoço era o que eu mais amava, era jogar dominó com eles. Fiz muitas amizades com por causa da carência deles. Eu via que o meu “bom dia” era importante. Eu via o que o horário do meu almoço, que eu ficava com eles era importante.
Eu e a assistente social tirávamos um dia no mês para fazer um tipo de recreação. Ao invés de ir para casa, dormia lá. Reunia os idosos mais lúcidos, no salão, ligava o som, fazia bingo, sabia o quanto estava sendo importante para eles, porque a grande maioria das famílias deixava eles lá e simplesmente esquecia de ir visitá-los.
Deus me colocou em vários setores assim, fui trabalhar com a política, que é o avesso de tudo isso, onde as pessoas brigam muito para estar ali naquele lugar por causa de dinheiro, por causa de status. O presidente da instituição, que era meu chefe, se candidatou e ganhou como deputado distrital, e me levou para trabalhar como assessora dele. Fiquei uns dezessete anos assessorando esse deputado.
Lá dentro eu cresci em outras áreas também, conhecia muitas pessoas que eram crentes e iam para lá e ele ajudava muito esse lado de igreja, de terrenos, essas entidades filantrópicas precisavam de terreno para abrir suas igrejas. O deputado Kauí foi uma dessas pessoas que batalhou por isso, então a gente não sabia mais se ele era espírita ou crente, porque era uma mistura, quando ele faleceu tinha mais de 83 anos por causa de um câncer de próstata.
Paralelo a isso, sempre fui ligada ao comércio, porque toda a minha família foi comerciante, mesmo eu trabalhando nesses lugares, eu vendia roupa, móveis. Eu tinha isso, sou muito elétrica, sempre estou procurando algo novo. Esse deputado, passava nos gabinetes dizendo: “Minha secretária está vendendo cada roupa linda!”, ele me incentivava. Também comecei a ir para o lado do ramo de festa, buffet, cozinha, antes de sair de lá, eu comecei a abrir algo para mim, já pensando lá na frente, porque sempre quis ter meu negócio. Eu abri uma loja de festa de criança, nós confeccionávamos mesas temáticas, fazíamos essas festas, depois vieram os casamentos, logo depois fiz também a festa de aniversário do meu filho que eu mesma fiz o buffet, as pessoas gostaram e foi de boca em boca, aí eu abri um buffet e trabalhei por mais de 20 anos com isso.
Quando eu decidi sair da política, recebi muitos convites para ficar, mas eu sabia que não ia dar certo porque as pessoas pensam muito em se dar bem e com quem eu trabalhei ele não fazia nada de errado, ele era muito honesto e justo. Eu aprendi essa linha com ele. Eu já tinha aberto meu buffet e decidi cuidar dele, depois abri uma fábrica de salgados dentro do buffet, e fornecia para grandes buffets de Brasília, foi muito bom, sempre gostei muito de trabalhar.
Eu conheci Jesus através de uma grande amiga, Jucelina Dilma. Ela congrega também no Verbo da Vida, eu e ela sempre íamos às igrejas, sempre tivemos o desejo de conhecer a Deus, de buscá-lO, e Ele vai nos transformando por dentro, ela sempre me falava do Senhor. Pulávamos de igreja em igreja por falta de conhecimento na Palavra. Eu era um pé no mundo e um pé na igreja, porque eu não me encontrava ainda ali.
A gente conversava muito sobre isso, de existir um lugar que realmente aprendesse a Palavra e foi aí que ela ouviu falar sobre o Rhema e fez sua inscrição. Minha vida cristã eu devo a ela porque ela me levou para isso. Eu honro muito a vida dela, não somente pela história dela, mas pelo o que ela fez por mim e ela ainda faz hoje.
Um dia conversando, ela me convidou para um lanche na casa dela e começou a falar de escatologia, foi me dando uma coisa e decidi naquele momento ir fazer minha inscrição, mas não consegui e tive que esperar para me matricular em janeiro do ano seguinte.
Ela ia me explicando e eu também via a transformação na vida dela e isso chamava a atenção. Então iniciei o primeiro ano e ela estava no segundo ano, quando eu assisti a primeira aula de Fundamentos da Fé, eu pensei: “Meu Deus, o que é aquilo? ” Eu nem respirava direito, pensei: “Meu Deus, aqui é o meu lugar, como existia tudo isso e eu nem sabia?”. Quando terminava a aula dava a maior tristeza pois nunca queria que acabasse. Quando eu descobri quem eu era em Deus, o que eu podia fazer, o que eu podia declarar, umas das matérias que é o fundamento para minha vida é Fundamentos da Fé mesmo, a vida da gente é isso aí, a gente precisa estar firmada na Palavra. Foi isso que fez a grande diferença na minha vida.
