por Thiago Freitas
Infelizmente, o livro de Apocalipse é negligenciado por uma parcela considerável da igreja. Muitos não conseguem entender o que ele significa. Com todos os símbolos e imagens chocantes, as pessoas desistem de tentar entender.
O Apocalipse nos apresenta o fim da história, assim como Gênesis nos apresenta o início da história. Não entender isso, seria como ler um romance fascinante, mas não ir até ao final da leitura para ver como a história termina.
Existem três chaves práticas que desbloqueiam o significado desse livro maravilhoso. A primeira, é reconhecer que o Senhor quer que entendamos o Apocalipse: “revelação de Jesus Cristo” (1.1). A palavra “revelação” é a tradução da palavra grega apokalypsis, que significa descobrir, desvendar. O propósito desse livro não é esconder a verdade de nós ou torná-la confusa, mas sim para que possamos conhecer o final. A segunda chave é perceber que a maior parte do que está no livro não é informação nova.
Apocalipse é como uma grande estação central da Bíblia, onde todos os trens do pensamento de toda a Bíblia se encaminham.
Acredito que o livro olha para a frente e revela o futuro, mas ele também olha para trás e reúne todas as linhas que perpassam os primeiros 65 livros da Bíblia. Para se ter uma ideia, o livro contém 404 versículos e 278 deles fazem alusão ao Antigo Testamento. O estudioso de profecias Arnold Fruchtenbaum disse: “O valor do livro de Apocalipse não é que ele forneça muitas informações novas, mas que ele pegue as profecias espalhadas pelo Antigo Testamento e as coloque em ordem, de sorte que a sequência dos acontecimentos possa ser determinada”.
A terceira chave é interpretar, corretamente, os símbolos presentes no livro. Apocalipse inclui uma ampla seleção de símbolos, tais como: chifres, bestas, estrelas, cavalos de cores variadas, com o objetivo de comunicar a graficamente seu significado. O método adequado para a interpretação dos símbolos envolve dois passos.
O primeiro é lembrar que, quando os símbolos são empregados, eles se referem a alguma coisa literal. Símbolos não são meramente símbolos de nada. Eles não são desprovidos de significado. Eles são ferramentas valiosas de comunicação. É tarefa do intérprete investigar essa linguagem para que se descubra a verdade literal que está ali.
No começo do livro temos o exemplo claro do que estou falando. Jesus está em pé no meio de sete candelabros de ouro, segurando sete estrelas em sua mão direita (1.13,16). No final do capítulo, Jesus identifica os candelabros como as sete igrejas da Ásia e as sete estrelas como os sete anjos (1.20).
Uma verdade importante é ensinada aqui. Quando nos deparamos com uma linguagem simbólica, devemos buscar seu significado literal, ou seja, a pessoa, o lugar, ou o acontecimento que tal símbolo representa.
O segundo passo para se interpretar um símbolo, é reconhecer que todos os símbolos que se encontram no livro são explicados ou no próprio livro do Apocalipse ou em outras partes da Bíblia. Não podemos fazer com que eles signifiquem o que queremos que signifiquem. Ao se deparar com um símbolo considere o contexto imediato. Acabamos de ver um exemplo disso. Se não houver interpretação no contexto imediato, expanda a pesquisa para o contexto mais amplo do livro.
E se não for encontrado ali, então busque no restante das escrituras. Os símbolos que ocorrem no livro, ou são explicados no próprio contexto, ou podem ser entendidos a partir do uso deles em passagens anteriores das escrituras.
Portanto, não tenha medo do Apocalipse. Deus quer que você entenda e aplique a verdade desse livro à sua vida. Siga essas três chaves e abra seu coração para as incríveis verdades contidas nesse livro.
1 Comentário
O que significa essa balança na mão na abertura do terceiro selo?