Você sabia que existem escritores fantasmas? Calma que vamos explicar. Eles não são os autores, não assinam as obras, nem sempre aparecem, mas são os responsáveis pela transcrição e organização de conteúdos para livros. Você sabia que nem todos os livros foram, literalmente, escritos pelos seus autores? O autor ou orador da mensagem nem sempre é também o escritor. Em muitas obras, o denominado “Ghost writer” (escritor fantasma) é o responsável por transcrever a mensagem do autor, organizando-a textualmente.
Após as transcrições, o conteúdo deve passar por uma edição e organização, formando o sumário do livro, bem como por uma revisão textual e gramatical. Antes da finalização, o próprio autor pode ler, tendo toda a liberdade para propor alterações e até mesmo fazer acréscimos ao conteúdo. Afinal, será o nome dele que estará na capa.
Todos nós, graduados do Rhema, somos ricamente abençoados com os livros do Rev. Kenneth E. Hagin, não é verdade? Mas você sabia que a maior parte deles não foram escritos por esse grande homem de Deus? A mensagem, sim, inspirada pelo Espírito Santo, foi pregada e ensinada por ele, mas transcrita e colocada nos livros, que tanto nos abençoam e já transformaram a vida de milhares e milhares de pessoas pelo mundo, por uma equipe de “fantasmas”.
“Quando Deus me mandou pregar a mensagem da fé por todo o mundo, eu perguntei: ‘Como farei isso se sou apenas um homem!’. O Senhor me respondeu: ‘Coloque os ensinamentos em fitas e livros'”, o próprio irmão Hagin testemunhou certa vez. Esse é mais um grande exemplo da riqueza do Corpo de Cristo e da bênção que é o ministério de socorros. Talvez o irmão Hagin não tivesse a habilidade, ou certamente não tivesse o tempo livre para colocar em livros as revelações bíblicas recebidas e as experiências vividas, mas pessoas capacitadas e especialistas se disponibilizaram para isso.
Esse processo não é uma novidade dos nossos dias. Séculos e séculos atrás isso já era feito. Na Bíblia, vemos exemplos no Antigo e também no Novo Testamento. Veja, por exemplo, como começa Provérbios 25: “São também estes provérbios de Salomão, os quais TRANSCREVERAM os homens de Ezequias, rei de Judá”. A sabedoria foi dada a Salomão, que de alguma forma a transmitiu por mensagem falada, a qual foi transcrita e registrada por esses homens, sendo divulgada e estando à nossa disposição, edificando-nos até hoje.
Há também os casos de quando os autores não estão mais entre nós, mas os registros de suas pregações e ensinamentos permanecem, tanto através de transcrições quanto por gravações audiovisuais que também podem ser transcritas.
“Eu até falei algumas vezes para o pastor Bud e lhe perguntei sobre ele escrever um livro. Certa vez, ele me disse: ‘O que eu poderia dizer que o irmão Hagin não já tenha dito em um dos seus livros?’. Na época, não insisti. Mas, depois que ele foi para o Senhor, com tantas mensagens preciosas que tínhamos gravadas dele e com o crescimento da nossa editora, eu percebi que poderíamos transformá-las em livros”, relatou o Ap. Guto Emery.
Essa valiosa missão foi dada ao gestor de Comunicação do Ministério Verbo da Vida, Perilo Borba. Além de escritor, ele é jornalista por profissão e editor, e adquiriu experiência como ghost writer para publicações no Portal Verbodavida.com.
Perilo aceitou o desafio e, juntamente a outros colaboradores e voluntários, passou a transcrever dezenas e dezenas de pregações e aulas do Ap. Bud, além de todo o arquivo que ele dispunha, quando servia voluntariamente na redação da igreja local. Sobre uma dessas ocasiões, ele relembrou:
“Certa vez, fui chamado pelo pastor Bud ao seu gabinete. Quando entrei, ele estava com a tela do notebook aberta em uma publicação que eu havia postado há poucos minutos no seu blog, no Portal. Era a transcrição da mensagem dele, no domingo anterior, na Igreja Sede. Ele apontou para um trecho e disse: ‘Eu não falei isso, rapaz!’. E brincou: ‘Eu não falo bonito assim’. Eu fiquei nervoso, mas respondi que achava que ele havia, sim, falado aquilo daquela forma, mas que iria ouvir novamente o áudio e, caso contrário, apagaria. Fiz isso e conferi que, de fato, a transcrição estava compatível. Quando falei para ele, o pastor me pediu perdão e disse: ‘Debaixo da unção, a gente fala coisas que nem se lembra depois, né, irmão?’ (risos). Nunca esqueci disso! Sempre foi uma honra e uma grande responsabilidade para mim transcrever as suas pregações”.
Com todo esse acervo, Perilo dividiu as transcrições por temas, criando assim a Coleção Legado, até hoje sucesso de vendas da Editora Rhema Brasil Publicações. São 8 volumes sobre os assuntos mais abordados pelo Ap. Bud Wright: fé, santidade, alegria, amor, prosperidade, cura, oração e unção. “Foi incrível ver como mensagens da década de 80 ou 90 eram muito semelhantes a mensagens sobre o mesmo tema quase vinte anos depois. Ele permanecia falando a mesma coisa, com a mesma ousadia, simplicidade e fervor”, afirmou.
