Felipe Aguiar
Músico graduado do Rhema Brasil em Pedra de Guaratiba
“Mas faça-se tudo decentemente e com ordem.” (1 Coríntios 14:40)
Os ensaios são parte essencial do trabalho do ministério de música. É nos ensaios que novas músicas são aprendidas, ensaiadas, arranjadas. Nesse tempo os músicos se entrosam uns com os outros, e uma harmonia geral como banda é gerada. Além disso, é um momento de comunhão, onde uma equipe, um time é continuamente formado, forjado de acordo com a realidade da sua congregação. É um tempo de compartilhar experiências pessoais com a música e com a Palavra de Deus, de ministrar uns aos outros.
Certo. Cenário ideal, não? Mas, e se no seu caso, o ensaio for um “bocado” de horas que você perde do seu sábado à tarde, quando os músicos tentam aprender “de surpresa” aquela música nova que o pastor mandou que ensaiassem para o dia seguinte. Enquanto isso, as irmãs dos vocais conversam tão alto que é preciso gritar com o músico do seu lado para ser ouvido. Ninguém sabe a direção que o ensaio vai ter, e nem por que estão ali. Tudo é descoberto na hora, e feito no improviso. O guitarrista quer sempre fazer todos os solos, o baterista não aceita sugestões, o tecladista quer sempre colocar uma tensão a mais em todos os acordes. E o líder, sem saber o que fazer, usa de autoritarismo para colocar ordem na situação.
Bem, sabemos que em muitos casos as coisas não são tão certinhas como no primeiro exemplo, mas também não são a tragédia total do segundo. O que acontece são pequenos detalhes que podem estragar o ensaio como um todo. E isso muitas vezes causa frustração nos componentes, que empenham o coração naquilo que fazem. Muitas vezes o que falta é apenas uma dose de organização e os ensaios passam a produzir muito mais.
Para que haja um aproveitamento musical melhor do ensaio, sempre que possível os músicos devem saber com antecedência os objetivos para aquele ensaio. É muito comum hoje em dia o líder do grupo dizer com antecedência o repertório previsto para aquela semana, ou até mesmo listar várias músicas que serão ensaiadas naquele mês ou naquele ano. Isso facilita o trabalho do músico, que não precisa aprender a música com pressa, atrapalhando o fluir do ensaio. Quando os músicos têm tempo para aprender a música, eles podem ouvir com calma, apreender a música como um todo, se relacionar com ela. Depois, sim, eles aprendem a tocá-la.
A mesma coisa acontece com os cantores. É preciso ouvir a música antes, entender a estrutura, quantas estrofes, refrão, em quais partes há divisão de vozes, aprender a letra. A partir daí sim, é possível ensaiar a música com o grupo. Mas o momento do ensaio não é suficiente para isso. Por isso é muito importante que os integrantes saibam a música com antecedência. É claro que imprevistos podem acontecer, e como no exemplo que eu dei, o pastor pode requisitar uma música em regime de “emergência”. E existimos pra isso mesmo, socorrer o corpo de Cristo. Só que isso não deve virar rotina.