Verbo FM

Ricardo Nascimento (Campina Grande-PB)

Ricardo é um cara “tranquilão”, eu costumo andar em paz com todas as pessoas, Suênia sempre diz que eu não gosto de confusão. Realmente, não gosto de confusão, dissensão, facção… nada! Gosto de andar em paz. A minha característica principal e andar em paz com todas as pessoas, eu gosto de andar em paz, em alegria, brincando com as pessoas. Eu sou essa pessoa que vive em paz e alegria o tempo todo.

Sou Ricardo Antônio Rodrigues do Nascimento, 51 anos, casado com Suênia Débora Siqueira Rodrigues do Nascimento e tenho 3 filhos: Brisa, 30 anos, Manu, 30 anos, e Luíz Ricardo, 22 anos.

Há 20 anos eu trabalho nessa companhia, antes eu trabalhava numa empresa de veículos novos, a Cavesa, em Campina Grande-PB, foi quando o profeta, Gilson Lima, chegou lá no meu trabalho e disse que aquele trabalho estava já com os dias contados. Eu fiquei chateado, pensando “rapaz, o cara é crente e está dizendo que eu vou perder o meu emprego”. Mas, logo depois, eu me converti no Verbo da Vida, quando ainda era no bairro da Prata. Pouco tempo depois, mudei de emprego, que é esse que estou há 20 anos.

Hoje, faz 20 anos que sou cristão evangélico. Eu trabalho em uma indústria farmacêutica, na verdade a indústria farmacêutica é uma propaganda médica, nós levamos informações científicas para a classe médica, nós temos metas e objetivos como qualquer outra companhia como se fosse venda. Mas, na verdade se trata de uma divulgação científica.

Assim que me converti, a companhia me transferiu para João Pessoa. Lá eu fui congregar com o Pr. Amauri, na época, fui treinado por ele e entrei no diaconato, cinco anos depois fui transferido para Caruaru, onde conheci o Pr. Isaac e Sayonara. Eles começaram a treinar a gente, a nos desenvolver. Ficamos 1 ano e 9 meses morando em Caruaru e atuamos no diaconato nesse período. E posteriormente fui transferido para Campina Grande, minha cidade natal.

Aqui em Campina Grande, eu servi na Congregação Verbo da Vida no bairro Jardim Paulistano por 11 anos, lá eu servi em diversos departamentos como diaconato e departamento de jovens, nesse servi por 7 anos. Nesse período, foram identificando em mim o chamado pastoral e as pessoas começaram a me chamar de pastor. Isso me assustava, me deixava com frio na barriga. Mas, pastor Bud sempre dizia que um dos sinais se você tem ou não aquele chamado, era as pessoas identificarem o chamado em você, isso me deixou mais calmo. Nesse período fui licenciado e ordenado. Hoje, concilio o meu trabalho com o pastoreio, há dois anos eu estou como auxiliar na igreja sede, junto ao Pr. João Roberto. Estar congregando na sede foi uma direção de Deus.

Trabalhar com os jovens foi um tempo maravilhoso, acho fácil trabalhar com jovens e adolescentes, todos os conflitos existenciais que eles têm eu já passei. Eles pegam junto em tudo que a gente fizer, isso é bom demais. Hoje, estamos servindo no departamento infantil, um departamento importantíssimo para o desenvolvimento e crescimento espiritual das crianças. Hoje, podemos ver no nosso corpo frutos de crianças da nossa igreja como o Pr. Perilo, Thiago Borba, Manu (minha filha), Raphael (meu genro), identificamos vários jovens que são frutos do departamento infantil.

Meu pai, Manoel Domingues do Nascimento e minha mãe, Hosana Maria Domingues do Nascimento, tiveram 9 filhos. Minha mãe era costureira e meu pai tinha uma padaria. Desde de criança fomos incentivados com relação ao trabalho, meu pai nos levava para a padaria para trabalhar com ele. Minha mãe faleceu há 6 anos e meu pai há 9 anos, mas temos boas lembranças deles. Sinto muita saudade deles, mas eles deixaram um legado quanto a estrutura familiar. Foram casados por 51 anos e eu já tenho 30 anos de casado, me casei jovem, eu tinha 21 anos e Suênia tinha 19 anos. Conservar e preservar o casamento foi algo que aprendi com eles. Depois que me converti isso ficou ainda mais forte, entendi a importância de se manter casado.

Suenia é natural de São José do Egito, uma cidade no interior do Pernambuco e, eu fui fazer um trabalho lá numa fazenda e, ela morava a 17 km desse lugara. Nesse período, eu a vi numa festa de exposição de animais e, quando eu olhei para aquela “loirinha do cabelo cacheado e os olhos verdes” eu me apaixonei. Eu disse a ela que ela iria namorar comigo, mas ela duvidou, mas eu a conquistei. 

Com um ano e um mês de namoro já estávamos casados. Ela é uma pessoa muito especial, alegre, transmite muita segurança, ela pega junto. No início do casamento tivemos algumas dificuldades, mas ela segurou firme. Hoje, eu devo toda a estrutura que temos no nosso casamento a ela. O Senhor entrou na nossa vida há 20 anos atrás, mudou a nossa história, mas ela sempre fez de tudo para que continuássemos casados, isso é importante demais.

Temos 31 anos de relacionamento e 30 de casados.

Eu fui pai antes de casar e não aconselho isso aos jovens. A minha primeira filha não é fruto do meu casamento. Com minha esposa eu tive dois filhos, Luíz Ricardo e Manuelle. Manu veio primeiro, Suênia já casou grávida e eu já tinha a Brisa. Suênia se converteu uns dois meses antes de mim. Eu me converti em Fevereiro 1998, em um acampamento com Brad Flook e, ele me deu a mesma palavra que Gilson já tinha me dado onde eu trabalhava, questionando o porquê eu não aceitava o chamado de Deus para a minha vida. E naquele dia eu aceitei, foi uma das decisões mais importantes que tomei.

