Correndo pela fé: o testemunho do Pr. Heverton Gomes

O que parecia ser uma carreira como tantas outras, ocorridas nas Reuniões de Pastores e Conferências teria um significado maior.

Quem viu a postagem do carrossel no Instagram do Ministério Verbo da Vida, do dia 25 de março de 2025, não imaginou o que estava por trás da quinta imagem divulgada. O que parecia ser uma carreira como tantas outras, ocorridas nas Reuniões de Pastores e Conferências teria um significado maior. Até então, as lentes do fotógrafo não tinham capturado os motivos daquela carreira, porém, vieram à tona em seguida. É que entre os muitos comentários do post, um chamou à atenção: “Eu gostaria de compartilhar algo muito importante que faz parte da história dessa foto…”, disse o seguidor, revelando as cores do que seria um grande testemunho de cura e superação e que você vai conferir a seguir: 

“Nesse dia, corri como gratidão a Deus por estar fazendo algo que aos olhos da medicina seria impossível. E Deus me presenteou com esta foto, Deus me presenteou com este registro. Imprimirei esta postagem e estamparei na sala da minha casa como uma voz que brada para todos: Deus é aquele que cura! Deus é aquele que transforma o impossível em realidade!”.

O comentário entusiasmado é de Heverton Gomes, pastor e dirigente da Igreja Verbo da Vida na Zona Oeste, em Recife (PE). Ele ouviu diagnósticos que lhe roubariam seus passos. Mas a “central” da fé tinha um chamado diferente para ele…

“Atenção, atenção, Central! Há um chamado de cura! Não é fogo, não é acidente… é para ele, o ‘bombeiro da fé’”. O chamado é fictício, mas poderia muito bem expressar o que ocorreu na vida do pastor Heverton. Em 2016, esse guerreiro enfrentava uma batalha: uma infecção no joelho que queria paralisar seus passos e sua fé. Mas mal sabia o inferno que aquele combatente de incêndios físicos agora seria levantado por Deus para apagar os incêndios da incredulidade com a água viva da Palavra! E tudo começou com um convite despretensioso, uma visita a uma igreja que transformaria sua história: a Igreja Verbo da Vida Zona Oeste de Recife (PE).

Naquele dia, quando ele colocou os pés naquela igreja, o céu ativou a sirene da mudança. E o que parecia ser apenas mais um culto se tornou o ponto de ignição para um grande milagre. Deus acendeu nele algo que queimava mais forte do que qualquer fogo: a certeza de que a vontade do Pai é a cura!

Do quartel para o altar. Das muletas para a corrida. Das lágrimas de dor para o grito da vitória. Essa é a história real de um homem que decidiu não se curvar aos diagnósticos, mas levantar-se pela Palavra. 

COMO TUDO COMEÇOU

Heverton ingressou no Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco em 18 de maio de 1998. Vindo de uma realidade de muita pobreza, começou a trabalhar desde cedo ajudando o pai, carregando lavagem para porcos. Lembra-se de que as poucas roupas que tinha eram as usadas pelos primos e, muitas vezes, recebidas já em condições precárias. Em meio a tantas limitações, foi um tio — já falecido — quem o incentivou a prestar o concurso militar e, inclusive, pagou sua inscrição e a do próprio filho.

Na época, Heverton tinha 20 anos. Estudou, foi aprovado e ingressou como soldado. No entanto, mesmo dentro da Corporação, sabia que Deus tinha planos maiores para sua vida. Ao observar seus superiores, sentia convicção de que também poderia alcançar aquelas posições. Decidiu, então, prestar o concurso para sargento. Havia apenas 15 vagas, e ele fez um pedido específico a Deus: que ficasse exatamente na 7ª colocação, como sinal de que seria o Senhor quem o colocaria ali. E assim aconteceu: foi aprovado em 7º lugar. Alguns anos depois, já casado, prestou o concurso interno para oficiais. Mais uma vez, foi aprovado — desta vez, em 1º lugar. Heverton estudava com afinco, pois acreditava firmemente que Deus o chamava para ser “cabeça e não cauda”. Ele não se conformava com a pobreza que havia vivido e repetia a si mesmo, desde a infância, que seus filhos não precisariam passar pelo que ele passou.

Em uma nova etapa de crescimento, realizou o Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais e novamente conquistou o 1º lugar. No meio militar, a colocação tem grande peso por conta das promoções, lotações e traz consigo honra e reconhecimento. Em todas essas conquistas, ele reconhece a misericórdia e a mão do Senhor sobre sua vida.

