
Pastor do Verbo da Vida em Montes Claros-MG
“Nenhuma correção parece ser motivo de alegria no momento, mas sim de tristeza. Mais tarde, porém, produz fruto de justiça e paz para aqueles que por ela foram exercitados” (Hebreus 12.11)
“Não gosto que me corrijam!” foi a frase sincera dita por uma pessoa a outra, quando essa outra a corrigiu (em particular, sem a expor) em algo que ela escreveu com o português errado (juro, não fui eu!).
O print dessa conversa circulou pelas redes sociais e me despertou para algo que vejo corriqueiramente na minha trajetória ministerial: nós vivemos um tempo e uma geração especialmente melindrosa, especialmente arredia quando alguém – um líder ou não – a corrige. É claro que, nisso tudo, estão envolvidas várias causas: falta de habilidade emocional, baixa autoestima… mas, hoje temos um ingrediente peculiar em nossas relações sociais. Estamos cada vez mais nos tornando “livres” de estereótipos, “livres” para pensar e fazer o que quisermos, como quisermos. Estamos independentes. Claro, talvez a geração dos nossos avós era mais engessada, mas eu creio que caímos para o outro extremo. Acabamos nos tornando incorrigíveis, com a desculpa de querermos ser autênticos.
Não é à toa que Paulo fala a Timóteo sobre os últimos tempos (provavelmente esses nossos tempos), sobre o egoísmo, a presunção e a arrogância dos homens (II Tm 3), e por isso ouvirão apenas mestres que falam o que eles querem ouvir (II Tm 4), pois não suportam a correção.
Em Sofonias 2, lemos: “Ai da cidade rebelde, impura e opressora! Não ouve a ninguém, e não aceita correção. Não confia no Senhor, não se aproxima do seu Deus”.
Quem não aceita a correção não cresce.
Mesmo na igreja, alguém que é corrigido (e sabe, pela sã doutrina, que correção é bênção) tem dificuldade para receber a correção em sua plenitude. É corrigido e, subitamente vem o sentimento de incômodo e tristeza (Hebreus 12.11), mas, porque vivemos esse cenário atual que descrevi, normalmente quem foi corrigido ataca quem o corrigiu, defendendo-se com argumentos como “não precisava falar desse jeito”. A primeira reação é essa, de virar-se contra quem o corrigiu atacando a forma e não o conteúdo! Ora, eu não estou dizendo que se deve falar de qualquer maneira ou de forma rude. Isso é outro assunto. O que eu digo é que quem é corrigido deve, antes de tudo, receber com mansidão a correção, sem se entregar à tentação de se magoar com quem corrigiu. É por isso que as pessoas têm dificuldade de corrigir. Ninguém quer se indispor com ninguém. Porém, aprendemos que a correção é bênção em nossas vidas!
Quem não aceita a correção não cresce. Aprende mais devagar. Fica para trás em tudo: na família, no chamado, na santidade. Precisamos lidar com nossa fraqueza emocional e receber as correções para crescer. Honrar quem tem a coragem de nos amar a ponto de nos corrigir e ser mal interpretados, eventualmente.
Faça um exercício de – ao menos em um primeiro momento – NUNCA se chatear com um líder, um pastor ou mesmo um amigo que lhe corrige. Quem tem coragem de lhe confrontar para o seu crescimento não deve ser afastado e, sim trazido mais para perto. Assim se comportam os sábios. Dizer (ou agir como se) “não gosto que me corrijam” não é somente um atestado de soberba e infantilidade. É também tolice e insensatez.
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Verdade!