No Rhema eu tive a primeira experiência com Deus, em 2011, no segundo ano, antes de terminar as aulas, aquilo estava me dando uma tristeza tão grande, eu pensava: “Eu vou fazer o quê? Eu vou para onde?”, porque até então, meu marido não era cristão, só eu tinha a Palavra. Estava no final da aula, antes de tocar para o intervalo, estava sentindo esse aperto no meu coração, e eu escutei Deus falando comigo: “Filha, eu te chamei para você me servir, eu te chamei para um tempo agora, eu quero que você faça parte dessa escola”. Rapidamente tocou o sinal e eu achei que era coisa da minha cabeça. Me levantei para marcar minha frequência e veio a Ana Helena, diretora do Rhema, falar comigo, ela foi me abraçando e me fez o convite para eu servir tanto no Rhema, quanto na igreja. Aquilo foi marcante para mim porque foi a primeira experiência em ouvir o Senhor, audivelmente.
Logo, comecei a servir no departamento de Conselheiros, o qual sirvo até hoje, como também no Rhema, como monitora há 8 anos, sirvo também, há 2 anos, o departamento de Mulheres. E a minha vida se transformou, depois que comecei a entender o que era fidelidade, obediência e eu tenho sido muito mais que abençoada em tudo na minha vida.
O nome do meu esposo é Leomar Francisco Rocha, o conheci aqui em Brasília, mas ele é mineiro. Ele já trabalhava aqui, a gente se encontrou quando eu ainda estava terminando o magistério, ele trabalhava numa farmácia. Uma amiga nos apresentou, quando comecei a namorar com ele, eu ia fazer ainda 18 anos. Namoramos por 10 anos e temos 25 anos de casados. Meu marido é uma bênção, ele sempre foi um bom marido para mim.
Quando eu conheci a Palavra, eu declarei dia e noite quem ele era, como eu queria que ele fosse, como Deus queria que ele fosse e aconteceu. Tem 5 anos que meu marido recebeu Jesus como Senhor e Salvador, realmente em tudo ele é uma nova criatura. Tanto no praticar, no pensar, em tudo, ele é meu companheiro, meu amigo, meu amado, meu tudo, é um pai maravilhoso e um marido excelente. Hoje, ele congrega no Verbo da Vida junto comigo.
Os meus filhos também são bênção do Senhor, tenho a Sarah com 15 anos e o Leonardo com 21 anos. Aparentemente não tinha nenhum problema para engravidar, mas eu nunca engravidava, depois de 4 anos, eu fiz inseminação para engravidar do Leonardo porque a gente desejava muito um filho.
Na primeira vez não deu certo, eu perseverei e quando nasceu meu filho eu ainda não conhecia a Palavra. Eu já tinha fé e foi Deus que me deu meu filho Leonardo, aí eu consegui engravidar, depois de 7 anos da primeira gestação, tive a Sarah, que foi por proveta. Todos os exames demonstravam que nem eu e nem meu marido tínhamos nada, mas filho não vinha.
Quando conheci o Senhor, o Leonardo já estava quase na adolescência, ele era daqueles que não queria saber de igreja, mas como eu já estava aprendendo a Palavra eu levava eles para confessar o Senhor. Ele com 20 anos como todo rapaz, gostava de sair, gostava de uma farra.
Em abril do ano passado, meu filho saiu para o trabalho e ligou para o meu marido e disse que estava se sentindo mal e nós pensamos que era porque ele tinha bebido e tinha saído até mais tarde. Ele disse que não tinha condições de trabalhar e voltou para casa, e meu marido voltou para casa para saber o que estava acontecendo. Quando ele chegou em casa, meu filho disse que estava com a vista turva, não estava enxergando muito bem, vomitando, e meu marido me enviou uma mensagem pedindo para eu voltar para casa, pois eu estava no Rhema, para ver o que iríamos fazer.
Levamos ele para uma consulta, ele continuou vomitando ao longo do caminho e após chegarmos lá, nos aconselharam a levar na emergência, e fui orar perguntando a Deus para onde eu iria levá-lo. E o Espírito Santo me disse: “Você vai no São Francisco agora!”. Corremos para o hospital, ele já não conseguia ficar mais em pé, teve que ir de cadeira de rodas.
Após examiná-lo, o médico constatou que ele estava com um quadro forte de sinusite, foi tratado, não melhorava, o médico chegou a dar alta e o Leonardo começou a falar embolado, ele recebeu uma receita de medicação para dar em casa e meu marido não quis embora do hospital naquele estado pois ele tinha conhecimento com medicação. Levamos ele novamente para dentro do hospital pois ele passou mal novamente e o médico continuou dizendo que não era nada, apareceu outro médico vendo a situação, comentou que ele estava com alguma coisa. Meu filho teve uma convulsão, ele praticamente ficou morto, foi entubado e foi levado para a UTI, os médicos diziam que era grave e não sabiam o que ele tinha.
