“Então alguns dos anciões e líderes de Israel vieram e se sentaram diante de mim. E aconteceu que a Palavra de Yahweh veio novamente a mim, dizendo: Filho do homem, estes homens ergueram ídolos em seus corações e colocam tropeços e obstáculos malignos para queda deles próprios”. (Ezequiel 14.1-3) (Versão BKJ)
O que vem à sua mente quando escuta a palavra ÍDOLO? Geralmente, associamos esta a uma imagem de escultura, quando pessoas dobram os joelhos para prestarem culto. Todavia, os ídolos são apenas as esculturas? Ou a idolatria está restrita ao comportamento de uma pessoa se curvar diante de uma estátua?
No texto citado acima, o Senhor exorta o povo de Israel a cerca desta conduta; as Sagradas Escrituras nos ensinam que a idolatria não se baseia somente em alguém fazer uma imagem de um deus ou de uma entidade e prostrar-se diante dela para adorá-la. Os israelitas, ao apresentarem-se diante do profeta Ezequiel para consultá-lo e ouvirem a Palavra do Senhor, foram por ele repreendidos, concernentes à idolatria que existia em seus corações, mesmo não existindo imagem alguma de escultura diante deles para se curvarem. Mediante isto, observamos que é possível que uma pessoa levante ídolos em seu próprio coração e se curve.
Essencialmente, Ídolo é qualquer objeto, pessoa, tempo ou reverência dada a outrem que não seja a Deus, que colocamos no altar do nosso coração, que faça a nossa vida se dobrar, para prestarmos obediência. Todas as situações que se tornam o foco principal da nossa afeição, energia e atenção, podem ser chamadas de ídolos. Em nossos corações só o Senhor deve preencher cada parte, e o excesso deve estar submisso a Ele. Muitos não se prostram diante de esculturas, mas o fazem diante do dinheiro, do tempo gasto em excesso com atividades seculares, do sexo, ditadura da beleza, sucesso a todo custo e tantas outras coisas. Ter um ídolo no coração é ter algo ou alguém, que ocupe o lugar de confiança, fidelidade, amor e dedicação, que só Deus deve ocupar.
Nos nossos corações, existem desejos e sentimentos lícitos, que nos impulsionam a conquistar; mas, se não atentarmos, estes podem se transformar em aspirações desvirtuadas; criando deste modo, verdadeiros ídolos. Deus jamais aceitará o segundo lugar em nossos corações. Assim foi na vida de Abraão; o seu desejo era legítimo, ao pedir a Deus um filho; quando o Senhor o concedeu o que tanto ansiava, Isaque, este começou a ocupar o lugar de Deus no coração de Abraão, a ponto de ser pedido de volta como sacrifício, no Monte Moriá, uma prova de fé e devoção. Será que estamos dispostos a devolver a Deus as coisas que tanto sonhamos e lutamos para conquistar? Tudo que esteja ocupando o trono do nosso coração, espaço exclusivo de Deus, torna-se um ídolo que, usurpa a Glória Dele em nós. Desta maneira, como Abraão, a nossa postura diante de Deus deve ser sempre de alerta, reexame contínuo e obediência.
Lamentavelmente, nem todos estão dispostos a reconhecer que a senhorio exclusivo de Deus está sendo violado em seus corações e que devem abrir mão daquilo que está atrapalhando a sua comunhão com Deus. Existem pessoas piedosas que no início da caminhada cristã, debruçavam-se na presença do Pai. Elas oravam e estudavam as Santas Escrituras, reservavam tempo para servir à igreja local, mas, com o passar dos anos, quebraram esta comunhão, se afastaram do Senhor, e da dedicação a Sua obra. O fato de estarmos realizando os nossos sonhos e objetivos, não é uma comprovação da Sua aprovação. Deus deseja que concretizemos as nossas aspirações, sem que o substituamos por estas, caindo assim no erro da idolatria.
Um dos textos bíblicos mais impactantes para mim, se encontra no Evangelho de Mateus:
“Asseverou-lhe Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus, de TODO o teu CORAÇÃO, de TODA a tua alma e com TODA a tua inteligência”. (Mateus 22.37)
Quantos já leram esta menção diversas vezes; mas, pode parecer que ele perdeu seu impacto e real significado para você. Leia-o de novo e medite por um instante… O que Jesus está dizendo aqui é que o nosso amor e dedicação radical são exclusivos do Senhor, nada mais e nada menos deve ocupar esse lugar.
Lembre-se: Deus jamais aceitará o segundo lugar em nossos corações. Os ídolos do coração de alguém são, na maioria das vezes, frutos de anseios genuínos que com o passar do tempo podem substituir de forma sutil o Senhor. Devemos seguir o conselho de João, chamado apóstolo do amor: “Filhinhos, guardem-se dos ídolos”. (1 João 5.21)