A estabilidade do emprego permitiu que desse mais um passo: estudar para o vestibular. Com 25 anos, no mesmo ano em que se casou, ele e a esposa, Natália Lemos, ingressaram juntos na universidade. Heverton formou-se em História e sua esposa em Ciências do Consumo, ambos pela Universidade Federal. Paralelamente, Natália também se preparava para a área de Segurança Pública, sendo aprovada três anos após ingressar na faculdade.

193 – DIA DE FOGO

Em 2009, durante uma instrução de judô na prática de Educação Física Militar, Heverton sofreu uma torção no joelho esquerdo e acabou rompendo o ligamento cruzado anterior. Após o incidente, foi submetido a uma cirurgia bem-sucedida, sem intercorrências. No entanto, ele começou a sobrecarregar a perna direita, já que ainda sentia dores na perna operada. Com o tempo, essa sobrecarga enfraqueceu o joelho direito. Em 2015, durante uma partida de futebol no quartel, ele rompeu o mesmo ligamento, desta vez, no joelho direito. Por conta disso, a cirurgia foi realizada em novembro do mesmo ano. Entretanto, nada correu como o esperado: Heverton desenvolveu uma infecção pós-cirúrgica.

A partir de então, entre novembro de 2015 e janeiro de 2016, ele enfrentou dias extremamente desafiadores. Dependia de analgésicos para suportar as dores intensas e precisou retornar ao hospital diversas vezes. Em decorrência da infecção, em janeiro, Heverton foi submetido a uma segunda cirurgia para realizar a lavagem do enxerto e tentar preservar o que havia sido reconstruído. No entanto, o quadro se agravou ainda mais: as dores aumentaram e os indicadores de infecção atingiram níveis alarmantes.

Para se ter uma ideia da gravidade, o exame de PCR, que mede a presença de infecção no corpo (com valor de referência entre 0 e 0,5 mg/L), apontava um resultado de 22,7 mg/L. Foram administrados três tipos diferentes de antibióticos intravenosos na tentativa de conter a infecção. Após 21 dias de internação, o médico informou que ele não receberia alta, pois seria necessária uma terceira cirurgia para remover o enxerto infectado.

Heverton mal conseguia acreditar no que estava vivendo. Sua esposa, em oração, pedia a Deus forças e preparo emocional para lidar com a possibilidade de amputação, pois os prognósticos só pioravam. Diante do tempo prolongado no hospital, o médico decidiu encaminhá-lo para o sistema de Home Care. Lá, ele permaneceu por mais 28 dias, ainda recebendo antibióticos intravenosos.

A quantidade de antibióticos foi tão grande que suas veias se desidrataram. As enfermeiras responsáveis pela punção eram da ala pediátrica, especialistas em veias delicadas. Para completar o cenário desafiador, ele e a esposa cuidavam de dois filhos pequenos: o mais novo, com apenas cinco meses de idade.

De acordo com ele, antes da transferência para o Home Care, um médico que analisou sua ressonância magnética, ao ver o resultado, olhou surpreso para Heverton. Percebendo a reação, ele perguntou:

— “O que foi, doutor?”

O médico, hesitante, respondeu:

— “Nada…”

Desconfiado, Heverton insistiu:

— “Nada, não… o senhor viu algo aí, pode falar!”

O médico então confessou:

— “Na verdade, eu não tinha visto o nome nem a idade. Achei que estava analisando o exame de um idoso”, compartilhou Heverton, por conta de sua articulação destruída.

No fim daquele processo, ele havia sobrecarregado tanto o joelho esquerdo, já lesionado anos antes, que agora sofria com dores severas nos dois lados. Ainda assim, recusava-se a aceitar aquele diagnóstico. Amava se exercitar — tanto pela profissão quanto pelo estilo de vida — e não admitia viver limitado, tampouco acolher palavras de derrota. Ele cria que Deus não o havia chamado para viver daquela forma.

Com isso em mente, em um desses dias difíceis, recebeu a visita de um colega cristão de outra denominação. O amigo olhou para sua situação e disse: “E aí? Já está se arrependendo? Às vezes Deus faz assim mesmo… coloca o homem no leito para ele se ajeitar”. Embora ainda não frequentasse a Igreja Verbo da Vida, Heverton não acolheu aquelas palavras. Algo dentro dele se revoltava com aquela ideia. Não conseguia conceber que Deus ferisse alguém para cumprir Seu propósito. Aquela visão, comum em algumas igrejas, gerava uma agonia no seu coração. Algo não se encaixava — e, no fundo, ele sabia: o caráter de Deus era diferente do que haviam pregado para ele até então.

