por Luciléia Toledo
As classes de profetas
Há diferentes classes de apóstolos, como também diferentes classes de profetas, de evangelistas, de pastores, e de mestres. E há diferentes graus de unção dentro destas diferentes classes. (Kenneth Hagin)
Em um mesmo oficio ministerial, vão existir diferentes formas de atuação com unção específica, para realizações de coisas específicas, em lugares e áreas especificas. Dependendo da esfera particular do ministério e da autoridade que Deus concede, alguns profetas podem ser usados por Ele em uma plataforma pública, ou em cenários menores, como a igreja local, no ambiente de trabalho, na família ou em pequenos grupos. Também poderá ficar limitado ao ambiente pessoal de oração, em seu quarto. Todavia essa unção é dada com um objetivo bem definido.
Todo sonhador e visionário tem uma área, seja em uma esfera maior ou menor, em que poderá atuar e exercer influência.O propósito principal dessa unção, para ter sonhos ou visões, é despertar o povo de Deus em relação ao reino espiritual.
“Prosseguiu ele e me disse: Esta é a palavra do SENHOR a Zorobabel: Não por força nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz o SENHOR dos Exércitos” (Zacarias 4.6).
Profetas que proclamam o propósito corporativo de Deus
A esfera de operação e de autoridade dos profetas é distinta: são especialmente dotados para discernir os tempos e as estações e dão clareza para a direção e o propósito geral do corpo de Cristo, capacitando e encorajando a igreja a elevar-se a sua plena maturidade.
Deus utiliza o profeta para a fase seguinte, fim e início de tempos e estações. (I Samuel 9.15-16).
“Naqueles dias, desceram alguns profetas de Jerusalém para Antioquia, e, apresentando-se um deles, chamado Ágabo, dava a entender, pelo Espírito, que estava para vir grande fome por todo o mundo, a qual sobreveio nos dias de Cláudio” (Atos 11.27-28).
Profetas que proclamam os padrões do coração de Deus para seu povo
O propósito desses profetas é anunciar o fruto do Espírito, elevar o caráter de Cristo e promover pureza e santidade. Exemplos bíblicos dessa unção profética seriam Jeremias, no Antigo Testamento, e João Batista, no Novo Testamento.
O profeta sempre prega contra o pecado – cinismo, idolatria, ganância, imoralidade sexual, injustiça – tem paixão extrema pela pureza. (Gl 6.1, I Ts 2.3-4)
“Ora, nós que somos fortes devemos suportar as debilidades dos fracos e não nos agradar a nós mesmos” (Romanos 15.1).
Profetas que proclamam as responsabilidades e as ações sociais de Deus
Essa expressão da unção profética chama a Igreja para que cuide da viúva, do órfão, do pobre, do oprimido e do prisioneiro, em suma, de todos os necessitados que não têm poder e também não têm ninguém que batalhe por sua causa. O propósito é estabelecer a retidão e a justiça. Amós, no Antigo Testamento, era esse tipo de profeta. No capítulo 5, do livro que traz seu nome, ele diz, no verso 24: “Antes, corra o juízo como as águas; e a justiça, como ribeiro perene.”
Profetas que transmitem a estratégia administrativa de Deus com um viés político
Moisés era um profeta, como também José e Daniel o eram. No Antigo Testamento, esses três homens de Deus tinham uma forte unção profética. Todos eles tinham um dom extraordinário para assuntos administrativos e de liderança.
Líderes de adoração com uma unção profética
Líderes de adoração, que fluem na unção profética, ajudam as pessoas a se sentirem livres para expressar seu amor por Deus e receber o amor dEle. Sob a liderança profética dessas pessoas, os dons do Espírito fluem e operam de maneira mais livre. Eles podem ajudar a levantar outros na maravilhosa presença do Espírito Santo, para que a mudança ocorra, e fazer com que Jesus, verdadeiramente, seja exaltado e entronizado nos louvores de seu povo. O exemplo bíblico mais clássico disso é Davi, que, além de pastor e rei, era também um salmista profético.
Intercessões proféticas
Sob essa unção, a pessoa recebe de Deus a responsabilidade para liberar intercessão que pode afetar indivíduos, comunidades, cidades e até mesmo nações. A profetisa Ana “adorava a Deus jejuando e orando dia e noite” (Lc 2.37b).
Firmeza na visão
O apego à visão e o zelo pela doutrina também são marcantes no ministério do profeta. Ele é capaz de empenhar sua vida nisso.
“Respondeu-lhes: Bem profetizou Isaías a respeito de vós, hipócritas, como está escrito: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. E em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens. Negligenciando o mandamento de Deus, guardais a tradição dos homens. E disse-lhes ainda: Jeitosamente rejeitais o preceito de Deus para guardardes a vossa própria tradição” (Marcos 7.6-9).
Ativação de dons e chamados
O profeta pode ser usado por Deus para ativar dons e chamados. Não irá falar segundo as emoções, privilegiar pessoas, fazer concessão.