Gilson é uma das principais referências ministeriais na minha vida. Ele me acompanhou, me inspirou. Acredito que o perdemos prematuramente, mas eu ainda me espelho muito nele, nos posicionamentos e convicções que ele tinha. Outro homem que admiro muito é  o Pr. João, ele é um referencial do amor de Deus. Eu convivi por pouco tempo, mas admiro demais a convicção do nosso Ap. Bud e o legado que ele deixou. Na minha vida, tenho um amigo, Paulo Aragão, um home de Deus, que eu compartilho muitas coisas com ele. A integridade e a sabedoria do Ap. Guto é admirável, o trabalho que ele tem feito no nosso ministério é impressionante.

Meu hobbie é tomar café, além do meu pai ter padaria, na casa da minha mãe existia uma cultura de todo dia, às 15h da tarde, tinha que ter café na mesa com pão assado, independente de ter gente em casa ou não. O café é um meio de socialização na nossa família. Gosto de cafés diferentes, eu coleciono cafeteiras, sempre gosto de tomar um cafezinho.

Manu foi a nossa primeira filha. Ela nasceu em casa, um parto humanizado circunstancial, pois estávamos numa cidade do interior e não havia nenhum médico de plantão. O parto dela foi feito por mim e por uma parteira, eu quem cortei o cordão umbilical dela, dei o primeiro beijo.

Luíz Ricardo foi um menino programado, quando Manu estava com 8 anos pensamos em ter outro filho. Ele é mais calado, introspectivo. A princípio queríamos ter 3 ou 4 filhos, mas quando Brisa minha filha mais velha passou a conviver conosco nesse período, decidimos que os três eram suficientes.

Manu foi morar fora de casa e começou a ensinar inglês aos 15 anos. Brisa é uma menina muito estudiosa, elas fizeram enfermagem juntas por um período até que Brisa decidiu fazer medicina. Hoje, ela já atua como médica, Manu é enfermeira com pós-graduação por profissão, mas é missionária por convicção e chamado e, Luiz Ricardo está terminando o curso de Ciências da Computação. Eles são preciosos demais, amo esses garotos.

Ser pai antes do casamento na verdade é um sofrimento para o filho. O pai é adulto, é mais fácil, mas para a criança que cresce sem o pai, é difícil. O pai nunca a colocou para orar, nunca levou ao médico, nunca esteve presente no dia dos pais, nunca participou, de fato, da vida dessa criança. O princípio da sabedoria é aprender com os erros dos outros e, por isso, eu sempre digo aos jovens para não fazerem o que eu fiz.

Brisa foi um dia de surpresa a um culto que eu estava ministrando para os adolescentes e eu estava falando exatamente disso. Nesse dia, eu pedi perdão por toda dor que a minha ausência causou a ela e tudo se alinhou.

Eu creio que os princípios elementares de uma vida Cristã é viver em fé, como diz em Hebreus 11.1. A fé é a fundamentação de tudo o que vivemos hoje. Se porventura algo se levantar contra mim, eu sei que eu sou mais que vencedor. Eu tenho muita convicção e o que mais me marca e norteia a minha vida é a fé. Paz e alegria também norteiam os principais princípios e valores da minha vida.

Quando passei por um momento de dificuldade financeira, eu declarava a Palavra chamando a existência, declarando a respeito da provisão divina para a minha casa. Um dia, eu juntei umas moedas e fui comprar um café e, quando cheguei, me ajoelhei e pedi a Deus que tudo o que os ministros falavam sobre provisão fosse manifesto na minha vida e depois eu fui para a escola dominical.

Ao voltar da igreja, tinha um carro cheio de mantimento descarregando na minha casa. Até perguntei a Manu se ela tinha comentado com alguém sobre as necessidades que estávamos passando, era o diabo tentando semear incredulidade. Depois recebi uma ligação e fomos abençoados com outra feira, ainda maior do que aquela. Recebi tanto mantimento que eu distribuí para os vizinhos e ainda levei para a igreja. Deus é poderoso e fiel, só precisamos ser fiel e pedir a Ele. Ele é pai e galardoador daqueles que O buscam. Foi uma experiência de fé que tremenda.

Às vezes, estou trabalhando, esse ambiente é muito pessoal, o momento do médico com o paciente, mas como representante o médico acaba se abrindo, muitos já me pediram para orar por eles, falar sobre a Palavra, eles já se converteram nesses momentos. Eu não consigo separar a vida cristã do trabalho, a minha vida espiritual é no trabalho e na igreja. O meu comportamento no meu trabalho e na igreja é o mesmo. Eu me deparo com esse pastoreio no meu ambiente de trabalho, com os médicos e companheiros de profissão. Essa facilidade do cristianismo que nós temos de falar a Palavra com liberdade é muito boa!.

Um dos maiores sonhos é ver a minha família toda convertida, ainda tenho muitos parentes que não se converteram. Eles são resistentes ao evangelho, o meu desejo é que essas barreiras caiam para que eles possam se achegar ao evangelho. As pessoas ainda acham que Jesus é uma religião e que precisam mudar algo dentro de si para poder fazer parte disso, para se tornar um cristão. Eu creio que nenhuma parentela minha se perderá. Eu sei que Jesus está voltando, mas eu creio que dará tempo.

A minha maior realização é conciliar o meu trabalho e o evangelho. Daqui a 5 anos eu vou me aposentar e vou mergulhar no evangelho.

 

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