ÁGUA VIVA DA PALAVRA DA FÉ

Heverton chegou à Igreja Verbo da Vida, em fevereiro de 2016, logo após a terceira cirurgia. Estava praticamente sem andar, usando muletas e ainda enfrentava os sintomas da Chikungunya, o que agravava ainda mais sua condição. Os diagnósticos médicos eram desanimadores:

“Você nunca mais vai correr. Não poderá mais se agachar. Terá dificuldades de locomoção”.

Muitas palavras contrárias foram lançadas, tentando paralisar sua fé. Passou-se um ano até a última cirurgia, mas, dessa vez, algo havia mudado. Ele já estava ouvindo a Palavra da Fé e conhecendo Cristo como Aquele que Cura. Em junho de 2017, realizou a quarta e última cirurgia. A partir daquele momento, começou a declarar com ousadia: “Certamente, Ele tomou sobre Si as minhas dores e enfermidades” (Isaías 53:4). Apegou-se a Deus com intensidade. Dizia: “Senhor, tenho aprendido que Tu és o Deus que cura”.

Estava fortalecido e cheio da Palavra, convicto de que seria completamente curado — e que aquela seria, de fato, a última intervenção. No entanto, o inimigo não desistiria tão facilmente. Queria envergonhá-lo, colocar à prova tudo o que ele e sua esposa vinham aprendendo. Foi então que, em uma tarde, seu filho mais velho, Samuel, apresentou um quadro de febre, seguido de uma paralisia progressiva nas pernas. Foram dias de internação, exames e incertezas, até que uma ressonância revelou uma inflamação grave na medula, semelhante a um tumor. Ele orava fervorosamente: “Nas minhas pernas, tudo bem… mas nas dele, não! Em nome de Jesus!”. 

Esse testemunho, aliás, foi compartilhado por sua esposa em um vídeo no YouTube intitulado A cura de Samuel. Em resumo, foram 45 dias de internação, duas cirurgias, um período em Home Care e uma equipe multidisciplinar — infectologistas, neurologistas e pediatras — afirmando que, mesmo que fosse curado, o menino teria sequelas.

Hoje, Heverton reconhece: se não fosse pela Palavra que conheceram, não teriam suportado. Natália praticamente passou a morar no hospital com Samuel, enquanto o filho mais novo, com apenas dois anos, ficou em casa com o pai. A ausência da mãe foi tão sentida que, em certo momento, o menino chegou a chamar a babá de “mãe”. Durante o internamento do filho, a cirurgia de Heverton foi marcada. Todos no hospital já conheciam sua história, afinal, ele ia de muletas visitar o filho. Após conversas com enfermeiras e assistentes sociais, conseguiram que Samuel fosse transferido para uma ala adulta. A administração do hospital os posicionou em quartos vizinhos, no mesmo corredor. Natália revezava sua atenção entre os dois. Amigos se organizaram para ficar com Heverton. Ele recorda do irmão em Cristo, Cleiton, com uma gratidão especial.

Em madrugadas angustiantes, Natália ligava para o pastor dizendo: “Eu só preciso de uma palavra”. E ele respondia: “Curado”. Ela chorava, orava e declarava que os medicamentos estavam tendo um efeito sobrenatural. Samuel foi cuidado com enfermeiras disponíveis 24 horas por dia. Uma delas se reconciliou com Jesus. A outra se converteu e teve seu casamento restaurado. Ambas ficaram profundamente impactadas pela fé da família, mesmo diante de uma situação tão difícil.

Enquanto pai e filho se recuperavam, vivenciaram um milagre: os dois voltaram a andar. Que alegria! A Palavra funciona! O diabo tentou envergonhar, mas Cristo é Aquele que cura.

Na cirurgia de Samuel, uma mulher que nunca os havia visto, também recém-operada, acordou na sala de recuperação, ainda de madrugada, gritando: “Preciso falar com a mãe de Samuel!”. Quando Natália se aproximou, a mulher chorava e dizia: “Deus mandou lhe dizer que já curou Samuel”. Todos no hospital ficaram perplexos com o que testemunharam. Hoje, Samuel tem 12 anos. Desde os 4, corre pelos corredores e cadeiras da Igreja Verbo da Vida. O irmão mais novo, que na época tinha apenas alguns meses, está com 9 anos — ambos crescendo firmados nessa Palavra, conhecendo a fidelidade de Deus.

E Heverton? O joelho está completamente recuperado. Ele caminha sem mancar, não usa mais muletas, vai trabalhar de bicicleta e já envergonhou o diabo correndo 15, 20, 22 quilômetros. E claro, vive se agachando na igreja para contar esse testemunho aos que chegam.

