A sucessão é uma das grandes responsabilidades na liderança. No meu livro “Liderar é Preciso” dediquei um capítulo para tratar sobre sucessão e legado. Veja um trecho que separei aqui:
Muitos líderes não se importam com questões cruciais como delegar poder, desenvolver qualidades em líderes potenciais e, menos ainda, em buscar e investir em um sucessor. Posições de hierarquia não são atribuições vitalícias e cada líder é procurador de uma missão maior que ele mesmo e que deve ser passada às gerações seguintes. No entanto, por que os líderes detestam pensar a respeito de sucessão?
Por que quase sempre permanecem no cargo tempo demais, sabotam os sucessores e, provavelmente, alegram-se em segredo quando estes fracassam, ou choram quando são bem-sucedidos? Por que esses líderes precisam ser arrastados aos prantos para fora de seus escritórios, agarrando-se aos móveis, às paredes até o amargo fim? Parece que os líderes se sentem à vontade delegando poderes a si mesmos, mas têm muita dificuldade para delegá-los a outras pessoas.
Assim, o sentido original da liderança é distorcido, já que liderar significa também desenvolver o potencial escondido em outras pessoas. É imprescindível para o líder pensar e investir na continuidade da missão que lhe foi confiada. Como diz o conhecido treinador de líderes John C. Maxwell, “os líderes, com demasiada frequência, colocam suas energias em organizações, prédios, sistemas ou outros objetos inanimados. Mas só as pessoas vivem depois que partimos”.
Por outro lado, não seja ingênuo ao extremo quando o assunto for investir em indivíduos. Você pode investir na vida de pessoas apostando no crescimento delas a ponto que se tornarem líderes que farão o mesmo com outros. Isso inclui o seu tempo, atenção, dinheiro e os mais diversos recursos. Investir em líderes demanda o comprometimento de prioridades e um tipo de renúncia que custa um alto preço. Porém, preste atenção em como a pessoa em quem você está investindo está transformando o seu investimento em resultados.
Faça avalições contínuas nesse sentido. Estabeleça metas e condições que possam dar continuidade ou cancelar o processo iniciado. Algumas pessoas, infelizmente, continuarão dependentes de você, sem se desenvolverem, impedindo que outros sejam também desenvolvidos, e comprometendo até mesmo a saúde social e financeira da organização, ou a sua própria.
O líder precisa posicionar líderes de maneira que eles possam fazer coisas grandiosas mesmo sem a sua presença. Assim, o ideal é desmistificar a sucessão e planejá-la, pois embora esse processo seja mais lento e trabalhoso, faz bem para a organização e para a família.
Afinal, a sucessão é muito mais complexa que uma simples redistribuição de funções e responsabilidades, além de envolver muito mais pessoas que apenas o sucessor e o sucedido, e cada uma com visões, interesses e experiências diferentes.
O treinamento de líderes para a sucessão e construção do legado deve estar associado a um espírito ardente, cheio de fervor e fé nas pessoas, naquilo que elas representam e podem representar para as gerações futuras. Isso deve ser gratificante para o líder.
A missão principal de um líder deve ser adicionar valor a líderes que reproduzirão valor para outros. Este deve ser o resultado mais desejado da sua liderança. Por meio da influência, você tem a incumbência de conectar pessoas com a vida e com a energia que fluem de uma visão e um propósito que verdadeiramente deve tornar a existência delas mais relevante, à medida que o potencial que há nelas é elevado ao máximo.
Por isso, como vimos, a jornada do autoconhecimento e autodesenvolvimento começa com o treinamento e ativação da mentalidade de liderança. Isso muda a maneira que você enxerga e deseja o sucesso.
Extraído do livro 5 PILARES PARA A CONSTRUÇÃO DA LIDERANÇA | Manassés Guerra
