Acompanhei um casal de noivos que vieram participar de uma série de aconselhamentos pré-nupciais que faço com casais. Em um dos primeiros encontros, faço questão de trabalhar sobre o prisma das construções familiares diferentes em que se encontram, aproveitando para demonstrar-lhes a importância de procurar fazer diferente, reter o que é bom da influência familiar e não cometer os mesmos erros que, muitas vezes, seus pais cometeram. Trabalho com algumas perguntas-chave.
Em dado momento do aconselhamento, perguntei sobre pontos positivos e negativos da figura paterna e materna e sua percepção como filho (a). À medida que a noiva começava a falar das atitudes negativas de seu pai, ela começou a chorar, ao relatar como, muitas vezes, seu pai tratava sua mãe. Essa irmã chorava compulsivamente e, naquele momento, seu noivo, perplexo, baixou a cabeça e disse: “Agora eu entendo”. Deixei que ela se acalmasse um pouco e que ele falasse o porquê da expressão.
O que acontecia era que, diante da mínima possibilidade que ela pensava que o seu noivo agiria com ela da mesma forma que seu pai, ela esbravejava, e o noivo ficava sem compreender o que a estimulava a agir daquela forma. Naquele momento, ele a abraçou e pediu perdão por toda atitude que a desagradava e foi um lindo trabalhar do Senhor em seus corações.
Liberando em perdão
Graças a Deus que houve para esse casal um posicionamento rápido e um abrir de coração para liberação de perdão daquela jovem para o seu pai. Nesse caso, ela estava em um estágio de amargura muito profundo em relação a ele, e em relação ao noivo. O que se percebia era reflexo de pequenas sementes e que, pela confissão, foram retiradas naquela hora, em nome de Jesus. Para o futuro cônjuge, foi um grande livramento, também, porque aquelas reações poderiam começar a deixá-lo desgostoso em seu relacionamento.
Graças a Deus que o acompanhamento e as liberações de perdão aconteceram antes mesmo que eles viessem a morar na mesma casa em aliança matrimonial, poupando-os de conflitos, ensinando-lhes a lidar um com o outro, a serem bastante claros com suas expressões, sentimentos e, consequentemente, garantindo-lhes qualidade de vida espiritual e matrimonial.
A semente que opera pelo amor
O que devemos fazer em nossa vida para nosso próprio bem? Atentar para a semente que está caindo na terra do nosso coração. Aquela que for com base de desentendimento, que ocasionará amargura, devo retirar imediatamente, não permitindo que ela se desenvolva em minha vida; e aquela que for da fé que opera pelo amor, esta, sim, devo deixar brotar, crescer, nutrindo-a todos os dias com ações de graças.
Ao perceber uma semente de amargura, trate de removê-la rapidamente da sua mente (alma) e coração (espírito). Essa é a melhor decisão que você pode tomar: arrancar a semente de tristeza contra outrem, antes que ela cresça e crie raiz. Não brinque com essa semente, pois ela não é de Deus para você. NÃO deixe a semente do desgosto brotar e formar raiz!
Estágio da semente
- Um mal-entendido;
- Uma brincadeira mal aceita;
- Uma palavra ouvida;
- Um erro cometido por outrem;
- Uma expectativa frustrada;
- Sugestões repetidamente não aceitas;
- Algo que não foi bem resolvido;
- Uma expressão não verbal de rejeição, reprovação;
- Um não reconhecimento e coisas semelhantes a estas.
Tratamento do estágio da semente
Dá para perceber que uma simples questão pode tomar proporções devastadoras!
- Pare rapidamente, aproxime-se dessa pessoa com o coração liberado, sem cobranças e pronto a perdoar;
- Esclareça;
- Perdoe e/ou peça perdão pela brincadeira;
- Realinhe suas expectativas em uma conversa franca com essa pessoa, para que vocês não estejam em desigualdade de propósitos;
- Entenda sua posição na organização, relação, hierarquia, para que você não pense além do que convém de si mesmo;
- Tire dúvidas sobre alguma expressão verbal ou não verbal que aquela pessoa fez;
- Ajuste seu foco no Senhor, pois a recompensa durável vem d’Ele.