Eu e marido ligamos para os nossos familiares e ao descermos no elevador meu marido disse que tínhamos uma Palavra dentro de nós, que era para nos aquietarmos, ficarmos firmes. Quando descemos conversamos com a nossa família, eles estavam chorando. O médico falou que poderíamos ir para casa, mas eu não quis ir. Eu decidi desligar meu celular e falei para o Senhor que só queria ouvi-lO e fiquei 24 horas orando em outras línguas. Chegou a hora de ver meu filho, ele estava entubado, sem poder abrir os olhos, mas sua mente estava preservada, ele conseguia me ouvir e eu pedia para ele confirmar apertando minha mão.
Deus colocou pessoas maravilhosas da igreja, associações que eu não tenho palavras para agradecer, que é o Pastor Joselito, a Ana e a Dra. Conceição, que pegou junto comigo lá no hospital, ela moveu muitas coisas para me ajudar. Eu tenho uma gratidão muito grande por eles.
Um dia estava orando e pedindo para Deus revelar o que meu filho tinha e após eu terminar a oração, chegou uma médica na recepção com o diagnóstico do meu filho, que era botulismo e ele precisaria de um longo tratamento e poderia ficar com sequelas, mas era preciso conseguir o soro para matar as bactérias no organismo dele. Conseguimos vaga na UTI do hospital que eu queria, pois como ele não tinha convênio, o tratamento no hospital particular ficaria muito caro, mas no momento não havia vaga e Deus abriu essa vaga. Vimos em tudo o mover de Deus, ele ficou 5 meses e 19 dias na UTI desse hospital.
Até que chegou um dia, eu não aguentava mais ficar ali e fui orar e ouvi do Senhor: “Conta 3 dias que as pedras de tropeço não vão mais existir, em 3 dias seu filho vai sair”. Chegou o dia que o médico chegou para decanular meu filho, a partir desse momento começou toda a história se reverter, até os médicos que estavam de férias vinham para se despedir do Leozinho, o pessoal da UTI fez uma festa de despedida para ele, até hoje temos contato, até hoje eles querem saber do Leonardo.
Hoje, o meu filho já retomou a vida dele, foi para os Estados Unidos para ver se vai se adaptar a rotina de estudo e trabalho. Ele reconhece que está vivo hoje por causa de Deus, ele lembra no dia que tudo aconteceu, no ponto de ônibus e uma voz dentro dele disse para ele não subir no ônibus, porque se ele tivesse entrado, ele teria morrido por falta de ar, e ele acabou voltando para casa. Foi uma história traumática, mas eu aprendi que a gente constrói o que tem pela frente, o nosso futuro com a Palavra. Então, o que tem para nós é muito grande no Senhor.
Sarah estuda, ela ama esporte, ela congrega junto conosco lá no Verbo, ela tem o sonho de estudar medicina. Ela é convicta no Senhor, ela tem um grande futuro, espiritualmente falando, ela vai ser um canal poderoso no Senhor, ela é determinada.
Sou uma pessoa que ama o Senhor, que ama servir a Ele. Sou feliz, sou alegre, sou determinada nas minhas coisas, tenho convicção plena na Palavra. Sei que o meu futuro está diante de mim e a cada dia que eu declaro, mais isso vai acontecer, já está acontecendo. E, a coisa que mais desejo é estar no centro da vontade de Deus porque eu sei que estando nessa vontade d’Ele, eu vou ser feliz, estou sendo plena, porque tudo que a gente busca é ser pleno no Senhor.
Amo servir aos outros, tenho amizades fortes e boas, associações corretas, como exemplo: Pastor Joselito, Ana, a Ceiça, a Jô, as minhas líderes de departamento, Beth, Narcisa, se eu for falar o nome de cada uma, são muitas.
O meu maior sonho é ver eu e a minha família no centro da vontade de Deus, na verdade, é real para mim, eu já vejo, não é mais sonho. Meu filho vai ser grande no Senhor! Eu vejo ele na igreja com olhos espirituais, porque eu não ando por aquilo que vejo, eu ando por aquilo que eu creio. Eu sei que andar nas emoções não é andar em fé. Eu quero ver, eu sei que vou ver. Viajar…eu nem pensei que nunca fosse sair daqui, mas hoje não tenho raízes nenhuma, é onde Deus me levar, eu vou ser bênção para alguém.