Coragem, ousadia e fidelidade deverão ser também as marcas de um profeta.(Jr 37.17, II Sm 12.1, II Rs 20.1)
“Então, mandou chamá-lo e fê-lo entrar. Era ele ruivo, de belos olhos e boa aparência. Disse o SENHOR: Levanta-te e unge-o, pois este é ele” (I Samuel 16.12).
“Pelejarão contra ti, mas não prevalecerão; porque eu sou contigo, diz o SENHOR, para te livrar” (Jeremias 1.19)
O procedimento íntegro dá ao profeta força moral para falar
“Agora, pois, eis que tendes o rei à vossa frente. Já envelheci e estou cheio de cãs, e meus filhos estão convosco; o meu procedimento esteve diante de vós desde a minha mocidade até ao dia de hoje” (I Samuel 12.2).
A importância do ministério do profeta
“Não havendo profecia, o povo perece; porém o que guarda a lei, esse é bem-aventurado” (Provérbios 29.18).
Ainda que os filhos de Deus, na Nova Aliança, sejam guiados pelo Espírito Santo em seus espíritos, Deus colocou sobre o profeta equipamentos e influência necessária para o aperfeiçoamento do Corpo no desempenho do serviço. Cada dom ministerial específico contém, em si mesmo, as ferramentas necessárias para o crescimento de todas juntas. Portanto, não havendo profecia ou não havendo profeta, o Corpo pode crescer deficiente.
A escola de profetas
Levando em conta que o profeta exercia um papel primordial na Antiga Aliança, muito se era investido para preparação de homens, que eram levantados por Deus, com esse chamado. É notória a existência de lugares que podemos denominar Escola de Profetas na Antiga Aliança. Essa escola, teria sido organizada primeiramente por Samuel, que acumulou o ministério de profeta, sacerdote e juiz (I Sm.10.5; 19.20). Mais tarde, as evidências apontam Elias e Elizeu trabalhando na formação de profetas, como forma de resistência à apostasia que havia se estabelecido no reino do norte (II Rs. 2.3; 4.38; 6.1).
Ao que tudo indica, os profetas em treinamento eram chamados, ou seja, eram discípulos dos profetas ou filhos dos profetas; não aprendiam apenas conteúdo bíblico; eram separados para serem aperfeiçoados no ofício do profeta pela observação, mas, sobretudo, pela associação com outros profetas.
“Sucedeu que, quando o SENHOR estava para elevar a Elias num redemoinho ao céu, Elias partiu de Gilgal com Eliseu.E disse Elias a Eliseu: Fica-te aqui, porque o Senhor me enviou a Betel. Porém Eliseu disse: Vive o Senhor, e vive a tua alma, que não te deixarei. E assim foram a Betel.Então os FILHOS DOS PROFETAS que estavam em Betel saíram ao encontro de Eliseu, e lhe disseram: Sabes que o SENHOR hoje tomará o teu senhor por sobre a tua cabeça? E ele disse: Também eu bem o sei; calai-vos.E Elias lhe disse: Eliseu, fica-te aqui, porque o Senhor me enviou a Jericó. Porém ele disse: Vive o Senhor, e vive a tua alma, que não te deixarei. E assim foram a Jericó.
Então os FILHOS DOS PROFETAS que estavam em Jericó se chegaram a Eliseu, e lhe disseram: Sabes que o SENHOR hoje tomará o teu senhor por sobre a tua cabeça? E ele disse: Também eu bem o sei; calai-vos.E Elias disse: Fica-te aqui, porque o Senhor me enviou ao Jordão. Mas ele disse: Vive o Senhor, e vive a tua alma, que não te deixarei. E assim ambos foram juntos.
E foram CINQÜENTA HOMENS DOS FILHOS DOS PROFETAS, e pararam defronte deles, de longe: e assim ambos pararam junto ao Jordão.Então Elias tomou a sua capa e a dobrou, e feriu as águas, as quais se dividiram para os dois lados; e passaram ambos em seco.Sucedeu que, havendo eles passado, Elias disse a Eliseu: Pede-me o que queres que te faça, antes que seja tomado de ti. E disse Eliseu: Peço-te que haja porção dobrada de teu espírito sobre mim.E disse: Coisa difícil pediste; se me vires quando for tomado de ti, assim se te fará, porém, se não, não se fará.
E sucedeu que, indo eles andando e falando, eis que um carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou um do outro; e Elias subiu ao céu num redemoinho.O que vendo Eliseu, clamou: Meu pai, meu pai, carros de Israel, e seus cavaleiros! E nunca mais o viu; e, pegando as suas vestes, rasgou-as em duas partes.Também levantou a capa de Elias, que dele caíra; e, voltando-se, parou à margem do Jordão.E tomou a capa de Elias, que dele caíra, e feriu as águas, e disse: Onde está o Senhor Deus de Elias? Quando feriu as águas elas se dividiram de um ao outro lado; e Eliseu passou.Vendo-o, pois, os FILHOS DOS PROFETAS que estavam defronte em Jericó, disseram: O espírito de Elias repousa sobre Eliseu. E vieram-lhe ao encontro, e se prostraram diante dele em terra.