O mais impressionante e comentado por muitos leitores é que, quem já ouviu ou assistiu ao Ap. Bud ministrar, consegue “ouvi-lo novamente” enquanto lê. É, de fato, como se ele mesmo estivesse ali falando ou quem tivesse escrito. “Esse foi o maior desafio! Devido à limitação que ele ainda tinha com a língua portuguesa e a sua forma peculiar de falar, foi preciso fazer várias adequações nas transcrições, mas sempre com o cuidado de não perder a essência e nem descaracterizá-lo”, disse o “fantasma” Perilo.
Boa parte desse acervo de transcrições também foi utilizado para a Biografia do Ap. Bud Wright. Essa, sim, uma obra autoral de Perilo — criada e assinada por ele, narrando, com suas próprias palavras, a história desse grande homem de Deus — complementada com trechos de transcrições das mensagens e depoimentos de terceiros. Graças a esse trabalho, milhares de pessoas que não conheceram o Ap. Bud, não tiveram o privilégio de vê-lo pregar e nem de serem ensinadas por ele nas salas de aulas do Rhema, podem ter acesso aos seus ensinamentos.
Mas, o que é e o que faz um ghost writer? Ghost writer, na tradução livre, significa “escritor fantasma”. Um ghost writer trabalha na escrita de textos assinados por outras pessoas.
É contratado para escrever livros com a autoria de outras pessoas que desejam ter um suporte mais específico na escrita ou, até mesmo, de autores que já faleceram, mas possuem materiais de áudio/vídeo gravados. Ele transcreve materiais diversos através de áudio ou vídeo produzidos para faculdades, aulas, ministrações, conferências e outros tipos de conteúdo. Ser um ghost writer é ser um canal de transformação dos sonhos literários em uma realidade que afetará diretamente a vida e o destino de muitos. Nas diversas experiências que já tive com transcrições, pude ver mensagens poderosas que estavam guardadas, sendo evidenciadas e fazendo um caminho entre a voz de Deus e o coração das pessoas.
4 Dicas para uma transcrição de excelência
01 – Se possível, transcreva a gravação
Para a elaboração de um livro, o que requer um conteúdo mais completo e preciso, é necessário que a transcrição seja feita em um local silencioso e com tempo disponível suficiente para ouvir, pausadamente, e poder voltar e repetir alguns trechos da gravação quantas vezes forem necessárias. O desempenho do redator, bem como a qualidade e precisão da transcrição serão muito melhores do que se ela for feita in loco.
02 – Seja, inicialmente literal
É importante transcrever literalmente tudo o que está sendo falado. Não selecione aquilo que acha importante, ou não, transcrever. Claro que, uma gaguejada ou tossida, por exemplo, não são necessárias (risos). Repetições e vícios de linguagem do orador serão eliminados em uma revisão posterior, bem como as possíveis e sempre necessárias adaptações da linguagem falada para a escrita, mas isso não impede de você fazer marcações prévias e destacar trechos enquanto transcreve.
03 – Transforme as mensagens não verbais em mensagens verbais
Em alguns áudios ou vídeos, o pregador se refere a algo que está nas mãos dele, aponta para algo, imita alguém, usa outras pessoas para ilustrações, utiliza-se de sons, “efeitos sonoros” ou “fala” também através de suas expressões faciais ou corporais. É sempre um desafio transcrever tais mensagens, mas é necessário esclarecer tudo no texto, descrevendo bem o que ele quis dizer, já que quem vai ler não esteve presente ou poderá imaginar algo diferente, fazendo interpretações precipitadas.
04 – Não descaracterize o orador
Tenha cuidado para manter o padrão de expressão do orador na transcrição. O vocabulário utilizado, expressões, ênfases e a forma de falar, quer seja na voz passiva ou ativa, devem ser editadas ou adaptadas com cautela, para que o autor da mensagem permaneça sendo o autor da fala e não aquele que a transcreveu.
Se você tem a inspiração para escrever e quer desenvolver essa área da sua vida, essa atividade pode ser um passo importante. Procure desenvolver esse dom dado por Deus e escreva! Tem histórias inspiradoras para serem contadas só esperando sua disponibilidade em abraçar a causa e eternizar as palavras escritas com relatos maravilhosos!
4 Comentários
Muito bom mesmo! Obrigada por compartilhar Perilo. Como somos acrescentados e edificados por esse trabalho “fantasma”.
Muito bom mesmo! Obrigada por compartilhar Perilo.
Shalom,
meu nome é Elienay Santos e tenho um fascínio sobre leitura e escrita. Me interessei pelo o conteúdo ghost writer, muito bom por sinal! Como posso saber mais sobre o assunto e como posso levar isso como uma carreira? No momento faço Pedagogia e pretendo me encaminhar na área de ensino e comunicação.
Desde já agradeço pela a atenção,
no aguardo de mais esclarecimentos,
grata!
Elienay Santos
Glória a Deus por esse material chegar em nossas mãos através dos meios que o senhor concedeu, cremos que aqueles que não tiveram a oportunidade de conhecer o nosso apóstolo Bud, terao a oportunidade de adquirir os seus livros e Ver o quanto nosso pai na fé foi um grande homem de Deus
Louvamos ao senhor por essa equipe que trabalha nos bastidores, para realizar esse trabalho com tanto esmero
Obrigado senhor pela vida de Perilo Borba