por Perilo Borba
“Saulo, respirando ainda ameaças e morte contra os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo sacerdote e lhe pediu cartas para as sinagogas de Damasco, a fim de que, caso achasse alguns que eram do Caminho, assim homens como mulheres, os levasse presos para Jerusalém. Seguindo ele estrada fora, ao aproximar-se de Damasco, subitamente uma luz do céu brilhou ao seu redor, e, caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? Ele perguntou: Quem és tu, Senhor? E a resposta foi: Eu sou Jesus, a quem tu persegues; mas levanta-te e entra na cidade, onde te dirão o que te convém fazer” (Atos 9.1-6).
Toda vez que uma grande luz é vista, a voz de Deus é ouvida e a voz de Deus é ouvida quando pessoas estão dispostas a pregar. Todo aquele que ama a Deus precisa estar disposto a pregar.
“Morava em Cesareia um homem de nome Cornélio, centurião da coorte chamada Italiana, piedoso e temente a Deus com toda a sua casa e que fazia muitas esmolas ao povo e, de contínuo, orava a Deus. Esse homem observou claramente durante uma visão, cerca da hora nona do dia, um anjo de Deus que se aproximou dele e lhe disse: Cornélio! Este, fixando nele os olhos e possuído de temor, perguntou: Que é, Senhor? E o anjo lhe disse: As tuas orações e as tuas esmolas subiram para memória diante de Deus. Agora, envia mensageiros a Jope e manda chamar Simão, que tem por sobrenome Pedro. Ele está hospedado com Simão, curtidor, cuja residência está situada à beira-mar. Logo que se retirou o anjo que lhe falava, chamou dois dos seus domésticos e um soldado piedoso dos que estavam a seu serviço e, havendo-lhes contado tudo, enviou-os a Jope. No dia seguinte, indo eles de caminho e estando já perto da cidade, subiu Pedro ao eirado, por volta da hora sexta, a fim de orar” (Atos 10. 1-9).
Em Atos dos apóstolos é possível perceber a sede de Cornélio e sua família para serem salvos e a visão que Cornélio teve do anjo de que Pedro iria salvar todos da sua casa.
Cornélio era temente a Deus, ainda não havia nascido de novo, mas estava desejoso e teve visão sobre Pedro pregando à sua família.
Por que um anjo não pregou?
Em ambas as histórias percebemos orientações diferentes. Os anjos têm outro tipo de serviço. Isso mostra de forma clara que não são os anjos nem Jesus quem prega, mas os filhos que têm o mandato para pregar. Jesus não irá pregar mais, já foi repassado para os filhos.
Antes de subir aos céus, Deus passou o mandato para os discípulos serem as testemunhas de Jesus, ou seja, a autoridade já foi delegada aos filhos. O serviço de reconciliar pessoas com Deus são dos filhos e não dos anjos.
Seria mais espetacular se os anjos pregassem, mas o mandato pertence aos discípulos, aos filhos e não à Cristo ou aos anjos.
Será que estamos nos movendo em compaixão com as pessoas?
A passagem do Rico e Lázaro mostra um pouco sobre a compaixão que ele teve com seus familiares, mas pedir aos anjos era o erro. A Palavra precisa ser pregada em vida e não tem nada mais poderoso do que a Palavra de Deus.
Paulo disse que não se envergonhava da Palavra de Deus, isso mostra que existem pessoas que ainda não ouviram a mensagem e precisam de outros dispostos a pregar.
É preciso ver as pessoas com Deus vê, mesmo pessoas que parecem difíceis, Ele já vê como campos brancos, prontos para a colheita.
Não podemos ver como Saulo, quem Deus já está vendo como Paulo.
Há pessoas que irão crer e outras não, mas independente disso, é preciso pregar e lidar com as próprias emoções para quem talvez não queira e tenha até feito algo contra.
É preciso ver as pessoas como irmãos, mesmo antes de dizerem sim para a salvação.
Tanto para Saulo quanto para Cornélio a orem foi para ficarem que viria alguém, mas para Ananias e Pedro foi para saírem.
Quem vai pregar, não fica onde está. É preciso estar em movimento. Talvez o chamado seja para ir à uma rua, bairro, cidade ou para outra cidade. Uma coisa é certa, quem vai pregar, não fica onde está, inerte.
O semeador saiu para semear, por isso, formosos são os pés daqueles que vão, enquanto isso marcas e experiências são vividas para aqueles que dizem sim. Isso mostra porque Pedro estava à beira mar e saiu, ou seja, é preciso lidar com as emoções para sair e muitas vezes pregar até mesmo para os que perseguem.
O “sim” muda primeiro a vida de quem diz sim e vai, depois o impacto a atitude em mover -se, alcança a vida de outras pessoas. Há pessoas que precisam de outros que preguem.
A vida de Ananias e Pedro não foram mais as mesmas pessoas. Pode ser que seja apenas uma pessoa, mas é o bastante para fazer um estrago no inferno. Formosos são os pés daqueles que anunciam as boas novas, àqueles que se dispõe a ir, viverão experiências com Deus em sua jornada.
Da sua consagração depende a vida de muitos.
Todo sim há renúncias e responsabilidades.
Assim como Jonas, é necessário arrependimento e consagração para reafirmar o compromisso com Cristo, com o chamado. Tem muitas famílias, povos e nações, esperando pelo sim de alguns.
Jonas queria um novo fim para o povo de Nínive e isso o fez se mover, assim que ele se arrependeu e reafirmou seu compromisso com o chamado.
Qual resposta você vai dar para o chamado de Deus?
*Trechos da mensagem de 23 de setembro de 2022, na Conferência de Ministros do Sul.