E disseram-lhe: Eis que agora entre os teus servos há cinquenta homens valentes; ora deixa-os ir para buscar a teu senhor; pode ser que o elevasse o Espírito do SENHOR e o lançasse em algum dos montes, ou em algum dos vales. Porém ele disse: Não os envieis” (II Reis 2.1-16).
“Disseram os DISCÍPULOS DOS PROFETAS a Eliseu: Eis que o lugar em que habitamos contigo é estreito demais para nós” (II Reis 6.1).
“E uma mulher, das mulheres dos FILHOS DOS PROFETAS, clamou a Eliseu, dizendo: Meu marido, teu servo, morreu; e tu sabes que o teu servo temia ao SENHOR; e veio o credor, para levar os meus dois filhos para serem servos” ( II Reis 4.1).
A escola dos profetas foi estabelecida em Ramá, e provavelmente, em Gibeá (I Sm 19.20; 10.5,10). Centros de estudos também estavam espalhados em Gilgal, Betel e Jericó (II Rs. 4.38; 2.3,5,7,15; 4.1; 9.1). Cerca de cem estudantes faziam parte da escola dos profetas comandada por Eliseu em Gilgal (II Rs. 4.38,42,43). Quando Elias e Eliseu foram ao rio Jordão, encontravam-se com eles cinquenta estudantes da escola dos profetas (II Rs. 2.7,16,17). O estilo de vida deles era em comunidade, em uma casa comum, na companhia dos profetas (II Rs. 6.1). Alguns deles eram casados e tinham filhos (II Rs. 4.1) e acompanhavam os homens de Deus, por isso eram chamados de filhos dos profetas.
Preparação e treinamento sempre foi uma prática bíblica, desde a antiguidade. Entendemos isso, ainda melhor, quando Jesus separa doze homens para um tempo de preparação que iria culminar com a incumbência de fundamentar a Igreja de Cristo.
“E subiu ao monte, e chamou para si os que ele quis; e vieram a ele.E nomeou doze para que estivessem com ele e os mandasse a pregar, e para que tivessem o poder de curar as enfermidades e expulsar os demônios: a Simão, a quem pôs o nome de Pedro, e a Tiago, filho de Zebedeu, e a João, irmão de Tiago, aos quais pôs o nome de Boanerges, que significa: Filhos do trovão; e a André, e a Filipe, e a Bartolomeu, e a Mateus, e a Tomé, e a Tiago, filho de Alfeu, e a Tadeu, e a Simão, o Cananita, e a Judas Iscariotes, o que o entregou” (Marcos 3.13-19).
Todos precisam de treinamento, independente do chamado ministerial. A motivação do coração de Deus em treinar os profetas da Antiga Aliança, não pode ter mudado com os profetas da Nova aliança.
O profeta precisa de muito cuidado para não ser levado por um pensamento independente e autossuficiente a tal ponto de negligenciar a escola de profeta em que está inscrito por Deus, no momento, sua igreja e seu pastor local.
O profeta pode ser levado facilmente pelo pensamento de que “ninguém me entende” e, por causa das revelações, pode ser levado por atitudes que acabam afastando as pessoas ou ele mesmo a se afastar, julgando ser o único detentor da verdade. É uma realidade, no meio evangélico, profetas frustrados por acharem que a igreja ou o pastor não valorizam o dom de Deus em suas vidas.
Alguns se perderam em algumas revelações, julgando ser Deus falando, quando se deixaram levar por espíritos familiares (espíritos malignos) ou por sua própria carne. Profetas assim tendem a destruir as vidas de muitas pessoas, com suas supostas revelações, e, no fim, até mesmo suas próprias vidas, além de ficar completamente parados em seu ministério.
É necessário estar debaixo da influência adequada de profetas maduros, que serão capazes de produzir ferramentas, que venham a elevar o nível em que se encontram. Entretanto, ainda que o profeta não tenha outro profeta maduro por perto, a igreja e o pastor local terão sempre os nutrientes adequados para promover o crescimento de qualquer dom ministerial.
O púlpito não é sinônimo de crescimento, mas de responsabilidade. Bastidores apontam muito mais o nível de maturidade que a performance no púlpito. Portanto, o profeta deve estar convicto de estar envolvido o suficiente com o serviço da igreja local, a escola de profetas, antes de embarcar em uma jornada sozinho ou em um ministério itinerante.
4 Comentários
Graças a Deus ajudou muito o Entendimento

Sinto que esse é meu chamado e me esclareceu muitas coisas em relação ao ministério profético e como lidar com a igreja local e etc. Agradeço bastante.
Obrigado pela graça que lhe foi dada, precisava desse estudo!!
Excelente entendimento, muito esclarecedor! Glória a Deus.