CORRENDO A CARREIRA DA FÉ

Heverton se converteu ainda jovem, inicialmente na Igreja Presbiteriana. Seu irmão foi o primeiro a tomar essa decisão, seguido por ele, sua mãe e, por último, seu pai. Ainda na infância, passou a frequentar a Assembleia de Deus. Já na vida adulta, integrou a Igreja Batista, onde conheceu sua esposa durante a Marcha para Jesus. Na ocasião, ela realizava uma apresentação evangelística pela igreja que frequentava.

Todas essas transições entre denominações não ocorreram por conflitos ou rebeldia, mas por um anseio genuíno por respostas que, até então, ele não havia encontrado. Cada etapa foi um passo em sua jornada de fé, guiado por uma busca sincera por entendimento e direção.

Durante o tempo em que estiveram na Igreja Batista, ele e sua esposa atuaram como líderes da sala de casais e também cuidaram das crianças. Quando chegaram à Igreja Verbo da Vida, começaram servindo na diaconia. Em seguida, integraram a equipe de introdutores, lideraram o departamento infantil por dois anos, assumiram o financeiro da igreja e, ainda, Heverton serviu nos departamentos de trânsito e segurança.

Em meio a essa trajetória, houve um momento marcante: a aula de imposição de mãos no encerramento do Rhema. Na tarde anterior à cerimônia, enquanto cumpria expediente administrativo no quartel, comentou com um amigo — o pastor Kleber Santos, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC): “Kleber, sei que Deus tem um chamado para mim, mas só pretendo mergulhar nisso depois de ir para a reserva (aposentadoria)”. Mais tarde, naquela mesma noite, participou da imposição de mãos. E foi ali que tudo mudou.

“Meu Deus do céu!” — descreve ele, com emoção. Quando o pastor Humberto Albuquerque impôs as mãos sobre sua cabeça, declarou: “Eis que te digo: tu falaste que tem um caminho profissional e outro ministerial, como se fossem uma bifurcação. Mas hoje, Eu, o Senhor, uno esses dois caminhos!”. Naquele momento, o pastor bateu as mãos, selando espiritualmente o que o Senhor estava estabelecendo. Esse instante ficou gravado em sua memória.

Logo depois, ele e sua esposa foram licenciados e consagrados ao ministério pelo pastor Felipe Sá, então presidente da obra local. O pastor viu neles uma unção e uma capacidade que, até então, o próprio Heverton não reconhecia em si. Ele sempre expressou o desejo de dar aulas no Rhema — é licenciado em História e apaixonado por ensinar. No entanto, o pastor Felipe repetia com convicção: “Você pode até dar aula no Rhema um dia, mas você é pastor”.

E, de fato, ele estava certo. Hoje, Heverton afirma com alegria: “Amo fazer o que faço. Que lugar seguro é o lugar da obediência!”. Durante três anos, serviu como pastor auxiliar ao lado do pastor Felipe Sá, sempre disposto a atuar onde houvesse necessidade. Em 2023, a Escola de Ministros Rhema chegou à cidade do Recife. Já atuando como pastores auxiliares, ele e sua esposa foram profundamente ministrados pelas aulas. Em cada matéria, perceberam o cuidado de Deus. As dúvidas que tinham em relação a decisões importantes eram respondidas, sobrenaturalmente, por meio dos professores e dos conteúdos abordados.

Na metade de 2023, o pastor Humberto Albuquerque — seu supervisor regional — os chamou para assumir interinamente a liderança da Igreja Verbo da Vida na Zona Oeste na capital pernambucana. A transição foi tranquila e logo se sentiram parte daquela família. Em setembro do mesmo ano, ele foi oficialmente efetivado como pastor presidente da obra.

Apesar de não terem parentes próximos — seu único irmão reside em Brasília, e seus pais já são falecidos —, e sua esposa possuir uma história familiar semelhante, encontraram uma nova família na fé: a querida Zona Oeste, onde Deus tem honrado cada passo de obediência.

De lá para cá, o bombeiro militar e pastor tem vivido dias de avanço. No ano passado, durante a Reunião de Pastores e Diretorias em Campina Grande (PB), ele correu pelo milagre e as bênçãos recebidas pelo Senhor. Naquele momento, Heverton foi invadido por uma felicidade indescritível. Após tudo o que enfrentou, expressar aquela alegria era inevitável.

Neste ano, ele também participou da Reunião e compartilhou com grande alegria o seu testemunho. Apesar dos diagnósticos — indicação de prótese no joelho, degeneração severa nas cartilagens e articulações — Deus o tem sustentado. Ele afirmou com bom humor: “Fé não é F.E. — falta de entendimento”. Por isso, ele continua se cuidando com sabedoria. Mas vive, e fez questão de soletrar: “COM-PLE-TA-MEN-TE normal, desafiando e contradizendo todos os laudos e previsões médicas para a glória do Senhor!

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